quarta-feira, 24 de maio de 2017

Temer só se sustenta pela violência

Agora é oficial. O golpista que:
(a) não tem nenhum  apoio popular;
(b) que perdeu o apoio da globo golpista;
(c) que assiste sua base de malfeitores pragmáticos derretendo no congresso;
(d) que começa a perder apoio da justiça da casa grande;
(e) que sabe que sua única tábua de salvação é viabilizando as malfadadas reformas para agradar os donos do mundo (bancos, conglomerados financeiros e empresariais), convocou as Forças Armadas para tentar mais uns suspiros...

Ele sabe que só lhe resta usar a violência para continuar no poder.

O uso desse expediente filhote da ditadura, chamado "garantia da lei e da ordem" (GLO), só é permitido em casos excepcionalíssimos, como prevê a CF e legislação de 2013.

O que ocorreu em Brasília não pode ser enquadrado dentro desse tipo de excepcionalidade, pois a PM do DF tinha todas as condições operacionais para agir dentro da lei, garantindo direitos e inibindo eventuais excessos.

Lembremos que em 2013 as manifestações em Brasília foram muito mais tensas e intensas, sem utilização desse pretexto autoritário.
Logo, o ato de Temer é, além de desespero, ilegal, arbitrário e inconstitucional.

A  ação das Forças Armadas como instrumento de suporte ao presidente morto-vivo, um verdadeiro zumbi político, agrava sobremaneira o quadro político-institucional e nos lança num precipício.

Se até agora tínhamos situações que poderiam levar a quebra da ordem institucional, com esse tipo de medida ficamos reféns de (possíveis) criminosos no poder,  que usam do aparato de Estado para se imporem pelas vias da violência institucional.

Isso é inadmissível e derruba o último pilar do Estado de Direito cambaleante desde o golpe fajuto arquitetado pelos setores atrasados, antidemocráticos e antinacionais, à serviço do rentismo internacional.

Ademais, usar a GLO por uma semana, enquanto o Congresso vota as reformas que acabam com direitos, é impor violência institucional para garantir à fórceps a usurpação legislativa (porque sem nenhum respaldo popular) e a viabilidade de um governo ilegítimo. Escárnio!

Se ainda há um pingo de hombridade e de defesa da Constituição no STF espera-se uma ação enérgica da Corte antes que a barbárie tome conta do país...