sábado, 16 de junho de 2018

O mercado e os mercadores

Uma das manchetes de hoje diz: "pedido de liberdade de Lula alarma mercado". O que isso significa?

1. Quem prendeu e mantém Lula preso foi o mercado.

1.1. Lula, apesar de não ter governado contra o mercado, se tornou uma ameaça depois que ficou escancarado que o mercado é o grande beneficiário do golpe e, nesse contexto, resolveu mudar seu discurso de "Lulinha paz e amor", prometendo enfrentar mazelas estruturais caso seja eleito novamente.

1.2. A mídia empresarial está (como sempre esteve) a serviço do mercado.

2. A justiça, inclusive  e principalmente o Supremo, está a serviço do mercado.

2.1. Lula foi expurgado do pleito num processo judicial totalmente político e persecutório e continuará como preso politico porque é o candidato com maior intenção de voto e isso não agrada o mercado.

2.2. Fica claro que há indevida e ilegal interferência no processo eleitoral.

3. Assim, o STF, na condição de parceira do mercado, deve manter Lula preso; ou o TSE expurgá-lo das eleições.

4. Como Lula será impedido de concorrer às eleições, porque o mercado assim determinou, a democracia, a Constituição e o Estado estão submetidos aos interesses e determinações do mercado.

5. No Brasil contemporâneo, o mercado está acima da nação e dos cidadãos, que devem servi-lo. Os golpistas são prepostos do mercado.

6. Os três poderes se amalgamaram numa uma única organização (criminosa) para a pilhagem do Estado, a favorecer os interesses do mercado.

7. As regras eleitorais também deverão servir aos interesses do mercado. Por isso, qualquer candidato que ameaçar os interesses do mercado serão tratados com terrorismo pela mídia e, se for o caso, a justiça e/ou as Forças Armadas entrarão em cena.

7.1. Não interessa ao mercado os interesses populares.

8. Para garantir esse estado perverso e pervertido, a serviço do mercado, o Brasil está duplamente tutelado:

(a) pela "santíssima trindade"  penal-judicial-policial (polícias, MP, judiciário) e

(b)  pelas Forças Armadas, cada vez mais protagonistas na política.

9. Eleições, se ocorrerem, poderão se transformar  numa farsa, a manterem aparência democrática.

Agora, quem é essa divindade suprema chamada mercado?

O mercado é o conglomerado: do donos dos bancos, os grandes empresários, os rentistas, os latifundiários e os especuladores. Essa turma (do conglomerado financeiro-empresarial) representa o 1% da população que domina e submete os outros 99%, sendo que uma pequena parcela destes últimos se beneficia razoavelmente desse estado de coisas.

Os três poderes da República estão a serviço desse conglomerado; dessa "economia que mata", como diz o Papa Francisco.

Por isso, só a união das forças progressistas com os trabalhadores terá a potência para o enfrentamento da nova divindade que reina no Brasil: o mercado (inclusive com o apoio de muitas lideranças e elites religiosas).

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