tag:blogger.com,1999:blog-53936188198784274122024-03-05T23:05:47.435-03:00BLOG DO ROBSON SÁVIOFilosofia, direitos humanos, cidadania, política e religião...
robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.comBlogger363125tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-60617021142471363202021-08-17T08:12:00.002-03:002021-08-17T08:12:37.822-03:007 de setembro: independência ou morte?<p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px;"><br /></span></p><p><img alt="Bolsonaro-desfile" class="wp-image-982 size-full" height="466" sizes="(max-width: 1000px) 100vw, 1000px" src="https://domtotal.com/blog/robson/wp-content/uploads/sites/11/2021/08/Bolsonaro-desfile.jpg" srcset="https://domtotal.com/blog/robson/wp-content/uploads/sites/11/2021/08/Bolsonaro-desfile-300x183.jpg 300w, https://domtotal.com/blog/robson/wp-content/uploads/sites/11/2021/08/Bolsonaro-desfile-768x468.jpg 768w, https://domtotal.com/blog/robson/wp-content/uploads/sites/11/2021/08/Bolsonaro-desfile.jpg 1000w" style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; display: block; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px; height: initial; max-width: 100%; vertical-align: middle; width: auto;" width="765" /></p><figcaption class="wp-caption-text" style="background: rgb(255, 255, 255); bottom: 18px; box-sizing: border-box; color: #747474; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 14px; left: 12px; padding: 0px 6px; position: relative; width: 797.042px;">Sete de Setembro será mais uma tentativa de demonstração de força rumo à ruptura democrática. (Foto: Marcos Corrêa/PR)</figcaption><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px;">Tudo indica que Bolsonaro e grupos bolsonaristas preparam para o dia sete de setembro, em Brasília, uma manifestação que pode se transformar num dos atos mais violentos contra as instituições democráticas da República.</span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px;">Há muito circula nas redes sociais uma série de vídeos do cantor sertanejo Sérgio Reis, juntamente com lideranças de grupos empresariais, convocando os "patriotas" caminhoneiros, o movimento sertanejo e "homens de bens" para uma megamanifestação e um acampamento em Brasília a partir do dia 5 setembro em apoio ao ex-capitão.</span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px;">Note-se que nas redes sociais do cantor há uma série de posts da rede Sest/Senat, indicando a ligação do ex-deputado com empresas do segmento de transportes no Brasil. </span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px;">Nas convocações de Sérgio Reis, sempre ladeado por empresários e apoiadores do bolsonarismo, fica clara a intenção de transformar o evento militar numa demonstração do apoio de setores radicais da sociedade a Bolsonaro, utilizando como método a afronta às instituições democráticas, como por exemplo, ecoando o pedido para que o Exército interfira (ainda mais) nas instituições que freiam os arroubos autoritários do trainee de ditador de plantão. </span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px;">Como se não bastasse, para o mesmo evento começa uma mobilização de religiosos ultraconservadores, a partir de convocação feita pelo empresário da religião, Silas Malafaia.</span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px;">Acrescente-se que as redes sociais bolsonaristas estão ainda mais alvoroçadas depois que o estrategista de Donald Trump, Steve Bannon, declarou recentemente que as eleições de 2022 no Brasil serão estratégicas para a extrema-direita global, porque "Jair Bolsonaro irá enfrentar o esquerdista mais perigoso do mundo, Lula".</span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px;">Como sabemos, acontece em 7 de Setembro, em Brasília, a tradicional parada militar das Forças Armadas. Neste sentido, o cenário que se projeta na capital federal é de uma conjunção de vários setores da extrema-direita, apoiadores de Bolsonaro e do bolsonarismo, a saber: segmentos do militarismo que resolveram bandear para a política; grupos da extrema-direita, representados por caminhoneiros e corporações; associações religiosas ultraconservadoras (e reacionárias) e parcelas radicais da sociedade, difusas na classe média.</span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px;">O cenário que se projeta será propício para que outros apoiadores do bolsonarismo do campo da política institucional se associem a esse ato de afronta as instituições democráticas e à democracia.</span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px;">O evento em Brasília tem ingredientes atrativos para outras adesões. Por exemplo, lideranças políticas poderão se somar aos radicais da extrema-direita direita, potencializando o ato. Na disputa pelo voto impresso, na Câmara dos Deputados, por exemplo, além dos parlamentares já identificados com a extrema-direita, uma parte significativa de parlamentares do chamado centro e da direita inclinou-se ao bolsonarismo, evidenciando um claro descolamento daquilo que tradicionalmente classificamos como a direita democrática e "civilizada".</span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px;">Isto mostra claramente que, somando-se aos setores radicais da sociedade, Bolsonaro ainda goza do respaldo de parcelas do mundo político, militar, empresarial, religioso e corporativo, além do apoio canino de Lira. Uma coalizão que lhe sustenta e torna pouco provável o avanço de um processo de impeachment, neste momento.</span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px;">Bolsonaro deixa claro que não aceitará os resultados das eleições do próximo ano se o pleito não lhe for favorável. Vislumbrando a derrota eleitoral, a única saída que lhe resta é o fortalecimento das suas bases radicais de apoio na sociedade e em setores do Estado para uma ruptura (à força). </span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px;">A parada militar coincidindo com o ato popular convocado para o dia 7 de Setembro poderá ser um divisor de águas em termos de radicalização das pretensões de Bolsonaro (e do bolsonarismo) e mais uma tentativa de demonstração de força rumo à ruptura democrática. A depender dos "resultados" norteará o futuro da República. </span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px;">De fato, a corda está sendo esticada à exaustão. Mais cedo ou mais tarde arrebentará. As instituições democráticas insistem no bordão que "estão funcionando". A radicalização próspera. Sinais de ruptura abundam... E paira a dúvida, nessa altura: quem sairá vitorioso dessa insana disputa, o bolsonarismo e a extrema-direita ou a democracia.</span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px;">Portanto, nunca o lema da independência foi tão atual: independência do Brasil (de Bolsonaro) rapidamente, ou morte agônica (da democracia).</span></p>robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-41788818389725341202021-08-17T08:06:00.005-03:002021-08-17T08:07:50.157-03:00Arthur Lira é, no momento, o maior avalista de Bolsonaro<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><picture style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; text-align: start;"><img alt="Jair Bolsonaro e Arthur Lira" loading="lazy" src="https://publisher-publish.s3.eu-central-1.amazonaws.com/pb-brasil247/swp/jtjeq9/media/20210513150544_456c98691cc318b812c2bb49ffca460d3c742dd43eee9d0062c6a383556df26d.jpg" style="border-radius: 3px; border: 0px; box-sizing: border-box; display: block; height: auto; margin: 0px auto; max-width: 100%; vertical-align: middle; width: 789.035px;" title="Jair Bolsonaro e Arthur Lira (Foto: Alan Santos/PR)" /></picture><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; text-align: start;"></span></div><p></p><figcaption style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #888888; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-weight: bold; line-height: 22.4px; margin-top: 10px;"><span style="font-size: x-small;">Jair Bolsonaro e Arthur Lira (Foto: Alan Santos/PR)</span></figcaption><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px;">Até os jornalões -- que representam os interesses das elites econômica e política do Brasil -- chegam a uma conclusão óbvia: se o presidente da Câmara, Arthur Lira, continuar negando a abertura do processo de impeachment, ele se reafirma como o grande avalista do governo mortífero e corrupto de Bolsonaro e, nesse caso, precisa ser responsabilizado. </span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px;">No último dia 1° de julho foi protocolado um superpedido de impeachment que apontava imputações de 23 crimes de responsabilidade contra Bolsonaro.</span></p><p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px;">Listo, abaixo, dez infrações claramente praticadas e documentadas com imagens, declarações, lives, documentos e outras fontes, por Bolsonaro:</span></p><ol style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; margin-bottom: 10px; margin-top: 0px;"><li style="box-sizing: border-box;">Negligência com o direito à saúde da população (fartamente documentada pela CPI da Covid-19);</li><li style="box-sizing: border-box;">Suspeita de negligência e/ou participação em atos de corrupção na compra de vacinas pelo Ministério da Saúde;</li><li style="box-sizing: border-box;">Charlatanismo no incentivo ao uso de medicamentos ineficazes para tratamento da Covid-19;</li><li style="box-sizing: border-box;">Exercício ilegal de profissão (por receitar medicamentos) em atos de governo;</li><li style="box-sizing: border-box;">Participação em atos antidemocráticos;</li><li style="box-sizing: border-box;">Incitação ao descumprimento de leis e decisões judiciais;</li><li style="box-sizing: border-box;">Interferências abusivas em instituições de Estado;</li><li style="box-sizing: border-box;">Ataques sistemáticos contra o Supremo Tribunal Federal;</li><li style="box-sizing: border-box;">Levantamento de suspeitas infundadas de fraude eleitoral;</li><li style="box-sizing: border-box;">Dezenas de atentados ao decoro exigido para o exercício do cargo.</li></ol><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; line-height: 32px; margin-bottom: 20px !important; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Estas, entre outras infrações gravíssimas, configuram fartas razões jurídicas (e políticas) para que o presidente da Câmara coloque de lado os interesses politiqueiros do "centrão" e inicie, tardiamente, o processo de impeachment de Bolsonaro. </p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; line-height: 32px; margin-bottom: 20px !important; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Segundo o professor da PUC Minas Marcelo Campos Gallupo, autor do livro "Impeachment — O que é, como se processa e por que se faz", a jurisprudência do STF ampliou os poderes do presidente da Câmara na análise do início de um processo de impeachment, previstos na Lei 1.079/50. Assim, Lira pode rejeitar denúncias patentemente ineptas ou desprovidas de justa causa (materialidade delitiva e indícios de autoria).</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; line-height: 32px; margin-bottom: 20px !important; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Em artigo publicado na Conjur, Galuppo informa que ainda assim "o presidente da Câmara não pode fazer um juízo político, de conveniência e oportunidade, sobre o mérito da denúncia. "Não existe, juridicamente, margem para que o presidente de Câmara faça essa análise política sobre se é conveniente ou não aceitar ou rejeitar uma denúncia", afirma o constitucionalista Luiz Fernando Gomes Esteves. "Uma vez que a denúncia apresente todas as formalidades, o presidente da Câmara deveria, sim, aceitá-la, e consequentemente formar a comissão para analisá-la", conclui.</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; line-height: 32px; margin-bottom: 20px !important; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">No caso de Bolsonaro as denúncias são abundantes em materialidade delitiva e indícios de autoria.</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; line-height: 32px; margin-bottom: 20px !important; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Portanto, é preciso que a pressão política e jurídica neste momento seja dirigida ao presidente da Câmara para que cumpra seu dever, sob pena de responder criminalmente pela sua omissão, negligência e cumplicidade com Bolsonaro e seus crimes.</p>robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-9961131536883827822021-08-17T08:03:00.000-03:002021-08-17T08:03:01.507-03:00Extrema-direita: religião, militarismo e neoliberalismo<p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; line-height: 32px; margin-bottom: 20px !important; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><picture style="box-sizing: border-box;"><img alt="Apoiadores fazem gesto em direção a Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada" loading="lazy" src="https://publisher-publish.s3.eu-central-1.amazonaws.com/pb-brasil247/swp/jtjeq9/media/2020051122058_8eb57c1bce1de707bba5657a33189bfd85e436814b62dd10ba9a0c454a3bdecf.png" style="border-radius: 3px; border: 0px; box-sizing: border-box; display: block; height: auto; margin: 0px auto; max-width: 100%; vertical-align: middle; width: 789.035px;" title="Apoiadores fazem gesto em direção a Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada (Foto: Reprodução)" /></picture></p><figcaption style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #888888; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-weight: bold; line-height: 22.4px; margin-top: 10px;"><span style="font-size: x-small;">Apoiadores fazem gesto em direção a Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada (Foto: Reprodução)</span></figcaption><figcaption style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #888888; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 1.6rem; font-weight: bold; line-height: 22.4px; margin-top: 10px;"><br /></figcaption><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; line-height: 32px; margin-bottom: 20px !important; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">A extrema-direita global desfruta de símbolos do cristianismo para formar uma "milícia religiosa", a reeditar a guerra do bem contra o mal. </p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; line-height: 32px; margin-bottom: 20px !important; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">O bem seria tudo aquilo associado ao pensamento conservador (religião, família tradicional, propriedade privada, meritocracia, precedência do individual sobre o público). O mal, por sua vez, está associado à modernidade, ciência, feminismo, esquerdismo, luta de classe, estado social, etc...).</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; line-height: 32px; margin-bottom: 20px !important; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Montada, como numa CRUZADA RELIGIOSA, em tradições da "família/moral conservadora", a extrema-direita une líderes como Bolsonaro; extremistas norte-americanos, incluindo grupos supremacistas (e lideranças religiosas evangélicas e católicas, até mesmo junto ao episcopado); Viktor Orban (Hungria); Vladimir Putin (que se aliou à Igreja Católica Ortodoxa Russa); Le Pen (França); extremistas da Espanha, Inglaterra e até neonazistas alemães. </p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; line-height: 32px; margin-bottom: 20px !important; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">No Brasil, além de lideranças evangélicas neopentecostais (principalmente das grandes igrejas midiáticas - muitas delas verdadeiras empresas religiosas), a extrema-direita goza de prestígio junto a membros do clero e do episcopado católicos, vários padres midiáticos, instituições religiosas (algumas midiáticas), youtubers famosos e uma bancada de ultraconservadores no Parlamento (de câmaras de vereadores ao Congresso Nacional.</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; line-height: 32px; margin-bottom: 20px !important; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Essa aliança une o conservadorismo RELIGIOSO, o poder político ancorado no MILITARISMO (no caso esse governo militarizado -- que se vangloria na defesa de moralismos à la Olavo de Carvalho) e no poder econômico alicerçado no ULTRALIBERALISMO, essa nova versão do neoliberalismo (à la Paulo Guedes e figuras esdrúxulas, do tipo o Véio das megalojas de produtos variados, Wizzard e outros negociantes que, segundo dizem, para alcançarem o sucesso INDIVIDUAL E PRIVADO vendem até a mãe).</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; line-height: 32px; margin-bottom: 20px !important; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Portanto, a base social que agrega essa massa difusa precisa de um discurso MORALISTA, CRISTÃO, CONSERVADOR para manter mobilizada uma legião religiosa que tem em líderes carismáticos radicais, como Bolsonaro, Putin e outros, e para defender radicalmente uma visão salvacionista e redentora do mundo. Uma recristianização global, que é a base da Teologia do Domínio presente nos discursos desses grupos religiosos (a crença segundo o qual a religião deve dominar o poder político, a cultura, a educação, as artes, os comportamentos...).</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; line-height: 32px; margin-bottom: 20px !important; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">A RELIGIÃO é o principal elemento de constituição dessa base social da extrema-direita global. Mas, são o MILITARISMO e o ULTRALIBERISMO que caracterizam o domínio do poder estatal (da extrema-direita) em níveis nacionais, com intentos globais. Não por coincidência, governos teocráticos, militares e ultraliberais são formas distintas de autoritarismos.</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; line-height: 32px; margin-bottom: 20px !important; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Por isso, na ausência momentânea de Trump, Bolsonaro é um dos candidatos à liderança da extrema-direita global conforme ficou claro na visita de uma liderança neonazista alemã ao presidente brasileiro nesta semana.</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: "source sans pro", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; line-height: 32px; margin-bottom: 20px !important; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">Uma observação final: o Papa Francisco é a principal liderança global no enfrentamento à extrema-direita. Por isso, é tão perseguido, inclusive dentro da Igreja Católica. Estima-se, por exemplo, que dos 240 bispos norte-americanos, somente uns 40 apoiam explicitamente Francisco. Não ouso afirmar sobre a situação no Brasil. Mas, certamente o apoio do episcopado brasileiro ao papa Francisco é bem maior e mais explícito. Vide manifestações da CNBB nos últimos tempos.</p>robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-84253367060255858082021-04-11T16:35:00.001-03:002021-04-11T16:35:40.363-03:00Religião e Política: Programa Mundo Político (TV ALMG)<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/g0jG-aCfaMI" frameborder="0"></iframe>robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-60854878947474401782020-10-12T18:18:00.006-03:002020-10-12T18:18:54.064-03:00Religião, política e poder nas eleições 2020: uma pandemia, num imenso pandemônio<p><br /></p><p align="center" style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img alt="" data-original-height="506" data-original-width="634" height="295" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCVeVQvENjVLtONMTsNvE1S0VmFLAP6lKw7YjJzfW-x2Ih2tjEAYoHMXNkUxMBFhUOHshABbD6JSqhsIqltSUPXdqPQJOlg9Q0FTboLy9EC8smmhVyLkSmIppVdznTPyK6jhdOX5Mtye0/w370-h295/image.png" width="370" /></div><b><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;"></span></b><p></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">Há uma série de variáveis que devem ser consideradas nas eleições deste ano. A primeira, e mais importante, é o efeito da pandemia no pleito. A mudança do calendário eleitoral é a face visível da influência pandêmica. Porém, o debate sobre a efetividade das administrações municipais no enfrentamento da doença, associado com o comportamento das lideranças dos municípios em relação às posições dos governos estadual e federal durante a crise sanitária certamente mobilizarão parte das pautas e debates eleitorais.</span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">Mas, não nos enganemos: o resultado das eleições tende a ser definido por questões objetivas que estão relacionadas ao contexto de cada município (as políticas públicas de saúde, educação, transporte, moradia, etc.), mas, também e não menos importante, com os apelos emotivos, relacionados a crenças, percepções e sentimentos que candidatos e partidos costumam utilizar, em doses cavalares, nos pleitos municipais.</span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">Por isso, é muito importante observarmos alguns elementos que podem caracterizar essa eleição como uma disputa a reconfigurar não somente a política municipal, mas a política nacional.</span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">1.</span></b><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;"> A participação de lideranças ligadas às igrejas, principalmente neopentecostais: há claramente uma disputa eleitoral que se consolida no campo religioso. </span><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">As pautas morais se constituem no principal instrumento de alavancagem de candidaturas e de políticos eleitos ligados ao chamado neopentecostalismo. Estudos e depoimentos apontam um projeto político de tomada de poder do Estado por algumas igrejas evangélicas.<a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftn1&source=gmail&ust=1602623697922000&usg=AFQjCNHoZN4l4sj6OObxYrJapr1Qyg7znQ" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftn1" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftnref1" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">[1]</span></span></span></a></span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">Tendo como base dados iniciais divulgados pelo TSE</span><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">, o portal UOL identificou pelo menos 5.555 candidatos que usam alguma referência religiosa no nome da urna. Contudo esse número despreza candidatos que não declararam sua filiação religiosa em seu registro eleitoral.</span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">Evangélicos têm disputado vários postos na política nacional e também na política municipal. Nas eleições para conselheiros tutelares, no ano passado, por exemplo, chamou a atenção o interesse de religiosos e membros de igrejas na ocupação de lugares estratégicos na arena política: dezenas de igrejas inscreveram seus representantes nas eleições para os Conselhos Tutelares. Os temas morais, importantes na pauta da defesa de criança e adolescentes, mobilizaram os candidatos dessas igrejas. </span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">Na avaliação da mídia empresarial, a disputa se dava entre católicos e evangélicos, e espelhava o crescimento de igrejas protestantes no Brasil<a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftn2&source=gmail&ust=1602623697922000&usg=AFQjCNEkpdjfAIzJc1w3w3uYE0fJNhUhFw" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftn2" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftnref2" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">[2]</span></span></span></a>. A eleição para conselheiros tutelares explicitou uma “batalha religiosa” em curso no Brasil. Nos últimos 20 anos, a bancada evangélica no Congresso Nacional triplicou: a atual legislatura conta com 195 dos 513 deputados, o equivalente a 38% do total de parlamentares. “A atual bancada evangélica é a mais governista dos últimos cinco mandatos presidenciais. 90% dos votos registrados pelos evangélicos foram a favor do governo (Bolsonaro)”.<a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftn3&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNEjtARbxoiboqahNgsF5youm0_qXw" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftn3" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftnref3" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">[3]</span></span></span></a> E como se percebe, cada vez mais líderes, deputados e ministros ligados às igrejas evangélicas ocupam espaço nas áreas estratégicas do governo.</span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">A utilização da religião, notadamente do cristianismo, tem caracterizado a nova extrema-direita global, como revelou recentemente o vaticanista Iacopo Scaramuzzi em um livro recém-publicado, intitulado <i>Dio? In fondo a destra – perché i populismi sfruttano il cristianesimo</i> (em tradução literal, Deus? No fundo à direita – Porque os populismos desfrutam do cristianismo), cuja capa estampa quatro dos principais expoentes desse fenômeno: Salvini, Trump, Bolsonaro e Putin.<a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftn4&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNGKzQYrOky6dN1WCJCuLufmnwyZnA" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftn4" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftnref4" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">[4]</span></span></span></a></span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">Não sem motivos, em seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, em 22 de setembro, o presidente Jair Bolsonaro usou o polêmico termo “cristofobia” que sinaliza uma estratégia eleitoral voltada ao público evangélico. Segundo Ronilso Pacheco, pastor evangélico e estudioso das religiões, o termo cristofobia vai ser usado como estratégia eleitoral decisiva nas próximas eleições.<a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftn5&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNEYf9pLx7QIFl1SC0ywttd8zWILgg" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftn5" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftnref5" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">[5]</span></span></span></a></span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">Mais recentemente, Bolsonaro evocou um lema do integralismo, “Deus, pátria e família”, num discurso para mobilizar sua base de apoio ultraconservadora e fundamentalista. O integralismo, diga-se de passagem, se constituiu no Brasil a partir da década de 1930 como uma espécie de “fascismo à brasileira”, com movimentos de viés religioso, e foi fundamental na construção de uma base social para o golpe militar de 1964. Portanto, manipulação da religião parece se constituir numa das tônicas dessas eleições.</span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">Há uma pequena reação de candidaturas religiosas progressistas articuladas por coletivos evangélicos. É preciso acompanhar esse movimento.</span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">2.</span></b><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;"> Outro grupo não menos importante que está bastante coeso na disputa eleitoral deste ano, também associado a questões religiosas, é ligado ao militarismo. Segundo o portal G1, “a eleição de 2020 já é a disputa municipal com o maior número de candidatos policiais e militares dos últimos 16 anos. Em números absolutos, são 6,7 mil postulantes aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador em todo país, superior ao total registrado em 2012. O aumento dessas candidaturas também é de 12,5% em relação à eleição de 2016.” Esses números podem ser ainda maiores porque há casos de policiais ou militares que se autodeclaram apenas servidores públicos.<a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftn6&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNHgyEFszBBAVGgYm3WJkSXDPOZjmw" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftn6" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftnref6" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">[6]</span></span></span></a></span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">Uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontou que o segmento militar está muito associado ao bolsonarismo.<a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftn7&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNFp4dopctlH2K3bzG1wiF4VSnIn7A" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftn7" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftnref7" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">[7]</span></span></span></a></span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">Há que se observar que alianças entre o neopentecostalismo e o militarismo se dão em várias frentes. A bancada intitulada BBB (Bala, Bíblia e Boi) é o caso mais emblemático. Mas, não é somente isso. Reportagem da Revista Fórum, de janeiro de 2020, intitulada “Igreja Universal cria seu exército particular com recrutamento de PMs” apresenta um vídeo institucional da “Universal nas Forças Policiais (UFP)”, braço da igreja de Edir Macedo nas “Forças de Segurança Pública, Forças Armadas e órgãos governamentais”. Segundo o vídeo, a Universal atingiu 983.441 policiais e familiares no ano de 2019, em 73.526 palestras, eventos e cafés realizados, e doado 439.471 “Bíblias e literaturas”.<a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftn8&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNFGnZ1cQFSkTBEubc1YntRhkXHW_Q" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftn8" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftnref8" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">[8]</span></span></span></a></span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">Observemos que o governo Bolsonaro é claramente um governo militarizado. Como informou recentemente o <b>El País</b>, o Brasil de Jair Bolsonaro já tem, proporcionalmente, mais militares como ministros do que a vizinha Venezuela, onde há muito tempo as Forças Armadas abdicaram da neutralidade e se tornaram fiadoras da permanência de Nicolás Maduro no poder<a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftn9&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNFbip6SYTz8zJsmCBlCdtb6z7GDnA" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftn9" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftnref9" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">[9]</span></span></span></a>. Isso sem contar os militares colocados em milhares postos-chave do governo brasileiro. Portanto, militarismo e religião são duas bases sociais importantes na disputa eleitoral deste ano que podem ajudar na reconfiguração a composição de forças política mais amplas. Não à toa, a guinada bolsonarista para o chamado “centrão” que acolhe boa parte dessas candidaturas aponta uma estratégia ambiciosa da extrema-direita no Brasil.</span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">3.</span></b><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;"> </span><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">Um outro ponto importante a gerar prejuízos no processo eleitoral será, certamente, a utilização ampla das chamadas <i>fake news</i>. Não por acaso, notícias falsas são muito utilizadas por lideranças religiosas apelando para o universo simbólico que envolve a fé, crença e a religião.</span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">Apesar de o TSE ter agido preventivamente com uma série de parcerias com redes sociais e aplicativos de mensagem com vistas a identificação e punição de propagadores de notícias falsas, os especialistas têm alertado que esse “submundo” altamente apelativo dificilmente será controlado nas eleições. E, como se sabe por uma série de estudos nacionais e internacionais relativos a pleitos ocorridos na última década, a utilização de notícias falsas tem o poder de interferir no debate democrático, alterando resultados eleitorais.<a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftn10&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNFWLn66iALx6JX7B8p40wCPFqxWlw" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftn10" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftnref10" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">[10]</span></span></span></a></span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">4.</span></b><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;"> O discurso que combina criminalização da política com a ideia de renovação política é bem presente no imaginário do eleitor. Neste sentido, há que se observar que partidos do espectro da direita e da extrema-direita, principalmente novos partidos surgidos na última década, têm sido exitosos nas eleições justamente pela capacidade de apresentarem “novos” candidatos ou <i>outsiders</i> da política.</span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">Em contrapartida, há pouca renovação de lideranças políticas a disputarem o pleito nos partidos de esquerda. Tais partidos ainda são muito apegados em candidaturas já experimentadas e que muitas vezes têm pouca possibilidade de sucesso eleitoral num ambiente tão polarizado ou já foram rejeitadas nas urnas. Além da pouca capacidade de renovação e do distanciamento das bases sociais, em geral, a preservação de quadros históricos parece orientar as burocracias partidárias da esquerda. Ou seja, a esquerda apresenta-se pouco criativa frente ao movimento ultraconservador que se organiza no Brasil desde 2013.</span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">5.</span></b><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;"> É importante registrar, por fim, um elemento novo nessas eleições municipais: as chamadas candidaturas coletivas, majoritariamente no campo progressista, que merecem toda atenção. Porém, há que se verificar, depois do pleito, a viabilidade desse tipo de candidatura.</span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">Estes são alguns pontos que merecem atenção dos setores democráticos e progressistas neste pleito de 2020. Apesar de as eleições municipais, ordinariamente, focarem nos debates acerca dos temas municipais, há uma série de elementos que indicam articulações com o objetivo de ampliação das bases políticas de partidos do espectro conservador e ultraconservador. Não à toa, a aliança de ocasião com o “centrão” reposicionou o governo Bolsonaro no Congresso Nacional, arrefeceu os atritos com o Supremo e, sob o ponto de vista eleitoral, poderá significar um adensamento dessa base partidária com vistas às articulações para 2020.</span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 28.5619px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 31.1584px;">Enquanto isso, há um “bate-cabeça” entre os setores progressistas e de esquerda. Portanto, essas eleições na pandemia apresentam-se como verdadeiro pandemônio. Sempre na esperança de que dias melhores virão...</span></p><div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: georgia, serif; font-size: small;"><br clear="all" /><hr align="left" size="1" width="33%" /><div><p style="text-align: justify;"><a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftnref1&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNF86ld6hnRR8WqRuX-rQdA64kjNpg" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftnref1" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftn1" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-family: "times new roman", serif;"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 25.9653px;">[1]</span></span></span></span></a><span style="font-family: "times new roman", serif;"> <b>Neopentecostais e o projeto de poder</b>. Veja em: <a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://diplomatique.org.br/neopentecostais-e-o-projeto-de-poder/&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNGvwz86xkPGEcumzxR3LihrtJVfwg" href="https://diplomatique.org.br/neopentecostais-e-o-projeto-de-poder/" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="font-family: calibri, sans-serif;">https://diplomatique.org.<wbr></wbr>br/neopentecostais-e-o-<wbr></wbr>projeto-de-poder/</span></a> ; <b>Para entender o projeto de poder de políticos e igrejas neopentecostais</b>. Veja em: <a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://jornalggn.com.br/politica/para-entender-o-projeto-de-poder-de-politicos-e-igrejas-neopentecostais/&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNF0odTp7fehbBjK50rb1D2F6z0HZw" href="https://jornalggn.com.br/politica/para-entender-o-projeto-de-poder-de-politicos-e-igrejas-neopentecostais/" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="font-family: calibri, sans-serif;">https://jornalggn.com.br/<wbr></wbr>politica/para-entender-o-<wbr></wbr>projeto-de-poder-de-politicos-<wbr></wbr>e-igrejas-neopentecostais/</span></a>; <b>Pa<wbr></wbr>ís terrivelmente evangélico é projeto de poder ou preconceito da elite</b>. Veja em: <a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/03/07/pais-terrivelmente-evangelico-e-projeto-de-poder-ou-preconceito-da-elite.htm&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNEmUuVSJlZED4Ad1X5h8mlBRnaLtw" href="https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/03/07/pais-terrivelmente-evangelico-e-projeto-de-poder-ou-preconceito-da-elite.htm" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="font-family: calibri, sans-serif;">https://tab.uol.com.br/<wbr></wbr>noticias/redacao/2020/03/07/<wbr></wbr>pais-terrivelmente-evangelico-<wbr></wbr>e-projeto-de-poder-ou-<wbr></wbr>preconceito-da-elite.htm</span></a></span></p></div><div><p style="text-align: justify;"><a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftnref2&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNHfw8JvI8r0YCTx9VZmo8hLgul7TA" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftnref2" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftn2" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-family: "times new roman", serif;"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 25.9653px;">[2]</span></span></span></span></a><span style="font-family: "times new roman", serif;"> <b>A batalha entre católicos e evangélicos pelo domínio dos conselhos tutelares.</b> Veja em: <a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/10/01/a-batalha-entre-catolicos-e-evangelicos-pelo-dominio-dos-conselhos-tutelares.ghtml&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNFVsYM_RUOtH5pseAYdUSVIvdhipg" href="https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/10/01/a-batalha-entre-catolicos-e-evangelicos-pelo-dominio-dos-conselhos-tutelares.ghtml" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="font-family: calibri, sans-serif;">https://g1.globo.com/<wbr></wbr>politica/noticia/2019/10/01/a-<wbr></wbr>batalha-entre-catolicos-e-<wbr></wbr>evangelicos-pelo-dominio-dos-<wbr></wbr>conselhos-tutelares.ghtml</span></a></span></p></div><div><p style="text-align: justify;"><a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftnref3&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNHmNGEkvOmEocDxB3_JrpTjrkas4g" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftnref3" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftn3" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-family: "times new roman", serif;"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 25.9653px;">[3]</span></span></span></span></a><span style="font-family: "times new roman", serif;"> <b>Bancada evangélica triplicou</b>. Veja em: <a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/colunas/reporter_brasilia/2019/09/703324-bancada-evangelica-triplicou.html&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNFvs9PXOfz2-v-0acKmR-eX3mt6OA" href="https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/colunas/reporter_brasilia/2019/09/703324-bancada-evangelica-triplicou.html" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="font-family: calibri, sans-serif;">https://www.<wbr></wbr>jornaldocomercio.com/_<wbr></wbr>conteudo/colunas/reporter_<wbr></wbr>brasilia/2019/09/703324-<wbr></wbr>bancada-evangelica-triplicou.<wbr></wbr>html</span></a></span></p></div><div><p style="text-align: justify;"><a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftnref4&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNH1HFGqkCM9K4naz2uyZggdLw_TFw" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftnref4" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftn4" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-family: "times new roman", serif;"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 25.9653px;">[4]</span></span></span></span></a><span style="font-family: "times new roman", serif;"> <b>Extrema-direita: pautas moralistas unem religião e militarismo</b>. Veja em: <a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/602840-extrema-direita-pautas-moralistas-unem-religiao-e-militarismo&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNHqFYVbFofy_f15roN26DFHhIxdfQ" href="http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/602840-extrema-direita-pautas-moralistas-unem-religiao-e-militarismo" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="font-family: calibri, sans-serif;">http://www.ihu.unisinos.<wbr></wbr>br/78-noticias/602840-extrema-<wbr></wbr>direita-pautas-moralistas-<wbr></wbr>unem-religiao-e-militarismo</span></a></span></p></div><div><p style="text-align: justify;"><a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftnref5&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNHRuGKEWHbkw1c_Y0Gfz8F22Ap_YQ" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftnref5" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftn5" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-family: calibri, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 25.9653px;">[5]</span></span></span></a> <b><span style="font-family: "times new roman", serif;">Debate sobre cristofobia é estratégico para candidatura ultraconservadoras, avalia pesquisador</span></b><span style="font-family: "times new roman", serif;">. Veja em: <a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://brasil.elpais.com/brasil/2020-09-28/debate-sobre-cristofobia-e-estrategico-para-candidaturas-ultraconservadoras-avalia-pesquisador.html&source=gmail&ust=1602623697923000&usg=AFQjCNGzS1nGMt4Xa-9GTnpAC_9C0NHIBA" href="https://brasil.elpais.com/brasil/2020-09-28/debate-sobre-cristofobia-e-estrategico-para-candidaturas-ultraconservadoras-avalia-pesquisador.html" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="font-family: calibri, sans-serif;">https://brasil.elpais.com/<wbr></wbr>brasil/2020-09-28/debate-<wbr></wbr>sobre-cristofobia-e-<wbr></wbr>estrategico-para-candidaturas-<wbr></wbr>ultraconservadoras-avalia-<wbr></wbr>pesquisador.html</span></a></span></p></div><div><h1 style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 24pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftnref6&source=gmail&ust=1602623697924000&usg=AFQjCNG07nKrSF2WhlewanrXjwVHTW_7cg" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftnref6" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftn6" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="vertical-align: super;"><b><span style="font-size: 10pt; line-height: 25.9653px;">[6]</span></b></span></span></span></a><span style="font-size: 10pt;"> <span style="color: #111111;">Eleições 2020 terão o maior número de candidatos militares dos últimos 16 anos. </span></span><span style="color: #111111; font-size: 10pt; font-weight: normal;">Veja em: <a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2020/eleicao-em-numeros/noticia/2020/10/01/eleicoes-2020-terao-o-maior-numero-de-candidatos-militares-dos-ultimos-16-anos.ghtml&source=gmail&ust=1602623697924000&usg=AFQjCNEStKJn5wR69aTXegHMC_6eL1R08A" href="https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2020/eleicao-em-numeros/noticia/2020/10/01/eleicoes-2020-terao-o-maior-numero-de-candidatos-militares-dos-ultimos-16-anos.ghtml" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank">https://g1.globo.com/<wbr></wbr>politica/eleicoes/2020/<wbr></wbr>eleicao-em-numeros/noticia/<wbr></wbr>2020/10/01/eleicoes-2020-<wbr></wbr>terao-o-maior-numero-de-<wbr></wbr>candidatos-militares-dos-<wbr></wbr>ultimos-16-anos.ghtml</a></span></h1></div><div><p style="text-align: justify;"><a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftnref7&source=gmail&ust=1602623697924000&usg=AFQjCNE3eNBy2mYvZE8bDam0cGzV4SzArw" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftnref7" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftn7" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-family: calibri, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 25.9653px;">[7]</span></span></span></a> <b><span style="font-family: "times new roman", serif;">Levantamento aponta que 41% dos praças da PM no país são bolsonaristas</span></b><span style="font-family: "times new roman", serif;">. Veja em: <a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/08/07/levantamento-aponta-que-41-dos-pracas-da-pm-no-pais-sao-bolsonaristas.htm&source=gmail&ust=1602623697924000&usg=AFQjCNHIGmrVO3osueF8bzEZh-uKyE5Yhw" href="https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/08/07/levantamento-aponta-que-41-dos-pracas-da-pm-no-pais-sao-bolsonaristas.htm" style="color: #4285f4; text-decoration-line: none;" target="_blank">https://noticias.uol.com.<wbr></wbr>br/cotidiano/ultimas-noticias/<wbr></wbr>2020/08/07/levantamento-<wbr></wbr>aponta-que-41-dos-pracas-da-<wbr></wbr>pm-no-pais-sao-bolsonaristas.<wbr></wbr>htm</a></span></p></div><div><p style="text-align: justify;"><a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftnref8&source=gmail&ust=1602623697924000&usg=AFQjCNFQ-L15XkQP-6P1v7QaE6tggcY6sg" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftnref8" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftn8" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-family: calibri, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 25.9653px;">[8]</span></span></span></a> <b><span style="font-family: "times new roman", serif;">Igreja Universal cria seu exército particular com “recrutamento” de PMs</span></b><span style="font-family: "times new roman", serif;">. Veja em: <a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://revistaforum.com.br/politica/video-universal-nas-forcas-policiais-braco-de-edir-macedo-na-seguranca-publica-diz-ter-atingido-quase-1-milhao-de-soldados/&source=gmail&ust=1602623697924000&usg=AFQjCNFEbPJe0BQB5gq4U9muwPs8RqcTKw" href="https://revistaforum.com.br/politica/video-universal-nas-forcas-policiais-braco-de-edir-macedo-na-seguranca-publica-diz-ter-atingido-quase-1-milhao-de-soldados/" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="font-family: calibri, sans-serif;">https://revistaforum.com.<wbr></wbr>br/politica/video-universal-<wbr></wbr>nas-forcas-policiais-braco-de-<wbr></wbr>edir-macedo-na-seguranca-<wbr></wbr>publica-diz-ter-atingido-<wbr></wbr>quase-1-milhao-de-soldados/</span></a></span></p></div><div><h1 style="background: rgb(253, 253, 253); font-family: "times new roman", serif; font-size: 24pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftnref9&source=gmail&ust=1602623697924000&usg=AFQjCNFcG7l2-EiAI39gBEaPxJxOB1n2Iw" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftnref9" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftn9" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="vertical-align: super;"><b><span style="font-size: 10pt; line-height: 25.9653px;">[9]</span></b></span></span></span></a><span style="font-size: 10pt;"> </span><span style="font-size: 10pt;">Brasil de Bolsonaro tem maior proporção de militares como ministros do que Venezuela. </span><span style="font-size: 10pt; font-weight: normal;">Veja em: <a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51646346&source=gmail&ust=1602623697924000&usg=AFQjCNEU30u2WXBjMWN4cIcXPJKB7-A_Og" href="https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51646346" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank">https://www.bbc.com/<wbr></wbr>portuguese/brasil-51646346</a></span></h1></div><div><h1 style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 24pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; text-align: justify;"><a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540%23m_4812935325486645664__ftnref10&source=gmail&ust=1602623697924000&usg=AFQjCNE0tp0inHSRxhBDJYnDu7l8LjAJzw" href="https://mobile-webview.gmail.com/1302069810/1355240348467343540#m_4812935325486645664__ftnref10" name="m_5312708564068538134_m_4812935325486645664__ftn10" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank"><span style="vertical-align: super;"><span style="font-size: 10pt;"><span style="vertical-align: super;"><b><span style="font-size: 10pt; line-height: 25.9653px;">[10]</span></b></span></span></span></a><span style="font-size: 10pt;"> <span style="color: #2d2d2d;">Notícias falsas ameaçam processos eleitorais na América Latina. </span></span><span style="color: #2d2d2d; font-size: 10pt; font-weight: normal;">Veja em: <a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/14/internacional/1521060611_975112.html&source=gmail&ust=1602623697924000&usg=AFQjCNEVmznvjfb7wcFPwhv7vDjOeTKERA" href="https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/14/internacional/1521060611_975112.html" style="color: blue; text-decoration-line: none;" target="_blank">https://brasil.elpais.com/<wbr></wbr>brasil/2018/03/14/<wbr></wbr>internacional/1521060611_<wbr></wbr>975112.html</a></span></h1></div></div>robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-71078154968939957742020-09-14T12:40:00.004-03:002020-09-14T12:40:25.214-03:00Extrema direita: pautas moralistas unem religião e militarismo<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: large;">E</span></b>m plena pandemia ressurgem fantasmas
insepultos, não enfrentados no período pós-ditadura e que habitavam o pântano brasileiro.
Há uma profusão de eventos a revelarem que um lodaçal autoritário, moralista e
hipócrita sustenta nossa sociedade (estruturalmente injusta, desigual, racista
e homofóbica). <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Nesse atoleiro, o bolsonarismo
tenta avançar e fia-se em dois pilares: a caserna, a garantir o controle das
instituições da República, apesar de regurgitações do Congresso e do Supremo e
as igrejas, principalmente poderosas agremiações religiosas neopentecostais, a garantirem
a base social. E como, ocasionalmente, parte da sociedade está entorpecida por
migalhas de auxílios financeiros pandêmicos (que foram direcionados por Paulo
Guedes e equipe em doses cavalares aos bancos<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
empresas<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a> e
setores rentistas - a garantirem o apoio as elites ao governo de plantão), as
condições objetivas para o avanço do autoritarismo de viés moralista parecem
promissoras, nessa empreitada dos novos cruzados do século XXI.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Surfando nessa onda conservadora
e confiando no apoio de instituições religiosas obscurantistas e no
autoritarismo de caserna, Bolsonaro e seu grupo palaciano resolveram avançar no
charco movediço das chamadas pautas de costumes, conforme revelou reportagem do
domingo (13/09) da Folha de S. Paulo<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
Armamento da população, criminalização da educação, da cultura e da ciência
(com incentivo à educação familiar) e a transformação de veículos automotores
em armamento para agradar brucutus da classe média são alguns dos projetos que
serão tocados no Congresso Nacional. Nada mais belicoso e ultrajante à dignidade
humana e, portanto, anticristão. <o:p></o:p></p><p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">E
por mais paradoxal que isso possa parecer, a base social para esse tipo de
empreitada usa da religião. Aliás, o uso da religião tem caracterizado a nova
extrema-direita global, como revelou recentemente o vaticanista Iacopo
Scaramuzzi em um livro recém-publicado, intitulado “Dio? In fondo a destra –
Perché i populismi sfruttano il cristianesimo” (em tradução literal, Deus? No
fundo à direita – Porque os populismos desfrutam do cristianismo), cuja capa
estampa quatro dos principais expoentes desse fenômeno: Salvini, Trump,
Bolsonaro e Putin.</p><p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">Em
entrevista a Lucas Ferraz, no Intercept Brasil em julho deste ano<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftn4" name="_ftnref4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></a>, o
estudioso do Vaticano argumenta que a exploração do cristianismo, católico e
evangélico, tem como objetivo “louvar um passado supostamente glorioso, além de
ter um forte apelo a todos aqueles perdidos com as crises econômica, política,
cultural, da globalização etc.”. “O fenômeno opera atualmente numa rede global
e é um dos pilares de projetos como o de Viktor Orbán e sua democracia cristã
iliberal na Hungria, do recém-reeleito Andrzej Duda e sua tradição sacra na
Polônia, de Matteo Salvini, que tentou se tornar homem forte do governo da
Itália brandindo rosários e falando em nome de Maria, além de ter
pavimentado a vitória de Jair Bolsonaro e seu ‘Deus acima de todos’”.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">No Brasil, grupos religiosos
estão à postos para servirem de escudo à empreita moralista, justamente quando
se avizinha o pleito municipal. A estratégia, não por acaso, é que os dois
principais grupos que buscam ampliar o sucesso eleitoral (policiais e
religiosos), pretendem engrossar ainda mais as bases de cruzados moralistas<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftn5" name="_ftnref5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></a>. Outro
não acaso: os dois grupos são as principais bases de apoio do bolsonarismo.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Enquanto isso, Damares, sua
equipe e grupos localizados estrategicamente em ministérios como o do meio
ambiente, educação e secretaria da cultura já agem há algum tempo arrancando
cercas jurídicas e até constitucionais, nas barbas dos “poderes que funcionam”,
para a boiada ultraconservadora passar. Vida de gado.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Nos últimos dias, lideranças
religiosas alinhadas à teologia da prosperidade (de um deus que abençoa aqueles
que gostam e têm dinheiro) e à teologia do domínio (assentada no pressuposto de
que o domínio da terra foi usurpado pelo diabo que, no delírio obscurantista de grupos
religiosos, são os comunistas, esquerdistas, socialdemocratas, cientistas,
progressistas, feministas, movimento LGBT+ etc.) apareceram com destaque na mídia
destilando veneno homofóbico<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftn6" name="_ftnref6" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></a>, ou
seja, usurpando da pauta moral e de costumes para suscitar engajamento e adesão
nas redes sociais conservadoras.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Noutra frente de disputas reais e
simbólicas persiste a discussão das isenções fiscais a instituições religiosas
(apesar do veto presidencial de mentirinha)<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftn7" name="_ftnref7" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></a>. O controle
público das movimentações financeiras de igrejas é relevante porque muitas das agremiações
religiosas se transformaram em verdadeiras lavandeiras financeiras, como
afirmou a antropóloga e cientista política Jacqueline Muniz em entrevista à
Revista Fórum: “Lavanderias do dinheiro do crime passa por agremiações
religiosas. Onde é que você vai lavar o dinheiro do crime, você vai usar as
agremiações religiosas porque cada uma delas tem um CNPJ. Então você pode criar
uma casa de oração ali na esquina, lavar o dinheiro do crime e com isso também
produzir intolerância religiosa, destruição de terreiros nas comunidades populares”,
disse a especialista em segurança pública<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftn8" name="_ftnref8" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></a>. Isso
sem contar a falta de transparência e eventual desvio de recursos financeiros,
como denunciou o Ministério Público de Goiás em relação à construção da nova Basílica
de Trindade. <a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftn9" name="_ftnref9" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></a><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Uma reportagem da Agência Pública
de agosto de 2020, intitulada “como o crime organizado tem explorado benefícios
concedidos a igrejas para operar seus negócios ilegais”, informa que “uma investigação
realizada por veículos de comunicação de dez países descobriu que, amparados
nas leis de liberdade de culto, algumas igrejas e líderes religiosos nas
Américas abusam da confiança de seus fiéis e cometem crimes como lavagem de
dinheiro e fraude”.<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftn10" name="_ftnref10" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></a> <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Não é de se estranhar a notícia
do Portal G1, de 12/09, segundo a qual movimentações atípicas realizadas pela
Igreja Universal do Reino de Deus, totalizando quase R$ 6 bilhões<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftn11" name="_ftnref11" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></a>. A
Universal é uma dessas igrejas que mais ocupam cargos e espaços públicos.
Inclusive patrocinou a criação de um partido político, o PRB, que mudou de nome
(Republicanos) para surfar na onda da direita e extrema-direita<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftn12" name="_ftnref12" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></a>. <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Noutra reportagem da Agência
Pública, comprova-se que uma aliança de Edir Macedo com Bolsonaro envolve
presidência da Câmara, cargos no governo e perdão de dívidas às igrejas.<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftn13" name="_ftnref13" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></a><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Portanto, as relações entre
igrejas, grupos ultraconservadores na política (nos três poderes, diga-se de
passagem) e a utilização de dinheiro público e privado (dízimos e outras contribuições)
para fins ilícitos é algo que merece toda a atenção.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Por outro lado, alianças entre o
neopentecostalismo e o militarismo se dão em outras frentes. Reportagem da Revista
Fórum de janeiro de 2020 intitulada “Igreja Universal cria seu exército
particular com recrutamento de PMs” apresenta um vídeo institucional da “Universal
nas Forças Policiais (UFP)”, braço da igreja de Edir Macedo nas “Forças de
Segurança Pública, Forças Armadas e órgãos governamentais”. Segundo o vídeo, a Universal
atingiu 983.441 policiais e familiares no ano de 2019, em 73.526 palestras, eventos
e cafés realizados, e doado 439.471 “Bíblias e literaturas”.<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftn14" name="_ftnref14" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></a><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Esses são alguns dos sinais a
demonstrarem que a nova onda de ataques de grupos bolsonaristas, nesse novo
front de batalha, não se dará contra o Supremo ou o Congresso, mas contra os
poucos avanços no campo de direitos dos chamados grupos minoritários (mulheres,
negros, gênero), advindos com a Constituição Federal de 1988. Em artigo de maio
deste ano intitulado “armar o país: a guerra santa bolsonarista” já prevíamos
essa batalha político-religiosa. E a bancada BBB (bala, bíblia, boi) que não é
nova (e conta com o apoio do “Novo”), parece oferecer o armamento de ocasião ao
bolsonarismo.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O amálgama entre ultraconservadorismo
religioso e militarismo autoritário merece atenção nessa quadra da nossa história.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Portanto, os democratas precisam
olhar com bastante atenção para essa coalizão que une algumas igrejas e setores
militares (ressalvando que há militares e igrejas democratas e republicanos) e,
em muitas ocasiões, se associa às milícias, a revelar um perigoso pântano para
o pouco que resta de democracia e a recordar tempos pouco memoráveis já vividos
pela sociedade brasileira num passado recente.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p>
</p><div><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Leia em: <a href="https://www.redebrasilatual.com.br/economia/2020/08/325-bilhoes-bc-governo-prioriza-bancos-pandemia/">https://www.redebrasilatual.com.br/economia/2020/08/325-bilhoes-bc-governo-prioriza-bancos-pandemia/</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn2">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Veja em: <a href="https://economia.ig.com.br/2020-05-22/vamos-perder-dinheiro-salvando-empresas-pequenininhas-diz-guedes.html">https://economia.ig.com.br/2020-05-22/vamos-perder-dinheiro-salvando-empresas-pequenininhas-diz-guedes.html</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn3">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Aqui: <a href="https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/09/com-popularidade-em-alta-bolsonaro-tenta-emplacar-pautas-de-costumes-no-congresso.shtml">https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/09/com-popularidade-em-alta-bolsonaro-tenta-emplacar-pautas-de-costumes-no-congresso.shtml</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn4">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftnref4" name="_ftn4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Veja em: <a href="https://theintercept.com/2020/07/27/entrevista-direita-populista-usa-cristianismo-para-criar-sentido-comum-e-respeitabilidade/">https://theintercept.com/2020/07/27/entrevista-direita-populista-usa-cristianismo-para-criar-sentido-comum-e-respeitabilidade/</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn5">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftnref5" name="_ftn5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Veja em: <a href="https://valor.globo.com/politica/noticia/2020/01/13/partidos-buscam-evangelicos-e-policiais-para-disputarem-capitais.ghtml">https://valor.globo.com/politica/noticia/2020/01/13/partidos-buscam-evangelicos-e-policiais-para-disputarem-capitais.ghtml</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn6">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftnref6" name="_ftn6" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Aqui: <a href="https://catracalivre.com.br/cidadania/ana-paula-valadao-faz-fala-homofobica-e-culpa-gays-por-aids/">https://catracalivre.com.br/cidadania/ana-paula-valadao-faz-fala-homofobica-e-culpa-gays-por-aids/</a>
e aqui: <a href="https://www.cartacapital.com.br/sociedade/na-igreja-nao-da-diz-pastor-andre-valadao-sobre-casais-homossexuais/">https://www.cartacapital.com.br/sociedade/na-igreja-nao-da-diz-pastor-andre-valadao-sobre-casais-homossexuais/</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn7">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftnref7" name="_ftn7" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Veja aqui: <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/09/bolsonaro-veta-anistia-em-tributos-a-igrejas.shtml">https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/09/bolsonaro-veta-anistia-em-tributos-a-igrejas.shtml</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn8">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftnref8" name="_ftn8" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Veja em: <a href="http://www.ineac.uff.br/index.php/noticias/item/427-igrejas-tornaram-se-lavanderias-para-o-dinheiro-das-milicias">http://www.ineac.uff.br/index.php/noticias/item/427-igrejas-tornaram-se-lavanderias-para-o-dinheiro-das-milicias</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn9">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftnref9" name="_ftn9" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Veja em: <a href="https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2020/08/21/mp-go-deflagra-operacao-que-apura-suspeita-de-irregularidades-na-afipe-responsavel-pela-basilica-de-trindade.ghtml">https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2020/08/21/mp-go-deflagra-operacao-que-apura-suspeita-de-irregularidades-na-afipe-responsavel-pela-basilica-de-trindade.ghtml</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn10">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftnref10" name="_ftn10" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Aqui: <a href="https://apublica.org/2020/08/como-o-crime-organizado-tem-explorado-beneficios-concedidos-a-igrejas-para-operar-seus-negocios-ilegais/">https://apublica.org/2020/08/como-o-crime-organizado-tem-explorado-beneficios-concedidos-a-igrejas-para-operar-seus-negocios-ilegais/</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn11">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftnref11" name="_ftn11" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Veja em: <a href="https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/09/12/mp-diz-que-igreja-universal-foi-usada-para-lavar-dinheiro-de-corrupcao-na-prefeitura-do-rio.ghtml">https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/09/12/mp-diz-que-igreja-universal-foi-usada-para-lavar-dinheiro-de-corrupcao-na-prefeitura-do-rio.ghtml</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn12">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftnref12" name="_ftn12" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Acesse em: <a href="https://veja.abril.com.br/politica/prb-anuncia-mudanca-para-republicanos-e-sera-8o-partido-a-trocar-de-nome/">https://veja.abril.com.br/politica/prb-anuncia-mudanca-para-republicanos-e-sera-8o-partido-a-trocar-de-nome/</a>.
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn13">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftnref13" name="_ftn13" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Veja aqui: <a href="https://apublica.org/2020/05/alianca-de-edir-macedo-com-bolsonaro-envolve-presidencia-da-camara-cargos-no-governo-e-perdao-de-dividas-as-igrejas/">https://apublica.org/2020/05/alianca-de-edir-macedo-com-bolsonaro-envolve-presidencia-da-camara-cargos-no-governo-e-perdao-de-dividas-as-igrejas/</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn14">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Extrema%20direita%20-%20religi%C3%A3o%20e%20militarismo.doc#_ftnref14" name="_ftn14" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></a>Acesse
em: <a href="https://revistaforum.com.br/politica/video-universal-nas-forcas-policiais-braco-de-edir-macedo-na-seguranca-publica-diz-ter-atingido-quase-1-milhao-de-soldados/">https://revistaforum.com.br/politica/video-universal-nas-forcas-policiais-braco-de-edir-macedo-na-seguranca-publica-diz-ter-atingido-quase-1-milhao-de-soldados/</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
</div><div style="mso-element: footnote-list;"><div id="ftn13" style="mso-element: footnote;">
</div>
</div>robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-31702215529533794002020-09-01T09:46:00.009-03:002020-09-01T10:33:39.636-03:00Fascismo galopante: Bolsonaro é bode que repele e agrada<p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-large;">O</span></b><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: large;">bservando o cenário sociopolítico
e religioso no Brasil, nos últimos tempos, deparamos frontalmente com fatos que
demonstram a urgência de se questionar o modelo que articula visceralmente o capitalismo
(poder econômico) e uma democracia iliberal (poder político) com uma sociedade patriarcal-cristã-elitista.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; line-height: 107%; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">No campo político-institucional,
um governo militar-miliciano coligado com o que há de pior dos setores do
cristianismo, empresariado, agronegócio e rentismo. Impulsionado por
usurpadores de bens públicos e arrombadores, sem escrúpulos, das cercas e
porteiras da Constituição e das leis, com forte apoio em segmentos moralistas e
de mentalidade escravocrata da classe média privilegiada, em lideranças e
instituições religiosas que depõem contra a ética cristã, em corporações
judiciárias e outras semi-castas (profissionais liberais que se julgam elite), a
coalizão no poder central soma-se ao fenômeno global da rearticulação da
extrema-direita que, como uma ideologia autoritária sempre à espreita, ganha
fôlego toda vez que são acentuadas as tensões e fragilidades sociais, notadamente
num contexto de crise estrutural do capitalismo. </span></p>
<p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; line-height: 107%; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Como analisa Robert Kurz, a direita
radical é filha legítima da democracia, porque “toda democracia produz como
reação imanente ao fim do processo de modernização, com regularidade lógica, o
novo radicalismo de direita em qualquer de suas variações”. (A democracia
devora seus filhos. Robert Kurz. Rio de Janeiro: Editora Consequência, 2020,
172 pp). Assim, o extremismo de direita no centro do capitalismo, neste momento
histórico, corresponde ao aprofundamento da crise estrutural do capitalismo,
sendo o novo radicalismo de direita filho legítimo da democracia de mercado, não
uma excrescência.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; line-height: 107%; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Portanto, para além das questões
conjunturais, trata-se de um processo histórico que se agudiza em sociedades
periféricas marcadas por desigualdades e violências estruturais sempre
maquiadas, naturalizadas e ratificadas pelas elites e setores conservadores da
sociedade (como é o caso do Brasil).</span></p>
<p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; line-height: 107%; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">É preciso superar o velho
maniqueísmo que opõe o bem <i>versus</i> o
mal e elege bodes expiatórios para purgar fenômenos sistêmicos, ao invés de enfrentá-los.
Assim, Bolsonaro, em certa medida, não passa de um “bode malcheiroso na sala”
que por um lado aponta à podridão de estruturas carcomidas por vícios históricos
tolerados e compartilhados socialmente e que, mesmo assim, a exalar o odor putrefato,
continua a mobilizar vários setores da sociedade, da política e da religião a
comprovar que o “bode” não está sozinho. Ele, simplesmente, é o amálgama do
velho (travestido de novo) que insiste em não morrer. Ou seja, Bolsonaro encarna
o que parte significativa da sociedade, da política, da religião e da cultura sempre
foi e continua sendo. Autoritarismo, racismo, misoginia, violência, vingança
estão no <i>ethos</i> da nossa cultura; de
todos os segmentos e classes. E esse é o monstro a ser enfrentado.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; line-height: 107%; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Isto posto, poderíamos apresentar,
e não o faremos, um rosário de perguntas acerca dos limites do nosso modelo de
sociedade, democracia, cultura política e religiosa. </span></p>
<p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; line-height: 107%; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Cidadãos e instituições poderiam
fazer um esforço e pensar sobre isso...</span></p><p></p>robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-72358600300264709822020-06-27T17:20:00.002-03:002020-06-27T17:20:26.389-03:00Acordão no horizonte sinaliza nova tentativa de pacto entre elites<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Não é a primeira vez que isso
ocorre nos últimos meses. Basta ler os editorais dos jornalões (dos barões da
mídia), observar as análises econômicas de banqueiros e rentistas, acompanhar
as manifestações de empresários (muitos de mentalidade escravocrata), verificar
as manobras dúbias de coronéis da política e do judiciário para se levantar uma
hipótese: parece que se costura, ou se tenta costurar, um grande acordão, com o
Supremo com tudo, para -- fazendo vistas grossas aos muitos absurdos, crimes, violência
à democracia e suas instituições protagonizados por Bolsonaro -- manter o bode malcheiroso
na sala.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Para os segmentos elitistas da sociedade
brasileira (e seus líderes) tudo pode ser relativizado, inclusive a civilidade,
desde que o projeto neoliberal, conservador e excludente não seja ameaçado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Discursos limpinhos e cheirosos, decantados
em prosa e verso, sobre o “valor da democracia”, a “defesa da vida”, a “importância
de se respeitar a Constituição” são como palavras ao vento para os tradicionais
defensores de uma democracia de baixíssima intensidade, geradora de exclusão e garantidora
de benesses. Tais <i style="mso-bidi-font-style: normal;">slogans</i> agradam a
todos, gregos e troianos e interessam profundamente o 1% (os ricos) e os 30% da
classe média (privilegiada) que, majoritariamente, desejam manter o Brasil na
sua histórica posição entre os líderes mundiais de privilégios (para esses) e
de desigualdade, violência e exclusão para os outros 70% da população. O que vale
é uma democracia formal. Nunca, uma democracia real; substantiva.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Há que se perguntar aos arautos da
“pátria mãe gentil” que aparecem nesses tempos sombrios: democracia para quem?
Vida para quem? Liberdade para quem? Constituição para quem? Direitos ou privilégios?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Para os velhos e novos privilegiados
do Brasil, que controlam “com lei e ordem”, ou “ordem e progresso” -- para
agradar os positivistas --, um modelo de sociedade estruturada na violência, no
racismo, na segregação socio-econômica-étnico-espacial, subserviente aos interesses
de fora (primeiro da Europa, depois dos Estados Unidos da América), o
importante é que Bolsonaro “se comporte” para atender aos seus interesses. E não
atrapalhe Guedes e sua tropa neoliberal e rentista -- prepostos dos verdadeiros
donos do poder.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Não interessa ao grupo do 1% e dos
privilegiados:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">- Se milhares de brasileiros, a
maioria pobre e preta, morrerá na pandemia vítimas da incúria do governo
central e sua tropa negacionista;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">- Se populações indígenas estão
sendo, mais uma vez, vítimas de genocídio -- com as vistas grossas desse mesmo governo;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">- Se o povo é tratado como massa
de manobra para atender aos interesses mais escusos das máfias e milícias incrustradas
nos poderes econômico e político (e também religioso), com a complacência do
governo;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">- Se o estado está sendo
militarizado para agradar os velhos intentos corporativos dos pretorianos das
elites;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">- Se no plano internacional o país
se torna um pária, ignorado e gradativamente excluído, simbólica e objetivamente,
no concerto das nações;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">- Se o que resta do nossa soberania
e meio-ambiente são negociados com quem der mais, de portas abertas para a boiada
passar;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">- Se o moralismo religioso (dos
sepulcros caiados, obscurantistas e fundamentalistas) se impõe como política
pública, estuprando o estado laico;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">- Se o sistema de justiça
continua um dos mais seletivos, elitistas e vingativos do planeta;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">- Se o desmonte do Estado -- com a
dilapidação de suas riquezas e patrimônio e a destruição das políticas públicas
e sociais -- levará o país a bancarrota em pouco tempo...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Interessa para esses grupos de
privilegiados a defesa de um modelo de sociedade que mantenha os lugares sociais
historicamente pré-determinados (dos pobres, pretos, vulneráveis; enfim, dos descartáveis).
E que a apropriação dos bens públicos, a expropriação das riquezas nacionais e
a exploração do trabalho continuem monopólios garantidos às famílias dos coronéis
de sempre.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">O discurso de defesa da democracia
e da Constituição, entre outros, muitas vezes é usado como um artigo de perfumaria,
manobrado estrategicamente por esses privilegiados quando percebem que seus
interesses estão ameaçados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Mais uma vez, parece se construir
um pacto entre elites, inclusive com alguns dos burocratizados setores das
esquerdas. Um acordão que vira as costas para o povo, a soberania nacional, a
possibilidade de construção de um país onde caibam todas e todos, mantendo-se um
governo claramente neofascista. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Se não é possível disfarçar o
malcheiroso bode que esses setores colocaram na sala, nem com colossal quantidade
de perfume importado, parece que se pactuará para que o bode continue, desde
que não estrague os planos dos capitães do mato de sempre. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Amém!</span><o:p></o:p></div>
<br />robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-71236862000340870782020-06-16T08:12:00.002-03:002020-06-16T08:12:19.867-03:00AUTORITARISMO E OBSCURANTISMO: A POLÍTICA DO GOVERNO BOLSONARO<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">A decisão de excluir dados sobre violência policial de relatório sobre
violação de direitos humanos é mais um capítulo da inclinação antidemocrática
da atual gestão federal<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Causou perplexidade à sociedade brasileira a decisão do
governo Bolsonaro de excluir a violência policial do balanço anual sobre
violações de direitos humanos no Brasil, divulgado anualmente no relatório do
Disque 100 (o disque direitos humanos). Apesar de uma nota ambígua do
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos negar que esconde tais
dados, o fato concreto é que o relatório omitiu por completo as informações
sobre violência policial.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Como se sabe, o Brasil é um dos campeões mundiais em
violência e letalidade policial. Segundo o Monitor da Violência, elaborado
em parceria pelo site G1, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o
Núcleo de Estudos da Violência da Universiadde de São Paulo, pelo menos
5.804 pessoas foram mortas por policiais em 2019. No Rio de Janeiro, segundo o
Observatório da Segurança, ligado ao Centro de Estudos de Segurança e Cidadania
(CESeC), a letalidade da polícia fluminense aumentou 92% em 2019 em relação a
2018.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O relatório “Direitos Humanos nas Américas: retrospectiva
2019”, da Anistia Internacional, não deixa dúvidas: “as autoridades federais e
estatais adotaram um discurso de linha dura que alimentava a crescente
violência contra a população em geral e contra as pessoas defensoras dos
direitos humanos em particular” (p. 24); “o ano também foi cenário de um
aumento do número de homicídios cometidos por polícias em serviço ativo.”
(p.22).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No momento em que se discute globalmente a violência
policial, depois do covarde assassinato de George Floyd nos Estados Unidos –
que desmascarou a truculência e o racismo de departamentos de polícias naquele
país --, o governo brasileiro opta por políticas de maquiagem e sonegação de
dados justamente de um segmento estatal que, histórica e sistematicamente,
dificulta a transparência das informações, obstaculizando o acesso a dados de
interesse público que são fundamentais para a gestão estatal da segurança
pública, além de corroborarem as legítimas demandas sociais por políticas
correcionais, de aperfeiçoamento e de controle da atividade
policial. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Aliás, é importante registrar que a sonegação de dados sobre
violência policial se inscreve numa série de medidas obscurantistas e
autoritárias do atual governo que “tenta tapar o sol com a peneira” em termos
de transparência e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">accountability</i>.
Recordemos, sumariamente, que estratégias similares são observadas nas
tentativas de manipulação e/ou sonegação de dados sobre a pandemia, o
desmatamento na Amazônia e outras informações públicas sobre meio ambiente,
desigualdades sociais, drogas, racismo, dados demográficos, gastos
presidenciais com cartão corporativo, entre outras áreas e políticas públicas.
Um governo que oculta e/ou dificulta o acesso a dados públicos não pode ser
considerado democrático.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No caso específico da violência policial, o governo
Bolsonaro já sinalizou, repetidas vezes, seu projeto político baseado no
incentivo à arbitrariedade de agentes do Estado. A posição dúbia no motim
policial do Ceará, as reiteradas tentativas de institucionalizar o “excludente
de ilicitude”, as manifestações públicas de aplauso e congratulações a
policiais que praticam violência, o incentivo explícito ao armamento (sem
controle estatal) da população e as denúncias que ligam o mandatário e sua
família às milícias são sinais nada republicanos das tentativas do presidente
em cooptar as polícias, alinhando-as ao seu projeto político autoritário.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O Brasil, na esteira dos acontecimentos mundiais, precisa
urgentemente discutir a questão da violência policial. Mais que isso,
precisamos debater sobre o mandato policial, tão obscuro, e retomar um debate
nacional, sempre interrompido, sobre a função das polícias na nossa democracia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nesta quadra da vida sociopolítica, marcada por profunda
instabilidade democrática, com um Executivo que constantemente flerta com o
autoritarismo, o papel das instituições de segurança pública é crucial. Não é
possível, nos marcos da democracia, que instituições policiais e as Forças
Armadas sirvam a projetos de poder de grupos políticos, contra os interesses do
povo e da Nação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A tentativa de maquiar e esconder dados de violência
policial só serve a interesses escusos, que devem ser rechaçados por todos
aqueles que defendem os cânones do Estado Democrático de Direito.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Fonte: “Fonte Segura”
– informativo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 16 a 22 de junho de 2020
– Edição 42.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-34769951851860536382020-05-25T11:54:00.001-03:002020-05-25T11:54:02.971-03:00Armar o país: a “guerra santa” bolsonarista<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<img height="243" src="https://publisher-publish.s3.eu-central-1.amazonaws.com/pb-brasil247/swp/jtjeq9/media/20191106191152_bbab5b3c-5ed7-4c19-980b-d3c785da8e9b.jpeg" width="640" /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
(<b>Montagem</b>: Brasil 247)</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: large;">Uma das partes mais chocantes da
famigerada reunião ministerial de 22 de abril de 2020 é a confirmação de
Bolsonaro que pretende armar o Brasil e impor uma ditadura: "Olha como é
fácil impor uma ditadura no Brasil. Por isso eu quero que o povo se arme, a
garantia de que não vai aparecer um filho da puta e impor uma ditadura aqui”.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: large;">Bolsonaro (e sua família) é um presidente
visceralmente ligado às milícias; tem como principais bases de apoio o
militarismo autoritário (mobilizado em segmentos das Forças Armadas e nas
polícias estaduais) e um grupo considerável de fascistas (estimado em cerca de
15% da população) que já está armado (nas redes sociais e nas ruas). Sua
eleição selou a aliança mais perversa da história republicana: dos setores ultraconservadores
da sociedade brasileira (os radicais da extrema-direita) com o que há de pior
no submundo da política (as redes de corrupção sistêmica que operam nos esgotos
das negociatas público-privadas e que movimenta as relações mais espúrias desse
país).<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: large;">A tradicional falta de controle
de armas, responsável por uma guerra que produz cerca de 60 mil homicídios por
ano tende, com o projeto armamentista ditatorial de Bolsonaro, a se desaguar
numa carnificina de proporções incalculáveis. Como lembra Janio de Freitas
nesse domingo, “Bolsonaro sabe que o povão maltratado, humilhado, explorado e
roubado em todos os seus direitos, no dia em que também tivesse ou tiver armas,
não teria dúvida sobre o alvo do fogo de sua dor secular. Adeus ricos, adeus
classe média alta”. Portanto, abram os olhos os privilegiados que pensam que a
guerra bolsonarista é somente contra os pobres.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: large;">O bolsonarismo está amalgamado,
entre outras, na seguinte coalizão: armamentistas, militaristas e obscurantistas
religiosos. Esses novos cruzados se apoiam em ideologias toscas, cujo principal
expoente é o astrólogo Olavo de Carvalho e o articulador midiático Steven
Bannon (via gabinete do ódio no Brasil). No campo religioso duas teologias
sustentam os “cavaleiros do apocalipse”.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;">A teologia da prosperidade, um
bálsamo para o neoliberalismo, prega um deus que abençoa aqueles que tem
dinheiro; que </span><span style="background: white; font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;">o pobre é
pobre por sua falta de fé, ou seja, a vítima se transforma no algoz. Seus
adeptos acreditam que a solução para as mazelas sociopolíticas é individual,
baseada na meritocracia e que desigualdade e justiça são discursos “vitimistas”.</span><span style="font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;"> <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: large;">Por outro lado, a chamada
“teologia do domínio”, derivação do teonomismo (teocracia cristã), se baseia no
pressuposto de que o domínio da terra foi usurpado pelo diabo (no delírio
obscurantista dos bolsonaristas religiosos, os comunistas, esquerdistas, socialdemocratas,
cientistas, progressistas, feministas, movimento LGBT+ etc). Assim, é tarefa da
“igreja dos bons cristãos” tomar esse domínio de volta. A estratégia para essa retomada
é dominar todas as áreas de influência da sociedade (política, educação,
cultura, judiciário), a fim de estabelecer o domínio de Jesus na terra. Isso
explica a aliança geopolítica entre Trump (e os seus financiadores
estadunidenses -- que também financiam alguns dos setores do neopentecostalismo
ultraconservador em toda a América Latina), Netanyahu (porque muitas
lideranças evangélicas creem que a promessa bíblica da Terra Santa ao povo
judeu é literal e eterna, portanto os adeptos do
"dispensacionalismo", o retorno dos Judeus à Terra Santa - ou seja, o
estabelecimento de Israel - é necessário para a volta de Cristo) e Bolsonaro
(com os seus religiosos do “deus acima de tudo”). Vejam, não por acaso, que o
triunvirato (Trump, Netanyahu e Bolsonaro) é armamentista e apoiado no
militarismo e no discurso religioso ultraconservador.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: large;">Qualquer estudioso sabe: a
aliança entre militarismo e religião nunca produziu bons resultados na história
da humanidade. Mas, caminhamos a passos largos para um arremedo de
neocristandade. Os três líderes, colocando-se como legítimos representantes de
deus (certamente de Mamom) – porque estão seguros do apoio dos poderes
econômico, militar e religioso – não contam com derrotas e, como numa guerra,
agem como comandantes dispostos a arrebentar com todas as porteiras. Por isso,
precisam armar seus exércitos.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: large;">Algumas frases de Bolsonaro na
dita reunião confirmam seu propósito como o “messias” dessa nova cruzada:
“Vamos unir o povo, valorizar a família, respeitar as religiões e nossa
tradição judaico-cristã. Combater a ideologia de gênero, conservando nossos
valores. (...) Com a benção de Deus, o apoio da minha família e a força do povo
brasileiro trabalharei incansavelmente para que o Brasil se encontre com seu
destino e se torne a nação que todos queremos."<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;"><span style="font-size: large;">É dentro desse contexto que
devemos compreender a explicitação de Bolsonaro em relação a armar a população
para esse “bom combate” do bem contra o mal. Trata-se, na sua visão e de sua
principal base de apoio (militares e religiosos), de uma guerra santa que
precisa de um exército armado. Empreitada que, na visão de Bolsonaro, seus
ideólogos e parte de seus adeptos, surtiria resultados positivos com a união
entre milicianos, militares e religiosos, armados até os dentes.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-33536537324918319842020-05-10T11:47:00.003-03:002020-05-10T11:47:37.513-03:00Um novo pacto ‘por cima’ para tirar Bolsonaro?<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px; line-height: 28px; margin-bottom: 25px;">
<img alt="Foto: Marcos Corrêa/PR" height="390" src="https://domtotal.com/blog/robson/wp-content/uploads/sites/11/2020/05/Bolsonaro-desfile-Militar.jpg" width="640" /><br /></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px; line-height: 28px; margin-bottom: 25px;">
Tenho observado atentamente a cena política nos últimos dias. Movimentos no STF, parte da mídia empresarial, algumas corporações poderosas… Nesse 1° de maio, aquela transmissão, via redes sociais e TVT, do dia do trabalhador para tentar agradar a gregos e troianos no “universo” trabalhista, com repercussão a noite numa longa reportagem global, no JN, a mostrar, inclusive e excepcionalmente, um perigosíssimo sapo barbudo e comunista que inventou a corrupção no Brasil e em toda a via láctea.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px; line-height: 28px; margin-bottom: 25px;">
As lideranças do mundo do trabalho (e alguns penetras escolhidos seletivamente, como FHC) pareceriam sinalizar às elites nacionais que um pacto (para apear o trainee de ditador) é melhor que uma ruptura… Renúncia… impeachment negociado…</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px; line-height: 28px; margin-bottom: 25px;">
Um rápido olhar no passado mostra que a pactuação “por cima” sempre foi a saída à brasileira em momentos de grave crise política: melhor acomodar, mesmo que temporariamente, todos os interesses que enfrentar as consequências de rupturas radicais que, dolorosas para todos, podem mudar substantivamente a estrutura historicamente violenta e excludente da sociedade brasileira.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px; line-height: 28px; margin-bottom: 25px;">
Foi assim na proclamação da República; com Getúlio; no golpe civil-militar e no processo de abertura democrática, no impeachment de Collor. (Em certa medida, até o golpe contra Dilma teve negociação entre as elites política e judiciária. Envergonhados, parte dos golpistas aceitaram não retirar os direitos políticos da ex-presidenta).</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px; line-height: 28px; margin-bottom: 25px;">
Em todos esses episódios há um rosário de argumentos a justificarem as pactuações.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px; line-height: 28px; margin-bottom: 25px;">
<br style="box-sizing: border-box;" />Alguém poderá dizer: mas, nesse momento dramático da vida nacional — para nos livrarmos do perverso que hoje comanda o país –, vale qualquer negócio.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px; line-height: 28px; margin-bottom: 25px;">
Se é assim, há outras saídas para além da pactuação a acomodar interesses totalmente opostos. É forçoso constatar que, de imediato, não há base social progressista para processos revolucionários de baixo para cima.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px; line-height: 28px; margin-bottom: 25px;">
E um dtalhe: falta combinar com a turma do outro lado. Afinal, o bolsonarismo costura uma aliança estratégica entre militarismo (bases das polícias e FFAA) e neopentecostalismo (evangélico e católico). Preparam uma “guerra santa” para “redimir a cultura e a família judaico-cristã das garras do comunismo chinês”. Uma narrativa marcada por emoção, apelo à religiosidade, sentimentos em relação a valores familiares. Nada de racionalidade. Mas, discurso altamente mobilizador.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px; line-height: 28px; margin-bottom: 25px;">
Lembremos: a união entre militarismo e religião — que não trouxe benefícios à humanidade em nenhuma ocasião — também é conhecida nessas plagas. Afinal, 1964 é logo ali.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px; line-height: 28px; margin-bottom: 25px;">
No início do governo Bolsonaro, neste Dom Total, chamávamos a atenção sobre as relações entre religião, militarismo e elites judiciárias na assunção e possível sustentação do governo. Veja aqui: <a href="http://robsonsavio.blogspot.com/2018/12/o-tripe-republicano-tupiniquim.html" style="background-color: transparent;">http://robsonsavio.blogspot.com/2018/12/o-tripe-republicano-tupiniquim.html</a></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px; line-height: 28px; margin-bottom: 25px;">
Veremos os próximos capítulos…</div>
robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-7742978072676447632020-04-13T08:27:00.001-03:002020-04-13T08:27:03.620-03:00Falta de teste esconde mortandade no Brasil<div class="kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
<span style="font-family: inherit;">Lamentavelmente, os números oficiais do Ministério da Saúde sobre as mortes pela Covid-19 parecem revelar somente a ponta de um iceberg.</span></div>
</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
Não sou estudioso da saúde. Não tenho autoridade para pontificar sobre tema tão complexo e desafiador. Mas, como cidadão e baseado em evidências científicas posso levantar hipóteses.</div>
</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
Depois de ver vídeos com especialistas em saúde (inclusive que atuam fora do Brasil, como Marcelo Bigal, neurologista e pesquisador brasileiro residente nos EUA - cujo vídeo sobre subnotificação no Brasil está disponível aqui: <span style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;"><a class="oajrlxb2 g5ia77u1 qu0x051f esr5mh6w e9989ue4 r7d6kgcz rq0escxv nhd2j8a9 nc684nl6 p7hjln8o kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso i1ao9s8h esuyzwwr f1sip0of lzcic4wl py34i1dx gpro0wi8" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fm.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3D-LKC8tjyeHM%26fbclid%3DIwAR2QV0FPJq_WnPggzQms_enyA1kywTZehjX6vPWnfirjqWTS5pyqfgSymfA&h=AT32bzWeX_Fd_LKpz-6nQcHonyfbUtWNJUViqylaH9GPrCB9Ujn4dKNPtaut45fcJw69wie7jmCJa7qrUKTk89hdbNegI7aYx0xPfPHZTN_80DvXN6XGS6UMhHabNZ2DuP6WjGUWBAveMEbrpGlh&__tn__=-UK-R&c[0]=AT36riCn7J22IasxSjuaeDHeZPPczfvkUllIWruWz_yqbJPD4BxxcbjRzGDp2tJWlBVU3y6i6qqzlrTMMHniSYqVr4Nzs88t2TvPLQWEc87L3HFkBZyUgU1AH_j63oZK1UgPOObeXrHLI9vGfigJ" rel="nofollow noopener" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; animation-name: none !important; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation; transition-property: none !important;" tabindex="0" target="_blank">https://m.youtube.com/watch?v=-LKC8tjyeHM</a></span>), ler sobre o aumento colossal das mortes causadas nos últimos 40 a 50 dias ocasionadas por "síndrome respiratória aguda" e constatar que o Brasil faz cerca de 290 testes para cada grupo de um milhão de habitantes (a Alemanha, por exemplo, faz 15 mil testes por um milhão), chego à conclusão (a ser comprovada) dramática: há uma colossal subnotificação na mortalidade causada pelo novo coronavírus.</div>
</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
Duas questões são cruciais agora: olhando para o retrovisor, cabe às autoridades sanitárias atesteram se o coronavírus chegou ao país antes das primeiras divulgações oficiais de casos. E quando?</div>
</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
Segundo, aumentar vertiginosamente a testagem (para otimizar ações de prevenção, tratamento e controle) e investigar a totalidade dos casos de morte registrados como "síndrome aguda respiratória".</div>
</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
Caso contrário, a credibilidade do sistema de saúde brasileiro será profundamente afetada. E a decantada eficiência do ministro Mandetta e equipe irá para o brejo.</div>
</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="animation-name: none !important; background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none !important; white-space: pre-wrap;">
<div dir="auto" style="animation-name: none !important; font-family: inherit; transition-property: none !important;">
E, óbvio: é preciso barrar as tentativas genocidas de alguns agentes públicos que, discípulos de Tânatos (o deus da morte) e sem compromisso com a saúde, a vida e a sociedade, lutam contra o isolamento social.</div>
</div>
robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-62620623067322242292020-02-18T15:50:00.001-03:002020-02-18T15:50:35.022-03:00Militarismo e lavajatismo: duas faces da mesma moeda<img src="https://i1.wp.com/tribunauniversitaria.com.br/wp-content/uploads/2019/07/bolsomoro-1024x576.jpg?resize=678%2C381&ssl=1" /><br />
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
Nada como um dia depois do outro...</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
Há muito, defendemos a tese segundo a qual duas corporações, burocracias altamente organizadas e relativamente coesas dentro do aparato do Estado, tutelam o país. A “juristocracia” e o militarismo. Desde a proclamação da República as duas corporações "andam de mãos dadas" e se protegem mutuamente. São faces de uma mesma moeda.</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
Para atalhar essa história, os dois grupos foram resguardados pelo pacto constitucional de 1988, mesmo depois do recrudescimento de ambos, observado durante a ditadura militar. Ao contrário de outros países que sancionaram severamente os protagonistas de regimes de exceção, os militares e o sistema judiciário (incluso MP) foram poupados de reformas democratizantes e se transformaram em atores fundamentais à ruptura institucional havida em 2016.</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
É importante destacar que dentro do militarismo há setores democráticos, assim como no judiciário. Mas, também é fundamental entender que as frações mais poderosas de ambas as corporações são conservadoras, com tendências reacionárias. No militarismo tais frações são encabeçadas principalmente pelo Exército e pelas polícias militares; no judiciário, uma estrutura historicamente elitista, a vertente mais reativa e antidemocrática se expressa, atualmente, no lavajatismo.</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
Os grupos conservadores e reacionários (do militarismo e do lavajatismo) têm apoio dos segmentos de elite (de mentalidade escravocrata) da sociedade brasileira: empresários, agronegócio, bancos; da mídia empresarial; e de outros setores da sociedade, como segmentos obscurantistas do catolicismo e, principalmente, do neopentecostalismo evangélico (que claramente tem um projeto de poder em curso, mas isso é história para outro texto).</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
Um dos elos de união entre os dois grupos passa pela "alta" maçonaria. Há um sentimento de superioridade moral que credenciaria militares e juízes à direção da República (cujo "povão" precisa ser contido e "endireitado"). Desde a proclamação, em 1889, esse sentimento é cultivado nas cúpulas dessas instituições. Isso sem contar o caráter messiânico: para muitos, militares e/ou juízes podem se tornar os redentores de uma pátria apodrecida pela devassidão...</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
Cada vez fica mais evidente que há, também, alianças geopolíticas desses dois grupos com as pretensões imperialistas dos Estados Unidos. Nota-se, não por acaso, que os atores da ruptura de 1964 são praticamente os mesmos daquela havida em 2016. </div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
Registre-se que está em construção, mais recentemente, um alargamento dessa tríplice aliança (EUA, militares/judiciário e elites) que inclui Israel e que passa, também, pela questão religiosa. Trump, Bolsonaro e Netanyahu encabeçam essa aliança, sob os auspícios de Steve Bannon, Cambridge Analytica e similares, Olavo de Carvalho e vários think tanks ultraliberais estadunidenses.</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
E há evidências a corroborarem a aliança entre militarismo e o grupo reacionário do judiciário, o lavajatismo, no direcionamento do atual governo. Só para lembrar: além dos tuites do ex-comandante do Exército e do agradecimento público de Bolsonaro ao mesmo general pela sua eleição, outros sinais são claros. No livro “Tormenta: o governo Bolsonaro, crises, intrigas e segredos”, a autora afirma que o general Heleno teria impedido a demissão de Sérgio Moro sob a alegação de que o governo acabaria. </div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
Acrescente-se a composição cada vez mais militarizada do Planalto, a sinalizar que os militares temem pela desagregação do governo, haja vista os desgastes gerados pela chamada “ala ideológica” e pelos descontentamentos cada vez mais evidentes com a gestão econômica, sob o ultraliberal Guedes. Sem contar a incógnita e cambiante posição de Moro.</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
Somem-se as várias manifestações dos generais Heleno e Mourão defendendo intransigentemente Moro e a Lavajato. </div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
São comprovações da coesão desses dois grupos de poder. Bolsonaro, como já escrevemos, é somente um "bode na sala".</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
Por outro lado, a tibieza do Supremo e dos conselhos nacionais de justiça e do MP em punirem os excessos e arroubos ilegais e inconstitucionais cometidos pela força-tarefa encabeçada pelo ex-juiz, hoje ministro de Bolsonaro, demonstram a força da união estratégica e quase oculta entre militares e lavajato. Tais grupos protagonizaram o processo sociopolítico que se iniciou na esfera pública em 2013, tendo seu ápice no impeachment de Dilma Rousseff e a posterior assunção de um governo de extrema-direita ao poder.</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
Os arroubos autoritários de Bolsonaro e seu clã não têm contenção nem no Judiciário, nem no militarismo. Os poucos sinais de resistência democrática no âmbito institucional vêm do Congresso e de figuras como Rodrigo Maia.</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
Enganam-se aqueles (inocentes ou inocentes úteis) que apostam todas as fichas democráticas nos processos eleitorais vindouros. Eleições serão insuficientes para recomporem a democracia formal. Nas condições atuais, os pleitos serão objeto de múltiplas intervenções dos atores que estão e que sustentam o poder. No limite, judiciário e militares são afinados para tornar explícito o que querem implícito: a tutela da República.</div>
<div class="yj6qo ajU" style="background-color: white; color: #222222; cursor: pointer; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; margin: 2px 0px 0px; outline: none; padding: 10px 0px; width: 22px;">
<div aria-expanded="false" aria-label="Mostrar conteúdo cortado" class="ajR" data-tooltip="Mostrar conteúdo cortado" id=":3k1" role="button" style="background-color: #e8eaed; border-radius: 5.5px; border: none; clear: both; line-height: 6px; outline: none; position: relative; width: 24px;" tabindex="0">
<img class="ajT" src="https://ssl.gstatic.com/ui/v1/icons/mail/images/cleardot.gif" style="background: url("https://www.gstatic.com/images/icons/material/system/1x/more_horiz_black_20dp.png") center center / 20px no-repeat; height: 11px; opacity: 0.54; width: 24px;" /></div>
</div>
robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-46366794494609943542020-01-03T12:47:00.002-03:002020-01-13T14:00:15.648-03:00Ecos das jornadas de 2013<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
<img alt="Resultado de imagem para jornadas junho 2013" height="360" src="https://outraspalavras.net/wp-content/uploads/2018/06/180626-2013-485x273.jpg" width="640" /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">
<div dir="auto" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
O ex-presidente Lula, em recente entrevista, disse que os EUA estavam por trás das jornadas de junho de 2013 a articularem um movimento golpista no Brasil. Essa análise reacendeu um grande debate, nas redes sociais, sobre esse período intenso da vida sociopolítica brasileira.</div>
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<br /></div>
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A não ser que Lula tenha elementos objetivos para comprovarem sua tese (e talvez os tenham) discordo da análise do ex-presidente.</div>
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<br /></div>
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Não há fatos que corroboram a tese segundo a qual as manifestações de 2013 foram o primeiro ato do golpe de 2016, mesmo considerando que, em certos momentos, houve um protagonismo de grupos anarquistas e de extrema-direita naqueles protestos.</div>
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<br /></div>
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As jornadas de 2013 foram um grito libertário (apesar de passageiro), um movimento de massas, relativamente espontâneo (e com certos limites) de uma população predominantemente urbana, que não se contentava com uma democracia de mentirinha (apesar dos avanços sociais desde 1988 e principalmente nos governos petistas). As massas urbanas reivindicavam mais e melhores políticas publicas; exigiam mais participação e demandavam rupturas com as velhacas estruturas dos sistemas econômico e político brasileiros. Denunciavam os limites de uma democracia marcada pela desigualdade e de baixíssima intensidade. Repudiavam as benesses públicas dirigidas a entidades corporativas internacionais, como a Fifa (que exorbitavam poderes a ponto de ameaçarem o governo local), em detrimento de investimentos em políticas sociais.</div>
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<br /></div>
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Naquele momento, os segmentos de elite das esquerdas, encabeçados pelo PT (no governo federal), preferiram apostar na institucionalidade, no status quo, na "lei e na ordem" para enfrentarem os clamores revolucionários da população: a aprovação de lei antiterrorismo é o corolário desse erro estratégico. E perderam a oportunidade histórica de propor mudanças estruturais (para além das importantes políticas incrementais) que historicamente fazem do Brasil um dos países mais desiguais, violentos e injustos do mundo. </div>
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<br /></div>
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Paradoxalmente, as esquerdas que sempre discursaram contra o sistema, optaram por proteger o sistema. </div>
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<br /></div>
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Passadas as jornadas de junho de 2013, um rescaldo de insatisfação e decepção pairavam na sociedade. E o resultado foi a captura de muitas das legítimas demandas por mudanças da população pela direita. Em 2014, num cenário de violenta disputa eleitoral e a partir do discurso antissistema e golpista de Aécio Neves (que não aceitou a institucionalidade, ou seja, o resultado das urnas), a direita e setores fascistas da sociedade brasileira, vitaminados pela mídia, começaram a controlar o debate público e o protagonismo das ruas do Brasil.</div>
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<br /></div>
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Agora, não adianta eleger um bode expiatório para explicar a assunção da extrema direita protofascista como resultado externo aos desacertos cometidos em 2013 por quem estava no centro do poder. A cantilena da corrupção associada exclusivamente ao PT (o canto da sereia que embalou o lavajatismo golpista) teve ampla adesão da sociedade. Isso porque a população se encontrava insatisfeita com os limites da inserção via consumo (que não suplantava os guetos sociais, étnicos etc.) e exigia, principalmente nos espaços urbanos, o direito efetivo à cidade.</div>
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<br /></div>
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É claro que os EUA são responsáveis, direta e indiretamente, por todos os golpes havidos na América Latina desde a segunda metade do século passado. Especificamente em relação ao golpe de 2016, os EUA (Departamento de Justiça, CIA, <i>think tanks</i> ultraliberais) e seus parceiros fiéis brasileiros (banqueiros, grandes industriais, latifundiários, reacionários da classe média...) souberam aproveitar da insatisfação popular generalizada e da incoerência entre a teoria e a prática da esquerda (ou seja, da reação pro-establishment ao invés da proposição de mudanças) para proporem pseudonarrativas de mudanças e arquitetarem o farsesco <i>impeachment </i>(com Temer, parlamento, lavajatismo e "com o supremo com tudo"), possibilitando em 2018, com diversas outras traquinagens (guerra híbrida, chantagens da caserna, atuação neopentecostal, seletividade do sistema de justiça etc.), a eleição do governo mais esdrúxulo da história republicana.</div>
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<br /></div>
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Que 2013 sirva de aprendizado. E não de desculpas...</div>
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robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-44463435434287985542020-01-03T12:45:00.002-03:002020-01-03T12:45:27.288-03:00Uma fábula de fim de ano: até quando as elites manterão o bode na sala? <div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
Conta-se que as elites de um “país de faz-de-conta” (que exalam bom odor graças a doses cavalares de perfume importado) resolveram golpear a democracia.</div>
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<br /></div>
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Para consumar a ruptura, escolheram um bode velho na política para comandar o país.</div>
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<br /></div>
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Diziam que “a liturgia do cargo”, uma fragrância aplicada em altas doses, tornaria o ogro do baixo clero parlamentar menos malcheiroso e amado pelo povo e pelas nações.</div>
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<br /></div>
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As elites daquele país de faz-de-conta eram compostas pela turma do pato amarelo (das grandes indústrias e multinacionais), pelos banqueiros e os donos do agronegócio.</div>
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<br /></div>
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Esses “senhores do capital” podiam contar com outros aliados. Afinal, naquele país tinham trabalhadores que se consideravam elite: a turma da “fina-flor” do judiciário, MP, polícias, Forças Armadas e líderes neopentecostais; parte da classe média; operários da velhaca mídia empresarial, além de prepostos do Tio Sam em vários setores daquela sociedade.</div>
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<br /></div>
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Essas elites e seu exército de marionetes sabiam que o importante depois do golpe seria garantir o controle da economia e sufocar qualquer sublevação do povo. Portanto, pouco importava quem seria o presidente de plantão.</div>
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<br /></div>
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<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
Fundamental para viabilizar seus interesses era garantir um governo comandado de fato por um capataz do ultraliberalismo, tipo um “Chicago boy”, e um preposto da CIA e do Departamento de Estado norteamericano (órgãos especializados em golpes, repressão popular e terrorismo de Estado), tipo um “xerife do velho oeste das araucárias”.</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
Acontece que o bode que escolheram fede demais. A cada dia, não obstante as imensas doses de perfume lançadas pela mídia empresarial, líderes religiosos e um exército de zumbis em redes sociais, a catinga do bode aumenta. E, o pior: o bode trouxe para a sala das elites daquele longínquo lugar além de seu cheiro insuportável, o desagradável odor dos seus filhos, mulheres, milicianos e outras personagens cavernosas do submundo daquele país.</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
<br /></div>
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</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
E o cheiro do bode tornava-se cada vez mais detestável. Não havia perfume suficiente para disfarçar o incômodo dos falsamente limpinhos, cheirosos e bons cristãos que patrocinaram e elegeram o bode e seu clã para comandarem aquele o lugar de faz-de-conta.</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
Com o cheiro horrível que só aumentava, as carpideiras midiáticas começaram a chorar lágrimas de crocodilo, como se nada tivessem com o vexame nacional e internacional do bode velho.</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
Enquanto isso, o “Chicago boy” e o “xerife do velho oeste das araucárias” tocavam a pauta do ultraliberalismo autoritário e obscurantista com a ajuda de bobos da corte e diversionistas em ministérios, um Congresso cambiante e um poder judiciário delirante.</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
E o bode era só fedentina…</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
E a moral dessa fábula termina com uma pergunta: até quando as elites daquele país tão distante manterão o bode na sala?</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
<br /></div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; box-sizing: border-box; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 22px;">
FIM.</div>
robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-55026282344463381402019-11-05T15:07:00.001-03:002019-11-05T15:07:22.944-03:00AS FALÁCIAS DOS "DOIS LADOS" E DA POLARIZAÇÃO POLÍTICA<div class="kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;">
<img alt="Resultado de imagem para polarizaçao bolsonaro charge" height="293" src="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcSa2ohbR7qHDKfjlUNt0HDbKA0kc2EjGpYsR77C77pOF8B6rROs" width="640" /></div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;">
A mídia empresarial, que sempre tem lado, conseguiu implantar nas mentes e nos corações dos brasileiros, entre outras, duas das mais perversas mentiras que só servem para a alienação social: (1) que os fatos e acontecimentos têm dois lados e (2) que o Brasil está polarizado.</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;">
Os fatos sociais, políticos, econômicos, religiosos têm múltiplos lados. São complexos e não se resumem a simplismos. </div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;">
Quando a mídia impõe a pseudoversão dos "dois lados", reproduz uma simplificação grosseira da realidade, historicamente conhecida: o maniqueísmo - a velha luta entre o bem e o mal. </div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;">
Observe que a mídia empresarial (corrupta e corruptora, em seu DNA) sempre se posta do lado do bem e o outro lado, cirurgicamente escolhido e nomeado, é apresentado como sendo o lado do mal. </div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;">
Ao usar essa perversidade simplificadora da complexa realidade sociopolítica, a mídia escolhe quem é o inimigo e como lançá-lo à fogueira inquisitória da chamada "opinião pública" (outra simplificação, porque essa opinião que se diz pública se reduz ao pensamento majoritário dos segmentos sociais que têm poder de vocalização; ou seja, a opinião publicada que agrada e reproduz as expectativas de uma minoria social de privilegiados). </div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;">
Percebam que ao escolher o "outro lado" e nomeá-lo, a mídia empresarial procede de tal forma que múltiplas vozes e possibilidades de análise são silenciadas ou invisibilizadas para que o inimigo eleito seja condenado, por convicções, pela "opinião pública".</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;">
Outra fake news deslavada e propagada aos quatro ventos pela mídia empresarial é que o Brasil é um país polarizado. </div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;">
Para justificar sua posição de apoio aos segmentos fascistas, autoritários, antinacionais e perversos da sociedade, a mídia precisa construir uma falsa imagem que há "um outro lado" tão perverso, ou até mais perverso, que precisa ser enfrentado e combatido pelos "bons".</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;">
Veja o que acontece nos dias atuais: a mídia empresarial é uma das principais responsáveis pelo golpe de 2016 e pela assunção do autoritarismo travestido de normalidade democrática. Por isso, precisa defender, "com unhas e dentes", a falácia da polarização para se autojustificar.</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;">
Há um lado radicalizado que todos conhecemos. Esse lado defende a ditadura militar; o AI - 5, a tortura, o fechamento do Congresso e do STF; a submissão da imprensa aos caprichos dos filhotes da ditadura; a transformação do país no quintal dos norte-americanos; a entrega de nossas riquezas naturais ao estrangeiro; a total submissão ao rentismo gerador da mais perversa concentração de renda da história do capitalismo; a destruição de seres humanos para abrir espaço à sanha do capital; a total subordinação dos poderes da república a grupos milicianos...</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;">
Pergunta: onde e quando, uma única vez, o outro "polo" defende esse tipo de radicalização?</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;">
Obviamente, esse discurso da polarização serve para (1) manter os ultradireitistas mobilizados, (2) passar a falsa ideia que a mídia é isenta e dá oportunidade de manifestação dos "dois lados" e (3) justificar o escamoteamento daqueles têm medo (e ainda algum pudor) de se revelarem à sociedade. Hipocritamente - porque têm lado e medo de se revelarem -, milhões de brasileiros preferem se refugiar nesse discurso alentador da covardia.</div>
<div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;">
Não nos enganemos: há muitos lados nos fenômenos sociais, políticos, religiosos... e não há nenhuma polarização. Mas, há muitos covardes que adoram tais discursos.</div>
robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-68137919269242231642019-10-20T16:21:00.001-03:002019-10-20T16:21:27.001-03:00Francisco: o grande líder global da atualidade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<img alt="Imagem relacionada" src="http://www.diocesecachoeiro.org.br/imagens/noticias/08_2019/Papa_mensagemM-1.jpg" /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">Você
não precisa ser católico e/ou religioso para concordar com o título deste
artigo. Mas, certamente, só ratificará essa afirmativa se (1) acompanhar o
cenário das disputas reais e simbólicas no plano internacional e (2) se o fizer
extrapolando a cobertura da mídia empresarial (totalmente comprometida com o
capitalismo rentista, concentrador de riqueza e usurpador das democracias
contemporâneas). Afinal, esse despotismo financeiro que governa as economias capitalistas
contemporâneas é classificado por Francisco como “uma economia que mata”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">Não
obstante a guerra patrocinada contra Francisco em vários <i>fronts</i>, por
poderosas corporações internacionais (bancos; agronegócio; indústrias das
armas, farmacêutica e do petróleo; <i>think tanks</i> norteamericanos
propulsores do ultraliberalismo na América Latina - liderados por
megaempresários católicos e protestantes; políticos de extrema-direita e grupos
religiosos obscurantistas...), o Papa continua a mobilizar um imenso
contingente de líderes e grupos sociais de todas as Nações que se somam no enfrentamento,
de variadas formas, da chamada “onda ultraconservadora”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">Remando
corajosamente contra a maré, Francisco tem se empenhado em ações estratégicas
que já redundam em poderosos focos de enfrentamento ao ultraliberalismo.
Abaixo, listamos algumas das iniciativas de Francisco que tem repercutido globalmente
e extrapolado o “mundo” católico. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">1. Protagonismo
dos Movimentos Populares</span></b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">: para contrapor a corrosão da política tradicional e
os limites da democracia deliberativa (que sucumbiram à “economia que mata”), o
Papa promoveu três encontros internacionais, elegendo como interlocutores
privilegiados as lideranças dos movimentos populares. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">Francisco
percebeu que os chefes dos poderes públicos, de modo geral, estão altamente
deslegitimados pelo fato de terem se capitulado à lógica do dinheiro e do
mercado, afastando-se cada vez mais dos clamores dos pobres, servindo a um “sistema
econômico que põe os benefícios acima do homem [...], que considera o ser
humano como um bem de consumo, que se pode usar e depois jogar fora. Servem a
um sistema centrado no ‘deus dinheiro’ a saquear a natureza para manter o ritmo
frenético de consumo que lhe é próprio.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Um sistema global destrutivo “que impôs a lógica do lucro a todo o
custo, sem pensar na exclusão social nem na destruição da natureza”. Assim,
Francisco preferiu se aliar aos líderes dos movimentos populares que “expressam
a necessidade urgente de revitalizar as nossas democracias tantas vezes
desviadas por inúmeros fatores.”<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">Nos
três encontros com os movimentos populares<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, Francisco tocou no ponto
central desse sistema político-econômico que produz exclusão e múltiplas formas
de violências. As últimas crises econômicas mundiais serviram para aumentar a
concentração de riqueza e renda em todo o planeta. Atualmente, vinte e oito
grandes grupos financeiros manejam quase dois trilhões de dólares por ano. O
balanço desses megaconglomerados financeiros que têm, entre outros, o Goldman
Sachs, o JP Morgan Chase, o Bank of America, o Citigroup, o Santander, entre
outros, mostra um patrimônio (não produtivo) de cinquenta trilhões de dólares,
sendo que o PIB mundial está na casa dos 75 trilhões. Esses conglomerados detêm
cerca de 68% do fluxo mundial do capital.<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">O
sistema econômico atual se sobrepõe à política e aos interesses dos povos e das
nações e funciona graças à corrupção generalizada: nada menos que 25% do
Produto Interno Bruto mundial são remetidos a paraísos fiscais por grandes
empresas e instituições financeiras. Estima-se que a cada ano dezoito
trilhões de dólares seguem o caminho da sonegação de impostos. No Brasil a
estimativa de evasão fiscal entre 2003 e 2012 foi de 220 bilhões de dólares. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">A
corrupção passou a ser a mola propulsora do capitalismo rentista, especulador e
concentrador de renda e riqueza que viceja nos últimos tempos. A concentração
de poder em pouquíssimos conglomerados e a fusão ou compra de grandes bancos
desencadeados pela crise de 2008 determina o modo de funcionamento de um
sistema que precisa corromper governos (agentes públicos) para subsistir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">O
elemento profético e simbólico da opção de Francisco pelos movimentos populares
é a explicitação da mais dura e contundente crítica ao capitalismo em sua fase
atual, marcada pelo rentismo especulativo que promove a mais avassaladora
política de acumulação de riqueza e renda da história, a privilegiar
pouquíssimos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt;">Em
contraposição a esse sistema global idólatra “que exclui, degrada e mata”, o
Papa Francisco propõe uma nova governança global protagonizada pelos movimentos
populares: “atrevo-me a dizer que o futuro da humanidade está, em grande
medida, nas vossas mãos, na vossa capacidade de vos organizar e promover
alternativas na busca diária dos ‘3 T’ (terra, teto e trabalho) e, também, na
vossa participação como protagonistas nos grandes processos de mudanças
nacionais, regionais e mundiais. Não se acanhem”. <a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">2. A economia de
Francisco</span></b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">: noutra grande articulação internacional, o Papa
promoverá em Assis, na Itália, de 26 a 28 de março do próximo ano, um encontro
mundial para repensar a economia global. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Serão
convidados jovens economistas de até 35 anos, empresários e militantes de
movimentos comprometidos com mudanças sociais. Segundo Francisco, há que se
buscar “uma economia diferente, que faz viver e não matar; inclusiva; que
humaniza e não desumaniza; que cuida da Criação e não a depreda. Um evento que
nos ajude a estar juntos e nos conhecer, e que nos leve a fazer um ‘pacto’ para
mudar a atual economia e dar uma alma à economia do amanhã.” <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Para
o encontro em Assis, já confirmaram presença: Muhammad Yunus, conhecido como “o
banqueiro dos pobres” e Amartya Sen, professor de filosofia e economia em
Harvard (EUA) e Cambridge (Reino Unido), ambos agraciados com prêmio nobel. Outros
renomados especialistas em desenvolvimento sustentável e economia solidária,
como Bruno Frey, suíço; Carlo Petrini, italiano fundador do Slow Food;
Kate Raworth, inglesa; Jeffrey Sachs, estadunidense interessado nas causas da
pobreza; a indiana Vandana Shiva, diretora do Fórum Internacional sobre Globalização
e Stefano Zamagni, italiano estarão presentes no evento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O
objetivo do encontro é promover intercâmbios entre teoria e prática, de modo a
elaborar uma proposta alternativa à economia hegemônica que, como afirmado anteriormente,
gera exclusão social e enriquecimento nababesco de uns poucos. O Papa confia
que esse encontro apontará as linhas gerais de uma nova economia: justa,
sustentável e inclusiva. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Em
vários países, inclusive aqui no Brasil, grupos de trabalho estão promovendo
eventos, fóruns, seminários para discutir uma nova economia, propor novos
currículos para Universidades que abordem modelos inclusivos (de economia),
mapear e promover experiências de economia solidária, criativa, inclusiva,
justa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Essa
iniciativa de Francisco aponta, objetivamente, para a proposição de uma nova
engenharia de governança global que contraponha o modelo atual, no qual apenas 1%
mais rico é dono de metade da riqueza do mundo e as 100 pessoas mais ricas
possuem, juntas, mais do que quatro bilhões dos mais pobres.<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">3. Um pacto educativo
global</span></b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">: noutra frente sociopolítica, Francisco articula um
pacto educativo entre as nações. Para tanto, promoverá um encontro no Vaticano,
em 14 de maio de 2020. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Estão
convidados profissionais que trabalham com a educação de várias partes do mundo.
Como explica o Papa, numa mensagem divulgada para lançar esse evento, trata-se
de um “encontro para reavivar o compromisso em prol e com as gerações jovens,
renovando a paixão por uma educação mais aberta e inclusiva, capaz de escuta
paciente, diálogo construtivo e mútua compreensão. Nunca, como agora, houve
necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas
maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes e reconstruir o tecido
das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O
Pacto Global pela Educação faz parte dos esforços de Francisco para promover
uma ampla discussão sobre os efeitos da tecnologia, do consumismo e da cultura
do imediatismo/individualismo na sociedade contemporânea: “O mundo
contemporâneo está em transformação contínua, vendo-se agitado por variadas
crises. Vivemos uma mudança epocal: uma metamorfose não só cultural, mas também
antropológica, que gera novas linguagens e descarta, sem discernimento, os
paradigmas recebidos da história. A educação é colocada à prova pela
rápida aceleração que prende a existência no turbilhão da velocidade
tecnológica e digital, mudando continuamente os pontos de referência. Neste
contexto, perde consistência a própria identidade e desintegra-se a estrutura
psicológica perante uma mudança incessante”, escreveu o Papa na mensagem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Francisco
propõe três desafios a serem enfrentados pela educação: primeiro, ter a coragem
de colocar no centro a pessoa; segundo, a coragem de investir as melhores
energias com criatividade e responsabilidade e,<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>finalmente, a coragem de formar pessoas disponíveis para se colocarem ao
serviço da comunidade, promovendo uma “cultura do encontro”.<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">4. Um novo humanismo</span></b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">:
as iniciativas acima fazem parte de um conjunto de ações que Francisco tem
liderado, globalmente, para enfrentar a xenofobia, a exclusão social, os
nacionalismos, populismos e totalitarismos que ressurgem em várias partes do
mundo na atualidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O
Papa sempre enfatiza o tema do trabalho humano como um daqueles direitos
sagrados que deve ser preservado em cada pessoa. Frente às concreções práticas
de teses neoliberais, que sufocam e oprimem as pessoas em suas experiências
profissionais, Francisco clama por um “novo humanismo, que coloque fim ao
analfabetismo da compaixão e ao progressivo eclipse da cultura e da noção de
bem”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Num prefácio de uma recente publicação, Francisco
reconhece que os movimentos sociais têm a capacidade de uma articulação
transnacional e transcultural: aquele “modelo poliédrico” ao qual fez
referência em sua exortação apostólica <i>Evangelii Gaudium</i> (nº 2),
e que se constitui a partir de um paradigma social baseado na cultura do
encontro. Para o Papa, esta pluralidade de movimentos, cujas experiências de
luta pela justiça ficam plasmadas no livro, “representam uma grande alternativa
social, um grito profundo, um marco, uma esperança de que tudo pode mudar”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Reafirmando
sua convicção de que a humanidade enfrenta atualmente uma transformação de
época caracterizada pelo medo, pela xenofobia e pelo racismo, Francisco afrima
que os “movimentos populares podem representar uma fonte de energia moral para
revitalizar nossas democracias”, numa perspectiva humanista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">De
fato, em meio a uma sociedade global ferida por uma economia cada vez mais
distante da ética, os movimentos sociais podem exercer a função de um antídoto
contra os populismos e a política do espetáculo, já que privilegiam a
participação da cidadania, com uma consciência mais positiva sobre o outro.
Essa é a consequência da promoção de uma “força do nós”, que se opõe à “cultura
do eu”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Numa
carta intitulada "A comunidade humana" (<i>Humana communitas</i>)
publicada em 15 de janeiro deste ano, Francisco pede para "restaurar a
importância desta paixão de Deus pela criatura humana e o seu mundo”. No nosso
tempo, escreve o Papa “a Igreja é chamada a relançar com força o humanismo da
vida que irrompe desta paixão de Deus pela criatura humana. O compromisso de
entender, promover e defender a vida de todo ser humano é impulsionado por este
amor incondicional de Deus". <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">5. Sínodo da Amazônia</span></b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">:
não obstante a guerra midiática, regada com muito dinheiro dos opositores de Francisco
-- encabeçada por Steve Bannon<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> e grupos religiosos
ultraconservadores --, e a batalha política patrocinada pelo governo do Brasil
e por grupos de ultradireita dentro e fora do catolicismo contra o encontro que
acontece nesses dias em Roma, as notícias diárias do Sínodo dão conta da
configuração de um grande pacto internacional em defesa da Amazônia: <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>dos povos locais (os indígenas e sua cultura)
e da biodiversidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É simbólico o fato de o Sínodo ter extrapolado o campo
eclesial e se tornado, internacionalmente, um foco de discussão sobre o modelo
predatório do modelo econômico atual que destrói não somente a natureza, mas as
culturas e os povos originários, beneficiando somente aquela ínfima parcela da
população opulenta, sustentada pelo modelo da “economia que mata”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Os resultados do Sínodo certamente transbordarão às ações
da Igreja Católica na região panamazônica e já sinalizam outro pacto global em
defesa da “Casa Comum”<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, como vem pregando
Francisco desde sua assunção ao trono papal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">6. Reformas na Igreja</span></b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">:
como se não bastassem essas iniciativas que posicionam Francisco como o grande
líder mundial contemporâneo, o Papa “que veio do fim do mundo” promove uma
árdua empreitada de reforma da Igreja Católica. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Enfrentando
com sobriedade e destemor todo o tipo de vicissitudes patrocinadas por setores
recalcitrantes do catolicismo (clero e laicato), Francisco denuncia o
clericalismo, a opulência de setores herméticos da igreja, as perversões
sexuais de parte do clero e os escândalos financeiros que, volta e meia,
envolvem parte da Cúria Romana. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Obviamente, o Papa percebe que é preciso uma guinada no
modelo de “igreja triunfante” para uma igreja em saída “para as periferias
geográficas existenciais”: “prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada
por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a
comodidade de se agarrar às próprias seguranças” (EG 49).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">“Francisco
pensa a Igreja “sal da terra”, “luz do mundo” e “fermento na massa”, muito
distinta da <i>Igreja societas perfecta</i>, em conluio com os poderosos,
contaminada pelo vírus antievangélico do egoísmo, do autoritarismo e do
liturgismo, com o narcisismo que o acompanha, levando-a a se voltar para si
mesma, num fechamento que a torna indigna do nome cristão</span>. <a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">7. Relação com outras
religiões:</span></b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> ao longo de seu pontificado, em vários eventos no
Vaticano e em todas as suas viagens internacionais, Francisco tem se disposto a
dialogar fraternalmente com todos os líderes religiosos.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">“Desde
sua eleição, Francisco já visitou (em 2014) a Turquia (maioria muçulmana), a
Albânia (também de maioria muçulmana); a Coreia do Sul (maior religião é a
budista, com ¼ da população); a Jordânia (maioria muçulmana); Israel (de
maioria judaica) e a Palestina (de maioria muçulmana). Nessa viagem à Terra
Santa, Francisco se encontrou com dois grã-rabinos judaicos e com o grã-mufti
muçulmano na esplanada das mesquitas em Jerusalém. Em 2015 visitou a Bósnia e
Herzegovina (maior parte muçulmana); o Sri Lanka (de maioria budista). No Sri
Lanka se encontrou inclusive com representantes das quatro grandes tradições
religiosas do país: Budismo, Hinduísmo, Islã e Cristianismo. No ano de 2016,
além de ter participado do encontro em Assis, na jornada mundial pela paz, onde
se encontrou com representantes de diversos grupos cristãos, mas também
representantes do Judaísmo, Islã e Tendai, o Papa Francisco foi ao Azerbaijão,
de maioria muçulmana, onde manteve um encontro com estes fiéis na mesquita da
capital Baku. No ano de 2017, Francisco foi a Myanmar (maioria budista),
Bangladesh (maioria muçulmana) e Egito (também de maioria muçulmana). Nessa
viagem ao Egito, o Papa Francisco realizou um pronunciamento que pode ser
considerado o seu programa para o diálogo inter-religioso. E, finalmente, no
ano de 2019, Francisco já viajou aos Emirados Árabes Unidos, de maioria
muçulmana e ao Marrocos, país de quase totalidade muçulmana. No Marrocos foi
emblemática a apresentação musical feita com a presença do Papa Francisco e
representantes de diversas tradições religiosas, onde foi apresentada uma peça
com uma cantora judia, uma cristã e um cantor muçulmano. Esta lista de viagens
é apenas uma pequena amostra tanto da centralidade que o tema do diálogo
inter-religioso tem em seu pontificado, como também a forma como tem feito
Francisco: ir ao encontro, visitar e dialogar no espaço de tradições religiosas
diversas da sua. Nestes encontros, o foco dos pronunciamentos e das
preocupações do Papa não tem sido a diferença religiosa, mas a busca do
engajamento e ação em conjunto em prol da humanidade e dos problemas que a
assolam. Assim, disse o Papa no encontro com os muçulmanos no Egito”.<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Num
dos encontros mais importantes do seu pontificado, em viagem apostólica aos Emirados
Árabes Unidos, de 3 a 5 de fevereiro deste ano, o Papa assinou o “Documento
sobre a fraternidade humana em prol da paz mundial e da convivência comum”,
juntamente com o Grão Imã da Mesquita de Al-Azhar, no Egito, Sheik Ahmad
al-Tayyeb. O acordo foi uma forma de celebrar o gesto de São Francisco de Assis
de visitar a região, de maioria islâmica (muçulmana), 800 anos atrás. E a
visita de Francisco foi a primeira de um Papa à Península Arábica, berço do
islamismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O
documento diz que Al-Azhar e o Vaticano, muçulmanos e católicos, vão, juntos,
lutar contra o extremismo religioso e que nenhuma religião deveria, nunca,
incitar violência, ódio ou guerra. A assinatura foi feita diante líderes
religiosos de todo o mundo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Esses
breves apontamentos confirmam a liderança inconteste de Francisco no cenário
internacional. O Papa, apesar de octogenário, é a maior liderança propositiva (com
palavras e gestos concretos) da atualidade. Enfrenta uma onda massificadora e
obscurantista que, utilizando de pseudodiscursos religiosos clamam por uma
“recristianização” do Ocidente a impor uma homogeneização violenta, excludente,
geradora de morte. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Francisco
constrói pontes: com gestos e palavras é um líder com ações propositivas; aponta,
com coragem, os atores que patrocinam as guerras, o comércio de armas e que
lucram com a cultura da morte e do descarte; confronta os líderes xenofóbicos e
racistas que querem erguer muros e promover políticas de criminalização dos
migrantes, dos refugiados, dos pobres, dos movimentos sociais; aponta os males
de uma governança global que, desprezando a democracia de fato, sucumbiu ao
capitalismo concentrador de riqueza e renda e gerador da miséria, exclusão e
múltiplas formas de violências.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Viva
Francisco!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="line-height: normal;">
<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span style="font-family: "times new roman" , serif;">SOUZA, R. S. R. <b>A política de
Francisco</b>. IN: JÚNIOR, F.de A.; ABDALLA, M.; SOUZA, R. S.R. (orgs). Papa
Francisco com os movimentos populares. São Paulo: Paulinas, 2018.</span> <o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span style="font-family: "times new roman" , serif;">Ocorridos em Roma (2014), na
cidade boliviana de Santa Cruz de La Sierra (2015) e novamente
em Roma (2016). <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "times new roman" , serif;"> Utilizamos <span style="background: white; color: black;">dados sobre a concentração de
riqueza das seguintes fontes: relatório da Oxfam, de 2017; DOWBOR, Ladislau, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">El capitalismo cambió las reglas, la
politica cambió de lugar</b>, Nueva Sociedad, 2016; CACCIA-BAVA, Silvio, “A
corrupção e o impasse político”, texto impresso distribuído no encontro do
Movimento Nacional de Fé e Política, realizado em maio 2017, no Rio de Janeiro;
Ministério das Relações Exteriores, “Temas orçamentários e administrativos da
ONU”.</span></span><o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span style="background: white; color: black; font-family: "times new roman" , serif;">PAPA FRANCISCO. <b>Discurso do Papa Francisco no II
Encontro Mundial dos Movimentos Populares.</b> Coleção Sendas. Volume 4.
Edições CNBB, 2015.</span><o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt;">“Os 26 mais
ricos do mundo concentram a mesma riqueza dos 3,8 bilhões mais pobres”.
Disponível em:<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><a href="https://oglobo.globo.com/economia/os-26-mais-ricos-do-mundo-concentram-mesma-riqueza-dos-38-bilhoes-mais-pobres-23391701">https://oglobo.globo.com/economia/os-26-mais-ricos-do-mundo-concentram-mesma-riqueza-dos-38-bilhoes-mais-pobres-23391701</a>
. Acesso em 20/10/2019.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "times new roman" , serif;"> Veja a mensagem do Papa sobre o
Pacto pela Educação, aqui: <a href="https://youtu.be/ZgmRnQgr5C0">https://youtu.be/ZgmRnQgr5C0</a>
<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span style="font-family: "times new roman" , serif;">É um dos líderes mundiais dos
movimentos de extrema-direita. Segundo o jornal <b>The Guardian, </b>Bannon
declarou ao ex-ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, que o Papa
Francisco “é o inimigo” e deve ser atacado. O ex-estrategista chefe de
Donald Trump e mentor do bolsonarismo aconselhou o ministro do Interior
italiano a atacar o Papa Francisco sobre a questão da migração,
segundo fontes próximas à extrema direita italiana.
“Bannon aconselhou o próprio Salvini que o papa atual é uma
espécie de inimigo. Ele sugeriu, com certeza, atacar frontalmente”, disse o
jornal inglês The Guardian, citando declaração de um representante da Liga
anti-migração da Itália. Fonte: <a href="http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/592797-fracassou-o-contra-sinodo-sobre-a-amazonia-programado-em-roma-por-bolsonaro">http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/592797-fracassou-o-contra-sinodo-sobre-a-amazonia-programado-em-roma-por-bolsonaro</a>.
Acesso em 20/10/2019.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn8" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span style="background: white; color: black; font-family: "times new roman" , serif;">Citando o Papa Francisco em sua encíclica </span>“<em>Laudato
Si: sobre o cuidado da Casa Comum” (2015)</em><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;">: “Nunca maltratamos e ferimos a nossa Casa Comum como nos
últimos dois séculos… Essas situações provocam os gemidos da irmã Terra, que se
unem aos gemidos dos abandonados do mundo, com um lamento que reclama de nós
outro rumo” (n.53).</span><span style="font-family: "times new roman" , serif;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn9" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteTextCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "times new roman" , serif;"> Vitório, Jaldemir<b>. Igreja em
saída: para onde?</b> Disponível em: <a href="https://faje.edu.br/periodicos/index.php/annales/article/download/3628/3708/">https://faje.edu.br/periodicos/index.php/annales/article/download/3628/3708/</a>.
Acesso em 20/10/2019.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn10" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Robson/Dom%20Total/Francisco%20o%20l%C3%ADder.docx#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "times new roman" , serif;"> <b>Papa Francisco e o Diálogo
inter-religioso</b>. Artigo de Frei Volney J. Berkenbrock, disponível em : <a href="https://franciscanos.org.br/vidacrista/papa-francisco-e-o-dialogo-inter-religioso/">https://franciscanos.org.br/vidacrista/papa-francisco-e-o-dialogo-inter-religioso/</a>.
Acesso em 20/10/2019.<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
<br />
<br />
<br />robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-32718943783255246422019-09-14T13:57:00.000-03:002019-09-14T13:57:23.116-03:00A falácia democrática e a desorientação dos “democratas”<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-size: large;">O</span></b>bservar os
discursos dos principais atores políticos (instituições, partidos, academia...)
em momentos de profunda crise política e institucional é um exercício interessante.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A discussão
sobre democracia talvez seja o tema mais instigante nessas circunstâncias. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18.0pt;">
Fugindo do
academicismo, vamos apresentar alguns elementos desse debate, analisando especificamente
o “caso brasileiro”:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 18.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="mso-list: Ignore;">1.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->Desde seu nascedouro, na Grécia antiga, a
democracia nunca foi um “governo do povo”. Trata-se de um sistema de hierarquização
do poder. (Leia mais <a href="http://robsonsavio.blogspot.com/2017/10/a-farsa-democratica-brasileira-e-o-golpe.html">aqui</a>).
Lá, o cidadão, aquele que participava ativamente do governo, era o homem livre.
Mulheres, escravos, estrangeiros, ou seja, a maioria popular estava fora de
quaisquer processos decisórios. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="mso-list: Ignore;">2.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->Na modernidade, a democracia foi retomada,
principalmente no Ocidente. Como um canto de sereia, apresentava uma beleza
estonteante e escondia um novo vício que podemos chamar de corrupção: trata-se
da democracia representativa. A ideia ingênua segundo a qual os eleitos (e,
portanto, aqueles que têm condições para assumir o controle do governo) representam
os interesses do conjunto da população. Qualquer analista minimamente honesto,
que não esteja apegado a dogmas procedimentais - muito caros principalmente em
nossa academia colonial, salvo exceções -, sabe muito bem que a representação é
um instrumento fundamental para a exclusão política de boa parcela dos
cidadãos, em quaisquer democracias. É um sistema de privilegia uma classe (os
detentores do capital e seus capatazes) em detrimento de outras. Esquemas
fraudulentos como o poder do dinheiro, a ação arbitrária das elites partidárias,
o papel desempenhado pela “justiça” eleitoral, ou regras eleitorais (como o
coeficiente eleitoral, no nosso caso) são instrumentos que excluem da
participação efetiva dos processos eleitorais e, por consequência, dos
processos políticos, a maioria dos cidadãos, limitados a meros eleitores
submetidos e manipulados a tais regras discricionárias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="mso-list: Ignore;">3.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->A partir de certo momento, notadamente no século
passado, a democracia ocidental passou a ser sinônimo de democracia
capitalista. E criou-se um consenso segundo o qual não há salvação fora desse
sistema: um modo de governança submetido aos interesses de quem domina os meios
de produção e, mais recentemente, vassalo dos donos do sistema financeiro
global. Portanto, somente dentro dos cânones determinados pelos capitalistas é
possível se falar em democracia. Uma série de medidas foram tomadas para doutrinar
os cidadãos a acreditarem que a única possibilidade de felicidade e realização
é dentro de sistemas democráticos capitalistas, não obstante a pornográfica
desigualdade social que assola as democracias e a formação de castas dentro desses
sistemas: 1% concentrando quase toda a riqueza e determinando os rumos da
política (note-se que o burocrata mais importante de qualquer governo democrático
é o ministro da fazenda ou da economia); militares e juízes tutelando o
sistema; classe média reacionária minoritária, defendo seus privilégios...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="mso-list: Ignore;">4.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->Com o passar do tempo, foi ficando cada vez mais
evidente que a palavra democracia não se aplicava, de fato, a regimes dominados
pelos interesses do capital - que produzem abissais desigualdades, exclusões e
múltiplas formas de violências seletivas. Mesmo em momentos de ampliação de direitos
trabalhistas, como ocorreu com o chamado “estado de bem-estar social”, a
democracia capitalista mostrava sua farsa: não era o “governo do povo, pelo
povo e para o povo”, como exclamara Abraham Lincoln. Assim, a partir de meados
do século passado, começou-se a adjetivar o termo para mantê-lo palatável. Expressões
como “semidemocracia” ou “democracia de baixa intensidade” disfarçam a evidente
incompatibilidade entre o que se prega (um regime de igualdade de direitos e
deveres) e o que se observa na “vida como ela é”: um regime segregacionista:
múltiplas formas de segregação (renda, etnia, idade, gênero...).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="mso-list: Ignore;">5.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->Muitos estufam o peito e dizem: “em se tratando de
regimes políticos, a democracia é o melhor”. Repare que, geralmente, essa frase
é dita por aqueles que estão incluídos de direito e de fato nas democracias
capitalistas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="mso-list: Ignore;">6.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->No caso brasileiro, nunca vivemos uma democracia
de fato. Somente, lapsos de uma democracia procedimental. Se considerarmos o
período desde a invasão europeia, no século XV, temos 10% do tempo de vivência
da democracia formal no país. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="mso-list: Ignore;">7.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->Com o golpe mais recente, o de 2016, ficou cristalino
que o último grnde pacto entre elites, celebrado em 1979 com a lei da anistia e
o acordão posterior, a chamada redemocratização, consolidaram a falácia
democrática brasileira. Nos últimos 30, desde a Constituição de 1988, apesar de
avanços incrementais (reconhecidamente importantes), a democracia de fato se
estendeu, somente, para a classe média. Para cerca de 70% da população, a democracia
continuou sendo um conto da carochinha. Mas, desde então, a classe média - ofendida
em seus direitos civis e políticos durante a ditadura -, dormiu em berço esplêndido
com o pacto celebrado em 1988, enquanto concessões eram destinadas ao andar de
baixo. E como bons cristãos, todos dormíamos sem culpa, com a “consciência tranquila”
(essa categoria individual e não necessariamente ética), mesmo sabendo do genocídio
que continuava a dizimar pretos e pobres; as condições de semiescravidão de boa
parte do mundo do trabalho; a consolidação de castas dentro do aparato estatal;
a destruição de ecossistemas com projetos neodesenvolvimentistas; as barganhas
sem escrúpulos para permitir governança aos nossos “representantes” eleitos; a
transformação de cidadãos em consumidores ávidos pelo sucesso individual e sem
noção de pertença nacional... E poderíamos listar, aqui, um rosário de outras mazelas
históricas que continuaram minando nossa pseudodemocracia. Nenhuma reforma
estrutural, nos sistemas político, econômico, judiciário, tributário, midiático,
educacional, agrário... foi feita. Enquanto isso, as elites predatórias associadas
ao ultraliberalismo internacional trataram de, mais uma vez (como antes, na
proclamação da república; ou nas décadas de 30, 40... e em 1964) escancarar o
que muitos insistem em negar: o Brasil sempre foi um arremedo republicano: oligárquico,
excludente, violento e elitista.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="mso-list: Ignore;">8.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->Fico pasmo ao ler e ver discursos de partidos e
líderes do chamado “campo progressista”, mais especificamente da esquerda, que
continuam a dizer, em pleno 2019, que “a democracia brasileira corre perigo”,
mesmo depois da assunção ao governo de um grupo político claramente autoritário,
um necrogoverno (leia mais <a href="http://robsonsavio.blogspot.com/2019/06/da-violencia-estrutural-ao-necrogoverno.html">aqui</a>),
sem nenhum compromisso com o intitulado “estado democrático de direito” (essa expressão
que esconde o caráter elitista da nossa democracia, porque poucos acessam, de
fato, tal “estado democrático”). Sem contar o <i>impeachment</i> fraudulento e as
eleições de 2018 totalmente corrompidas (aos olhos da justiça que, aqui, sempre
teve um lado para chamar de seu). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="mso-list: Ignore;">9.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->O discurso da legalidade democrática vindo de
castas do judiciário, da caserna, de setores da academia ou de golpistas
históricos como da mídia empresarial é sobejamente conhecido e só serve para
tamponar nossa realidade quase feudal. Mas, ouvir essa argumentação justamente
daqueles que se dizem os defensores do povo e de uma democracia verdadeira é
algo vergonhoso. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="mso-list: Ignore;">10.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]-->O fato é que não temos no Brasil um campo
político revolucionário e competente para propor e implementar um projeto de
país onde as reformas estruturais que enfrentem e superem o nosso passado escravocrata,
autoritário, elitista e violento sejam assumidas e, a partir de tais reformas,
possa se vislumbrar a construção de uma Nação, onde a dignidade humana, de fato
para além de direito, alcance a todos, e não somente 30% da população. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify; text-indent: 18.0pt;">
Por isso, essa quadra histórica se caracteriza
pela desorientação: não dos autoritários, perversos e violentos; mas, dos
democratas. Mas, “deixemos o pessimismo para dias melhores”. Em frente...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin-left: 18.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<br /></div>
<br />robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-46701003169498934712019-07-29T06:21:00.001-03:002019-07-29T06:30:02.053-03:00EUA: o demolidor da autonomia e da soberania das democracias<p dir="ltr">NUM ESCLARECEDOR EDITORIAL  nesse domingo (28/07), o jornalista G. Greenwald, do The Intercept Brasil, lembra que as grandes reportagens que revelaram as mais pérfidas sabotagens e golpes promovidos pelos EUA -- um Estado que manipula, corrompe e destrói democracias e estados democráticos mundo afora -- só foram possíveis porque jornalistas e outros profissionais optaram pelo apreço à ética e à verdade, preferindo o risco da morte, do banimento e de toda a desgraça das perseguições à mesquinhez de simples papagaios de pirata dos donos das empresas de mídia -- cujo único compromisso é a defesa intransigente de seus financiadores, apesar da lorota de credores das democracias.</p>
<p dir="ltr">É claro que atores e a conjuntura interna devem ser considerados na análise das rupturas democráticas. No caso brasileiro, é fundamental mapear os papéis desempenhados pela "elite do atraso"; as consequências da desagregação dos laços sociais causadas pelas históricas violência e desigualdades estruturais; as castas que dominam o Estado e se consideram tutoras das da democracia (sistema de justiça e Forças Armadas), entre outros atores e fatores.</p>
<p dir="ltr">Mas, é fundamental destacar o papel dos EUA em mais essa aventura golpista que pariu um governo de extrema-direita, ultraliberal e antidemocrático.</p>
<p dir="ltr">Lembra-nos Greenwald que "grande parte do jornalismo mais importante produzido nas últimas décadas foi feito graças a fontes que obtiveram ilegalmente informações cruciais e as entregaram para jornalistas."</p>
<p dir="ltr">E, apesar dos uivos de ienas antagonistas e seus financiadores secretos nestes tempos cabeludos, "o que fica registrado na História é o que foi revelado pelas reportagens, e não as ações das fontes que ajudaram na revelação."</p>
<p dir="ltr">O fundador do Intercept Brasil passa a descrever alguns casos emblemáticos que deveriam ser estudados, obrigatoriamente, em todas as escolas democráticas pelo mundo.</p>
<p dir="ltr">"Em 1971, um ex-oficial do Pentágono, Daniel Ellsberg, roubou dezenas de milhares de páginas de documentos secretos provando que o governo dos EUA estava mentindo para a população a respeito da guerra do Vietnã. Ellsberg entregou os documentos roubados ao (jornal) New York Times e depois para o Washington Post, e ambos produziram diversas reportagens com base nesses documentos. Se hoje em dia o nome de Ellsberg é lembrado, é como um herói que permitiu que essas mentiras oficiais do governo fossem expostas por jornalistas."</p>
<p dir="ltr">Se os limpinhos e cheirosos do "Manhattan Connection", de blogs e think tanks ultraliberais bancados por grana estadunidense produzissem jornalismo comprometido com a democracia, esses veículos e grupos de interesse seriam os primeiros a aderirem à narrativa do  Intercept, no episódio da VazaJato.</p>
<p dir="ltr">Continua Greenwald: "durante a chamada Guerra ao Terror promovida pelos EUA e seus aliados desde os ataques de 11 de setembro de 2011, os maiores veículos de mídia do ocidente – New York Times, Washington Post, NBC News, BBC, The Guardian – receberam repetidamente informações de fontes que violaram as leis para expor sérios crimes, como a prática de tortura, a existência de prisões secretas da CIA, e o sistema ilegal de vigilância da NSA. Ainda que algumas vozes autoritárias tenham clamado pela prisão dos jornalistas que revelaram esses segredos, o público de modo geral tratou essas reportagens como fundamentais, e todas essas revelações receberam o prêmio máximo do jornalismo, o Pulitzer."</p>
<p dir="ltr">E tem mais um caso escabroso do governo dos EUA,  que se diz o grande defensor das democracias e dos direitos humanos, mas que usa técnicas medievais para defender os interesses dos verdadeiros donos daquela nação: as indústrias do petróleo, das armas, dos remédios e, agora, das mídias eletrônicas.</p>
<p dir="ltr">E Greenwald recorda mais um caso vergonhoso: "O mesmo vale para as reportagens, publicadas em 2013 e 2014, sobre o sistema secreto e massivo de espionagem na internet, afetando populações inteiras, por parte do governo dos EUA e seus aliados – reportagens essas que só foram possíveis graças a documentos obtidos ilegalmente pelo whistleblower da NSA, Edward Snowden. Dezenas de veículos de mídia no mundo todo – inclusive o grupo Globo, no Brasil – manifestaram a vontade de ter acesso aos documentos roubados para produzir reportagens sobre o sistema secreto de espionagem mantido pelo governo dos EUA, porque em casos como esses os jornalistas entendem que o que importa não são as ações ou motivações da fonte, mas o conteúdo revelado ao público."</p>
<p dir="ltr">Vejam, caros leitores: as organizações Globo -- criadas com a ajuda estratégica dos Estados Unidos durante a ditadura para defender e promover os interesses norte-americanos nessas plagas, que se postam acima das leis e dos poderes da república e que agora, tão vergonhosamente defendem com unhas e dentes as práticas ilegais lavajatistas --, já tiveram momentos de alinhamento a hackers para divulgarem informações roubadas. Como a história é bela! Provavelmente, daqui a alguns anos, o grupo Globo lançará mais um patético editorial reconhecendo a verdade sobre a lavajato, como ocorreu anos depois em relação ao reconhecimento da ditadura no Brasil.</p>
<p dir="ltr">"Hoje em dia, o que é lembrado pela História sobre o assunto não são os julgamentos morais feitos pelo governo dos EUA e seus defensores acerca das ações de Snowden. O que importa – o que ficou registrado na História – é o que foi revelado pelas reportagens sobre as invasões de privacidade massivas e indiscriminada perpetradas em segredo pelas agências de segurança", sentencia Greenwald.</p>
<p dir="ltr">Mas, para não alongar muito, o que há em comum em todos esses escândalos de corrupção à democracia, ao estado de direito e à autonomia dos países? Resposta: a ação imperialista e fraudulenta dos EUA.</p>
<p dir="ltr">Inclusive,  na operação lavajato: a ação sórdida dos Estados Unidos -- que não respeitam nada daquilo que propagam aos quatro ventos -- está fartamente documentada nas nada republicanas parceiras que membros do judiciário e do MP fizeram com órgãos historicamente intervencionistas dos EUA na dita operação.</p>
<p dir="ltr">Como se sabe, no caso da lavajato, essa operação (apesar de algum minúsculo combate à corrupção, para agradar moralistas sem moral e servir de discurso para os golpista) resultou na realização dos interesses norte-americanos no Brasil, com esses "grandes feitos" (entre outros):</p>
<p dir="ltr">a) A destruição da indústria pesada nacional, inclusive a indústria do petróleo, abrindo as portas para corporações estadunidenses  e o "vamos privatizar tudo" do ultraliberal Guedes e sua patota banqueira;</p>
<p dir="ltr">b) Milhões de desempregados que hoje se submetem a condições análogas à escravidão para conseguirem trabalho; ou seja, a precarização do mercado de trabalho para a superexploracão dos "novos investidores" nessa neocolônia;</p>
<p dir="ltr">c) Destruição de laços de solidariedade social e da Constituição, com as "reformas" ultraliberais, via assunção da extrema direita no Executivo e no Parlamento;</p>
<p dir="ltr">d) Vassalagem do Brasil à nova política imperialista norte-americana;</p>
<p dir="ltr">e) Um Judiciário que de seletivo e encastelado se transforma a passos largos numa justiça inquisitorial, de togados movidos por fanatismo religioso, ódio de classe e perversão moral, salvo exceções;</p>
<p dir="ltr">Os Estados Unidos -- sempre tramando contra as democracias -- são os grandes beneficiados da lavajato. Por isso, Moro et caterva continuam a ter o beneplácito de todos os golpistas, inclusive da globo. Ele foi o testa de ferro dos EUA na parte internacional do golpe que propiciou o governo que transforma o Brasil numa colônia norte-americana.</p>
<p dir="ltr">Por outro lado, alguns jornalistas, hackers, militantes sociais e digitais -- expondo as vísceras dessa política perversa norte-americana e seus atores bufos, como no caso da VazaJato, mostrando os vendilhões de uma Nação infiltrados nos poderes públicos -- são os inimigos "número um" da horda no poder.</p>
<p dir="ltr">Isso deve ser terrivelmente odioso para os poderosos e seus capachos nesse momento.</p>
<p dir="ltr">E viva os hackers e os jornalistas independentes que honram a profissão!</p>
robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-3750319731707968332019-07-06T20:01:00.001-03:002019-07-06T20:01:23.972-03:00Breve análise para além da pesquisa Datafolha<p dir="ltr">O Instituto Datafolha divulgou nesse sábado, 06/07, uma pesquisa avaliando a percepção popular após as divulgações das conversas nada republicanas entre o ministro da Justiça (quando juiz da operação Lava- jato) Sérgio Moro e procuradores da operação policial-judicial-midiática. Foram entrevistadas 2.086 pessoas em 130 municípios brasileiros, entre os dias 4 e 5 de julho.</p>
<p dir="ltr">Em resumo, 59% dos entrevistados afirmam que são graves e devem ser revistas as decisões de Moro durante a Lava Jato; entre abril e julho deste ano a avaliação do ex-juiz caiu 7 pontos percentuais, de 59 para 52%; a maioria (55%) acha que Moro deve permanecer no Ministério da Justiça; os mais jovens são os que mais acham inadequadas as condutas do ex-juiz (73%), enquanto somente 44% dos que têm 60 anos ou mais desaprovam a condução de Moro, sendo que os mais ricos são os que menos desaprovam (49%); 54% acham que a condenação e prisão do ex-presidente Lula foi justa, sendo que no Nordeste 56% acham injusta e no Sul somente 33%; por fim, 61% avaliam como ótimo e bom o trabalho desempenhado pela Lava-Jato.</p>
<p dir="ltr">Se por um lado há que se destacar que a maioria condena as ações ilegais e imorais de Moro (59%), por outro, a população está dividida em relação à condenação de Lula (principal vítima da referida operação).</p>
<p dir="ltr">Os ricos, sulistas e os mais velhos, ou seja, aqueles que, em tese, estão com a vida estabilizada continuam conservadores e pro-establishment, enquanto os mais jovens mantêm a indignação.</p>
<p dir="ltr">Vale, aqui, lembrar Gramsci (1891-1937). Embora as circunstâncias fossem outras (seus comentários sobre a crise da autoridade) e seja necessária uma pequena adaptação no texto, penso que se aplica ao momento de transição que vive o Brasil a ideia de que ‘o velho está morrendo e o novo apenas acaba de nascer. Nesse interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparece’. (A frase original correta é: ‘A crise consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer. Nesse interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparece’.). E quanta morbidez adveio com o atual governo... Como já escrevemos neste espaço, trata-se de um necrogoverno.</p>
<p dir="ltr">Mas, é preciso avaliar, mesmo que sucintamente, porque significativa parte dos cidadãos, de uma maneira geral, se posiciona de forma dúbia frente à avassaladora quantidade de provas das ações deletérias do ex-juiz e de membros da operação Lava Jato reveladas nos últimos dias. Ainda é significativo o apoio a Moro no ministério da Justiça (por mais paradoxal que isso signifique) e no governo de extrema-direita. Dizendo de outra forma, há muita complacência com a conduta claramente antiética, antirrepublicana e criminosa do ministro do atual governo e parece que significativa parte da população não relaciona tais desvios a consequências à democracia, justiça, ética pública, respeito à Constituição e ao estado de direito, entre outros.</p>
<p dir="ltr">Quando se trata de análise das percepções da população é preciso considerar que o povo brasileiro é <b>participante periférico da democracia de fato</b>. Ademais, há uma série de condicionantes que interferem na opinião popular (não necessariamente nesta ordem):</p>
<p dir="ltr">a. A mídia empresarial, formadora de opinião (principalmente das classes médias), é altamente concentrada, oligopolizada, age em uníssono e se constitui, historicamente, num instrumento de viés claramente elitista e antipopular. A diversidade e pluralidade da mídia é um dos pilares de quaisquer democracias sólidas, o que nunca ocorreu nesse país e, não obstante o advento da mídia alternativa (importante <i>front</i>de pluralidade de ideias), a tendência de repetir o pensamento hegemônico ainda persiste no senso comum dos cidadãos, ainda mais em tempos de guerra híbrida, pós-verdade, redes sociais e <i>fake News</i>. Por isso, a mídia <i>mainstream</i>continua peça relevante na qualidade, fragilidade ou manipulação das democracias. Isso pode explicar, em certa medida, o apoio que Moro ainda tem e as incertezas do povo em relação a Lula. (Registre-se, porém, a persistência da desilusão de parte da população, por variados motivos, em relação ao PT e esquerdas).</p>
<p dir="ltr">b. A educação política do povo é praticamente inexistente. Aliás, a deseducação política no Brasil atinge, também, significativa parte da classe média e elites. Desde o golpe da proclamação da República e o advento do positivismo, a educação formal sempre foi dominada pelo pensamento das elites e tudo que é popular é associado a atraso, corrupção, crime. O sistema de ensino nunca se constituiu, no Brasil, como um instrumento de educação popular à cidadania.</p>
<p dir="ltr">c. Nossa cultura religiosa, de base judaico-cristã, solidificou na percepção da maioria do povo a ideia segundo a qual toda autoridade vem de Deus (e isso se percebe com muito mais clareza em tempos de adensamento do neopentecostalismo). Por isso, as pessoas de uma maneira geral ainda acreditam piamente não somente no que dizem ou deixam de dizer as autoridades religiosas, como também os juízes, operadores da lei, policiais, Forças Armadas etc., todos segmentos conservadores, sendo que alguns desses grupos, muitas vezes, se transformem nos algozes do povo. Acrescente-se que a mídia empresarial reverbera e reforça a opinião desses segmentos em detrimento de outras vozes que são criminalizadas e excluídas do debate público.</p>
<p dir="ltr">d.  As elites em nosso país, historicamente, perseguem todas as lideranças populares e massacram as revoltas e os levantes do povo, só permitindo à maioria uma “vida de gado”. Para manter um país tão rico e absurdamente desigual, oferecem concessões e privilégios para a classe média e, em troca, uma parcela significativa dessa classe, formadora de opinião, age como fiel escudeira dessas elites: são aqueles que, atualmente, pedem intervenção militar, fechamento do Congresso e do STF e querem uma justiça para chamar de sua (não à toa, apoiam Sérgio Moro com tanta fidelidade).</p>
<p dir="ltr">e. As instituições do Estado sempre foram pouco republicanas e, mesmo depois da Constituição de 1988, nunca perderam seu caráter elitista e, de certa forma, operam na contramão da construção de uma Nação (para todos) justa e igualitária. Nosso sistema judiciário e as polícias, pretorianos das elites, não foram reformados com o advento da Carta de 1988.</p>
<p dir="ltr">f. Em tempos de ultraliberalismo econômico e ultradireita política, o individualismo e a demonização do estado e das políticas públicas (principalmente pela ação de <i>think tanks</i> norteamericanos agindo na mídia, nas instituições de ensino, junto ao neopentecostalismo e em vários segmentos sociais) contaminaram o pensamento de grande parcela da população que despreza qualquer ideia de público, bem-estar social e política e, por isso, são incapazes de defender e lutar por demandas coletivas e comunitárias.</p>
<p dir="ltr">Todos esses pontos, entre outros, devem ser considerados quando analisamos os dados que surgem da percepção do povo em pesquisas de opinião.</p>
<p dir="ltr">Por isso, não adianta a simplificação das análises. São múltiplos os desafios para os setores democráticos e populares na reconstrução democrática.</p>
robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-29837761063072756192019-06-22T12:49:00.001-03:002019-06-22T12:49:23.896-03:00Breve história tupiniquim. Vamos recordar:<p dir="ltr">1. Moro, Dellagnol, TRF4, ministros do STF et caterva são membros do sistema de justiça. Esse sistema, historicamente, é uma casta, que existe para proteger elites (inclusive progressistas e das esquerdas) e seus interesses (salvo exceções). (Veja o estudo do professor catedrático Fábio Konder Comparato, intitulado "O poder judiciário no Brasil", publicado no Instituto Humanitas, da Unisinos).</p>
<p dir="ltr">1.1. Moro é a "cara", escancarada, desse sistema que, cotidianamente, massacra todos aqueles que são os "descartáveis". É só verificarmos como funciona a justiça criminal ou como são tratados os sonegadores de impostos neste país...</p>
<p dir="ltr">1.2. Sem uma profunda reforma no sistema de justiça (poder judiciário, MP, polícias, penitenciárias) continuaremos a ter uma sociedade estruturalmente injusta e violenta e socialmente iníqua.</p>
<p dir="ltr">2. O sistema de justiça associado ao militarismo no Brasil, desde a fantasiosa proclamação da República, sempre tutelaram o país. Essas duas castas (jurídica e militar) nunca se submeteram às Constituições (a não ser nos momentos que lhes interessavam). Operam como estados paralelos, inclusive nos governos progressistas.</p>
<p dir="ltr">3. Sistema de justiça e militarismo, desde o início do século XX, sempre foram sabujos dos norte-americanos e têm na mídia empresarial o modus operandi para manipular e controlar a opinião pública, promovendo golpes quando pactos entre elites não lhes interessam. A criação da #Globogolpista durante o regime militar coroou esse acordão.</p>
<p dir="ltr">4. Historicamente, e mesmo durante governos progressistas, a democracia de fato (ou seja, a vivência efetiva dos direitos civis, políticos, sociais, culturais....) nunca atingiu mais de 40% dos brasileiros. A grande maioria do nosso povo sempre viveu numa subcidadania. A violência estrutural, a justiça seletiva e a naturalização desde estado de coisas (pela educação, mídia, religião, etc) sempre impediram qualquer possibilidade de reformas estruturais ou um processo revolucionário verdadeiramente includente, a criar um estado de bem estar social para o conjunto da população.</p>
<p dir="ltr">4.1. Mesmo durante governos progressistas só se implementaram reformas incrementais, sem atingir as estruturas historicamente perversas e iníquas da nossa sociedade e do  estado.</p>
<p dir="ltr">5. O governo ultraliberal e de extrema direita que chegou ao poder graças a um golpe e uma guerra híbrida e semiótica, com apoio das elites predatórias deste país, aposta numa revolução ultraconservadora, a promover rupturas profundas no já esgarçado tecido social, nas fragilíssimas instituições sociopolíticas, radicalizando a exclusão social e promovendo a morte como lenitivo à nova fase de hiperexploracão capitalista tupiniquim: um necrogoverno.</p>
<p dir="ltr">6. Por isso, é preciso, mais que nunca, ter consciência da gravidade da situação, sem esperanças vãs, para se buscar uma saída potente via articulação e ação das forças sociais, historicamente resistentes num país que sempre foi marcado pela exclusão, silenciamento, dominação e eliminação da maioria de seus cidadãos.</p>
<p dir="ltr">(DE: Robson Sávio Reis Souza, em seu Facebook).</p>
robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-63218016512528444022019-06-08T18:38:00.001-03:002019-06-08T18:38:29.359-03:00Da violência estrutural ao necrogoverno: breve radiografia do Bolsonarismo<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif;"><span style="font-size: large;"><b>N</b></span></span><span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 12pt;">ão há dúvida: a violência no
Brasil é estrutural. Desde o período colonial, foi sendo constituído um perverso
arranjo social e político no qual os brancos e os proprietários de terra se
impunham sobre os demais.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A República, um golpe de elites
(militares, maçons, proprietários de terra, juristas), nunca se constituiu em
realidade de fato e os ideais republicanos jamais chegaram à plenitude. Desde
então, as políticas de governo (ou a falta delas) ratificam a disposição das relações
de poder: consolidam privilégios aos quais apenas determinadas categorias
sociais têm acesso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">As desigualdades (de renda, étnico-raciais,
culturais, de gênero, regionais), nosso pior e mais vergonhoso cancro, são
naturalizadas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Outro processo violento atribui a
culpa pela pobreza, miséria, desemprego etc. ao “corpo mole” do “andar de baixo”
que, na verdade, é vítima de múltiplas formas de opressão. A violência estrutural
consiste em naturalizar a opressão (verdadeira causa do problema),
apresentando-a como se fosse óbvia consequência do modo de ser ou de agir dos
que são sufocados pelas elites. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Nos raros momentos históricos em
que houve aumento da participação social e expansão de direitos dos cidadãos, parte
da sociedade, notadamente os privilegiados das classes média, saíram dos
armários da hipocrisia; se ressentiram e a reivindicaram o emprego de critérios
meritocráticos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Para justificar essa ordem social
perversa, a violência cultural opera de diferentes maneiras: naturaliza as
desigualdades, inverte as relações de causa e efeito, reduz ao silêncio as
contradições da sociedade. Cria-se um imaginário social de acordo com o qual a
violência direta, caracterizada pelos crimes, e a (violência) estrutural são
tratadas como consequência natural do mau procedimento das vítimas (pobres,
negros, índios, grupos vulneráveis...).<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>A violência, portanto, deixa de ser vista como tal e passa a ser
considerada algo normal e natural.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">As leis, não raras vezes, são
elaboradas de forma abstrata e incompreensível, permitindo interpretações
escusas de uma justiça encastelada. Tudo coroado com um aparato judiciário
seletivo, moroso, ineficiente e ineficaz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Depois da traumática experiência
da ditadura militar, novos ares sopraram nas plagas tupiniquins. Abria-se a
possibilidade de construção de uma nação socialmente justa, nos moldes de um
estado de bem-estar social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Mas, já nos inícios dos anos de
1990, o vento impetuoso do neoliberalismo, vindo do Norte, ameaçava, novamente,
o sonho dos brasileiros. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">No neoliberalismo, prevalece a ideia
segundo a qual o poder público, portanto, o Estado, deve ser administrado como
uma empresa. O Estado é pensado a partir de interesses privados; deixa de ter
como base fundante o interesse público, respaldado na soberania popular, para
se preocupar e garantir os interesses de uns poucos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A política é criminalizada e o
político deixa de ser um representante legítimo a mediar os vários interesses e
conflitos sociais, políticos e econômicos e passa a ser um mero gestor, ocupado
e preocupado com a eficiência de toda uma estrutura pública que, no
neoliberalismo, é direcionada a maximizar os interesses econômicos e
financeiros dos detentores do poder econômico em detrimento dos direitos dos
cidadãos e dos interesses públicos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">No estado neoliberal, o espaço
privado dos interesses dos poderosos é alargado ao máximo e, ao mesmo tempo, o
espaço público dos direitos dos cidadãos é encolhido, ao mínimo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A exclusão e as desigualdades passam
a ser encaradas como artimanhas do povo, acionando todo tipo de violências do
aparato estatal, através do incremento do estado policial-penal punitivo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Nos termos
do neoliberalismo é impossível uma democracia de fato. Só serve uma democracia
de mentirinha, como essa que vivemos desde 2016. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 12pt;">Governos democrático-populares
implementaram políticas de expansão do estado social por mais de uma década. E,
paradoxalmente, conviveram pacificamente com a violência estrutural, sem proporem
reformas profundas no aparato estatal. E enquanto, governo e sociedade, todos “dormíamos
em berços esplêndidos”, as velhas raposas sedentas de poder - as elites que sempre
impuseram dor e sofrimento ao povo brasileiro -, tramaram nos bastidores e trataram
de articular, em parceria com os Estados Unidos, um golpe parlamentar-jurídico-midiático,
“com o Supremo, com tudo”, e retomaram o poder.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Por isso,
o golpe de 2016 foi produzido dentro do arcabouço jurídico-institucional para salvaguardar
os interesses de seus patrocinadores (banqueiros, industriários, os coronéis do
agronegócio, rentistas, especuladores e elites da classe média – médicos, militares,
operadores de direito, advogados, juízes, promotores, líderes religiosos
conservadores) em detrimento da Constituição e dos interesses populares, com
vistas a interromper a construção de um estado social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-top: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, serif; font-size: 12pt;">Nesse novo contexto, a sanha dessas elites não
se contentava mais com a implantação do neoliberalismo. Radicalizaram. E colaboraram na implantação de um estado ultraliberal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">É dentro desse novo quadro que
foi eleito e se apresenta, faceiro, o governo Bolsonaro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Seu núcleo econômico é o suprassumo
do ultraliberalismo. É encabeçado por um banqueiro sem pudor, Paulo Guedes, que
já serviu a um dos ditadores mais sanguinários das Américas: Pinochet.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Seu núcleo militar é composto por
oficiais das Forças Armadas (mais de 130, nos primeiro e segundo escalões do
governo) que continuam preocupados com os “inimigos internos” e, inebriados pelo
poder, esquecem de proteger o país de ataques e interesses econômicos externos
dos mais violentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Seu núcleo político encarrega-se
do desmonte de políticas focalizadas, redistributivas e de proteção das
minorias. Tem em figuras esdrúxulas, como Damares Alves (ministra de direitos
humanos e família), Onyx Lorenzoni, que dispensa adjetivação (ministro da casa
civil) e Abraham Weintraub (ministro da educação) verdadeiros cruzados, sem compromisso
com a ética pública e a justiça social.</span><span style="background: white; color: #545454; font-family: "Arial",sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O núcleo de controle social, que
atua no adensamento do estado penal-policial-punitivo, tem no xerife Moro, o
ex-juiz sem escrúpulos, a missão do controle social, a ação ainda mais seletiva
e violenta da justiça e a repressão aos grupos de reivindicação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">No núcleo da política internacional,
que objetiva o alinhamento incondicional aos Estados Unidos, observamos figuras
das mais anedóticas e autoritárias, como Ernesto Araújo e Eduardo Bolsonaro;
este o chanceler de fato. Estão empenhados em colocar o Brasil submisso aos interesses do capital internacional especulativo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">No âmbito da cultura, a guerra - que congrega vários atores dos núcleos acima mencionados -, é atuar
em relação a valores, crenças, religião, implantando um estado obscurantista, em
associação com os neopentecostais evangélicos e católicos. Aqui, entra o
enfrentamento à educação: essa pseudoguerra da doutrinação ideológica, que
inclui o projeto fascista intitulado “escola sem partido”; a tal “ideologia de
gênero”; o revisionismo da ditadura; a vigilância de professores; a reinserção
nos currículos da disciplina “moral e cívica”; a inquisitória “lava-jato da
educação” e sandices diversionistas, como o criacionismo e o <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>terraplanismo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Como se não bastasse, utilizam
estratégias de uma guerra semiótica e híbrida, via redes sociais - esse circo de
misérias e horrores que move verdadeiros zumbis, incapazes de utilizarem a
razão e o bom senso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Saímos de governos que historicamente
se impuseram ou foram coniventes com a violência estrutural para um necrogoverno:
um governo que mata e destrói.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">É só destruição e morte. Senão,
vejamos: na agricultura, com a liberação de dezenas de agrotóxicos; no meio ambiente,
a auto-regulamentação e o alinhamento com o agronegócio na sua feição mais predatória;
na ciência e tecnologia, profundos cortes nos programas de pesquisas e bolsas;
na cultura, uma guerra obscurantista; <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>na
defesa, a tentativa de cessão de bases aos Estados Unidos, a venda da Embraer e
a fragilização dos projetos estratégicos; no desenvolvimento agrário,
retrocesso total da política de reforma agrária e caçada aos movimentos sociais
do campo; nas políticas de direitos humanos, a criminalização dos movimentos
sociais, a perseguição aos indígenas, usuários de drogas, moradores de rua,
LGBT’s; na educação, o escola sem partido, o ensino à distância, o corte de
bolsas de pesquisa e dos orçamentos de todas as modalidades de ensino, principalmente
universitário, e a reforma curricular; na economia, a “abertura” do setor
financeiro aos megabancos estrangeiros e a <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>destruição dos bancos públicos; na indústria, a
abertura comercial radical e unilateral; na justiça, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>o apoio ao armamento, o “pacote Moro”, a liberação
e aprovação da violência policial; no setor energético, a destruição gradual da
Petrobrás e da Eletrobrás; na previdência, a privatização e destruição da
Previdência Pública; nas relações exteriores, o alinhamento incondicional com
os Estados Unidos, a saída disfarçada dos BRICS e a desarticulação do Itamaraty,
além da violação dos princípios de não intervenção e autodeterminação; na saúde,
a liberação da venda de cigarros, a gradual privatização do SUS, a volta dos
manicômios, a internação compulsória, o investimento em comunidades terapêuticas
acusadas de violações de direitos, o descontrole das epidemias; no trabalho, a extinção
do Ministério e forte redução de direitos; nos transportes, a precarização do
sistema de controle de velocidade (radares), a disfarçada liberação de ¨rebites”
para motoristas, a concessão de rodovias, ferrovias e portos em larga escala.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Não se trata da redução do Estado
ao mínimo; mas sua quase eliminação. Inclusive com a criminalização dos servidores, o
corte de cargos, a proibição de concursos públicos e a desconcentração de
competências da União.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Um governo que aposta no esgarçamento
total do Estado e do tecido social e no estímulo ao hiper-individualismo, como corolários
do autoritarismo ultraliberal. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Bolsonaro e seu clã agem como uma
espécie de “agitadores fascistas”: demandam adesão ideológica das massas, num
jogo entre ameaçadores <i>versus</i> ameaçados a justificar uma cruzada
moralista, autoritária e religiosa contra os valores e os direitos humanos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Radicalizam a raiz da brutalidade
constitutiva da sociedade brasileira (a violência estrutural), expressas na violência da virilidade
patriarcal, no autoritarismo da caserna e da justiça e no nosso cinismo de
nascença. Tudo como se fosse um jogo onde a violência e o gracejo se misturam
com a brutalidade sanguinária, a rigidez do militarismo, o moralismo religioso
e os desejos pervertidos da construção de uma sociedade governada por “homens puros
e de bem”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">É preciso registrar que o governo
Bolsonaro surge, também, como uma ameaça totalitária. Além de Bolsonaro
personificar, em certa medida, os estereótipos de um ditador populista, o mais preocupante
é que o núcleo do totalitarismo está nas instituições sociais e políticas quando
(elas) se tornam homogêneas. E o alinhamento dos poderes da República (Congresso
e STF) a ideais autoritários do presidente de plantão podem indicar essa tenebrosa
perspectiva. As bancadas ultraconservadoras no Congresso e a fragilidade e
dubiedade do STF, atualmente guiado por um juiz que nunca inspirou confiança
sequer entre os pares, fazem jus a esse diagnóstico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">No governo Bolsonaro instala-se o
ultraliberalismo que é uma forma contemporânea do totalitarismo. Trata-se de um
necrogoverno.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-64900741836256549742019-04-27T14:57:00.001-03:002019-04-27T14:58:08.422-03:00Quem tem medo de filosofia e sociologia?<p dir="ltr">Sou formado em filosofia e sociologia. E fico indignado com as declarações do <i>trainee</i> de ditador e seu ministro da deseducação - que até agora não apresentou sequer um projeto e/ou ação propositiva no MEC. Uma inoperância do tamanho do conjunto do atual governo.</p>
<p dir="ltr">Fiquem sabendo os arautos de fake News que não se destroem cursos universitários e/ou áreas de conhecimento por decreto. O artigo 207 da Constituição Federal (que consagra a autonomia universitária) é claro: “As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”. Mesmo sufocando a área das ciências humanas com a restrição de verbas, esses cursos, por demandarem pouco investimento continuarão a existir. Ademais, sempre haverá estudantes altruístas e autônomos que não aceitam ser meros apertadores de parafusos na engrenagem perversa do capitalismo que precisa de robôs; não de seres pensantes.</p>
<p dir="ltr">A filosofia e a sociologia sempre foram um problema para as mentes preguiçosas; para os ditadores que precisam mobilizar uma massa de zumbis e têm medo da razão; para os capitalistas que querem meros apertadores de parafusos e não pessoas que agem com autonomia; para líderes religiosos charlatães e manipuladores que precisam de fanáticos, penitentes de uma fé cega e serviçal, incapazes de enxergar as várias facetas do controle religioso.</p>
<p dir="ltr">Nosso sistema educacional, desde a fajuta proclamação da república bacharelesca, sempre foi marcado pelo positivismo alienante, incapaz de formar cidadãos autônomos. Por isso, os fanáticos têm tanto ódio de Paulo Freire. E a ditadura militar, através do acordo MEC-USAID, tentou reprimir ao máximo um modelo de educação libertadora e emancipadora. E é por isso, também, que nessa quadra histórica marcada pela assunção de ignorantes e idiotas de todos os quilates e de todas as extirpes ao poder, voltam-se os ataques contra tudo que é relacionado à educação, arte, cultura, autonomia etc.</p>
<p dir="ltr">Como escreveu o filósofo e professor Maurício Abdalla, “a filosofia tem sofrido golpes fatais. Querem-na fora das escolas e das universidades, monopolizada por pseudofilosofias com agendas fundamentalistas e de extrema direita, com reflexões rasas e associações falsas de ideias”. Aliás, astrólogos travestidos de pseudofilósofos são importantíssimos para ocupar o espaço diversionista das redes sociais e mobilizar mentes e corações, dado que a televisão se torna um ópio menos atrativo. É preciso de novos macacos de auditório para manter o povo distraído e mobilizado com futilidades, enquanto os perversos tocam um governo que só sabe destruir e é incapaz de construir, agregar, unir e mobilizar positivamente.</p>
<p dir="ltr">Como revelou o jornalista Jamil Chade, no UOL, estudos apontam que programas de ciências humanas são os mais procurados entre os universitários dos países da OCDE, grupo das economias ricas e do qual o Brasil quer fazer parte. Em média, um terço dos novos estudantes universitários nos países dessa organização entram em programas de ciências sociais (humanas), mais do que o dobro da proporção de novos estudantes em engenharia, produção e construção. Num outro estudo publicado pela OCDE, em novembro 2017, constata-se que os profissionais das ciências sociais são fundamentais para a inovação nos processos empresariais, na organização e estratégias de marketing. Citando ainda dois outros estudos, a publicação aponta que são as pessoas formadas em humanas que vão garantir o centro do trabalho inovador no setor de negócios. De acordo com o levantamento, os estudantes de humanas participam de uma "ampla gama de setores". A constatação: tais cursos são "importantes para a inovação na economia". Portanto, o argumento fajuto e mentiroso de Bolsonaro segundo o qual “a função do governo é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua volta” não se sustenta; e só serve para enganar idiotas; ou seja, quem odeia política e se sujeita a uma vida teleguiada pelas determinações dos poderosos e seus prepostos.</p>
<p dir="ltr">Por fim, o conhecimento reflexivo das ciências humanas e sociais, incluída a filosofia, é fundamental para o Estado nas ações de formulação, monitoramento, aperfeiçoamento e avaliação de políticas públicas, assim como para o desenvolvimento crítico das demais ciências. Qualquer país que quer ser autônomo no concerto das nações privilegia as áreas de conhecimento capazes de produzir reflexão crítica.</p>
<p dir="ltr">No momento atual - de inflexão e ataque ao estado social -, as ciências sociais e a filosofia são fundamentais para o conhecimento crítico e reflexivo. Porque uma nova ordem social ainda não nasceu e as velhas estruturas decadentes urram para sobreviver. Observamos uma transição mundial que demanda a reconstrução das sociedades, pautada no paradigma da cidadania, legitimando a equidade, a justiça, a igualdade e a autonomia. É nesse contexto socio-histórico que ciências sociais assumem o desafio de mudar a lógica da construção e socialização do conhecimento; a expandir a capacidade das pessoas de “aprender a aprender”; de governar e controlar o Estado e o mercado. Afinal, na reconstrução de uma sociedade cidadã, as Ciências Humanas e Sociais, garantindo o legítimo e necessário espaço de articulação entre todas as ciências, possibilitam a formação de profissionais comprometidos com a coletividade e com uma nova ordem social que globalize, para além do bem econômico, a solidariedade e o acesso a serviços e políticas que desloquem a centralidade do capital, do mercado e do individualismo para a centralidade ética da vida humana, onde haja espaço de vida  e de realização dignos para todos. Por isso, as ciências sociais e humanas são o “bicho-papão” dos que odeiam ideias como igualdade, justiça, autonomia, criatividade, estética, bondade,beleza etc.</p>
<p dir="ltr">Sabemos que há um chamamento à burrice, à estupidez, à violência, à irracionalidade, ao fanatismo religioso e à estreiteza de pensamento por parte do atual governo. Mas, por outro lado, há sinais de exuberante resistência, movida pelo pensamento crítico, análise de conjuntura, articulação sociopolítica e criativas estratégias de lutas a sinalizarem  vida inteligente e pulsante nesses tempos sombrios. <b>Não nos calarão.</b></p>
robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-82322727393257355802019-03-29T09:04:00.004-03:002019-03-29T09:04:33.725-03:00Ditadura nunca mais: pela memória, verdade e justiça<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.65pt; margin-bottom: 10.0pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.65pt; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #222222;"><b><span style="font-size: x-large;">A </span></b>questão militar no Brasil precisa
ser enfrentada com destemor, seriedade, sem revanchismo e dentro dos marcos da
democracia e do republicanismo.</span><span style="color: #222222;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.65pt; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #222222;">Há setores democráticos dentro das
Forças Armadas e das polícias. Mas, parte dos militares brasileiros sempre teve
o intento de tutelar nossa democracia.</span><span style="color: #222222; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.65pt; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #222222;"> A proclamação da república é
considerada a primeira intervenção militar na ordem institucional brasileira.
Nos primeiros anos da República Velha, passando pelos movimentos tenentistas na
década de 1920, a revolução de 1930, a era Vargas, a redemocratização de 1945 e
as tentativas de golpe contra Vargas e Juscelino são episódios da presença dos
militares na política</span><span style="background: rgb(246, 246, 246); color: black;">.</span><span style="color: #222222; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span><span style="color: #222222;">O momento mais agudo dessa relação se
deu em 1964: a instalação de uma ditadura.</span><span style="color: #222222; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.65pt; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #222222;">Com o golpe militar instalou-se um
regime de exceção, violência e arbítrio em nosso país: um governo de decretos e
atos institucionais autoritários; políticos eleitos democraticamente foram
cassados; as eleições eram controladas e figuras esdrúxulas, como governadores
e senadores biônicos, foram criadas.</span><span style="color: #222222; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.65pt; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #222222;">Os generais-presidentes calaram os
meios de comunicação impondo censura e ameaças; houve forte repressão aos
movimentos sociais, sindicais e populares, no campo e na cidade; a utilização
da tortura transformou-se em política de estado; ocorreram diversos
desaparecimentos forçados, exílios e incontáveis violações dos direitos humanos.</span><span style="color: #222222; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.65pt; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #222222;">O conceito de “inimigo interno”,
derivado da doutrina de segurança nacional instalada pela ditadura,
redirecionou a atuação das nossas Forças Armadas para a vigilância e a
repressão aos brasileiros, em detrimento de seu caráter precípuo: a defesa
contra inimigos externos. Essa ideologia contaminou todo o sistema de justiça
criminal, fazendo com que a perseguição seletiva a cidadãos e movimentos
sociais brasileiros perdurasse após a chamada abertura democrática, até os
nossos dias.</span><span style="color: #222222; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.65pt; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #222222;">A falta de punição aos perpetradores
da tortura, das graves violações aos direitos humanos e do arbítrio fez com que
essas práticas se institucionalizassem em muitos setores, transformando-se em
políticas de Estado que ainda persistem no presente. Em muitas delegacias,
batalhões, centros de internação de adolescentes, em abordagens policiais, na
ação seletiva da justiça e nas prisões a prática da violência institucional do
Estado, atentando contra princípios elementares dos direitos humanos, ainda
prossegue.</span><span style="color: #222222; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.65pt; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #222222;">O regime de exceção, além de ter
massacrado militantes de movimentos sociais e estudantis, partidos políticos e
sindicatos de trabalhadores nas cidades, também atingiu grupos sociais mais
amplos, como trabalhadores rurais, urbanos e indígenas e perseguiu, também, milhares
de militares.</span><span style="color: #222222; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.65pt; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #222222;">Como demonstrou o relatório final da
Comissão da Verdade em Minas Gerais, pela ação, conivência, parceria e omissão
às graves violações de direitos, além dos agentes e órgãos públicos de diversos
setores dos três poderes do Estado que atuaram com os militares, outros atores
sociais (empresas e instituições privadas) foram parceiros do regime
ditatorial. Aliás, as elites nacionais (empresários, mídias, banqueiros,
latifundiários e setores da classe média) sempre foram colaboradoras dos militares
nas rupturas democráticas. Por isso, não é errado nomear o golpe de 1964 como
golpe “civil-militar”. Esses mesmos atores, com a ajuda dos Estados Unidos da
América e liderados pela união umbilical entre a mídia empresarial e justiça
lavajateira urdiram o golpe de 2016 e criaram as bases sociais e políticas para
a assunção de um governo de extrema direita.</span><span style="color: #222222; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.65pt; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #222222;">Conhecer essa complexa rede de
agentes e instituições públicos e privados partícipes dos golpes
civis-militares é um elemento importante para o desvelamento das armadilhas do
passado e do presente. E é luz para entendermos as imensas violências,
injustiças e desigualdades que ainda vicejam em nosso país.</span><span style="color: #222222; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.65pt; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #222222;">Não é por acaso que, como nos tempos
medonhos da ditadura, os discursos da violência e do ódio prevalecem em amplos
segmentos sociais nos dias de hoje e, de variados modos, move o governo central.
A gramática da violência, que gera medo e divisão, é a aposta política das
mentes autoritárias.</span><span style="color: #222222; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.65pt; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #222222;">Vários setores democráticos da
sociedade brasileira sempre repudiaram a ação intervencionista de parte dos
militares nos momentos de crise institucional aguda em nosso país. Por outro,
sempre respaldados pelas elites nacionais, esses segmentos da caserna atuaram à
margem do processo democrático. Isso ocasionou uma ferida congênita na
democracia tupiniquim.</span><span style="color: #222222; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.65pt; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #222222;">A lei da anistia, de 1979, um pacto
entre elites com o objetivo de colocar, à fórceps, um ponto final nessa
história, acabou surtindo efeito não desejado. A ferida continua aberta e a
ruptura democrática de 2016 comprova que a inexistência de uma justiça de
transição em nosso país viabilizou, novamente, a formação de uma ampla
coalização golpista e elitista, com a participação cada vez mais evidente dos
militares no governo de extrema direita.</span><span style="color: #222222; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.65pt; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nos dias de hoje, vozes agourentas
clamam pelo passado de arbítrio e exceção. Mas, o Brasil precisa acertar suas
contas com seu passado ditatorial. Por isso, é preciso lutar para que a verdade
ecoe dos porões da ditadura; a memória das vítimas daquele período seja luz da
resistência democrática no presente e a luta por justiça seja a bússola a
indicar o caminho à verdadeira democracia. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 12.65pt; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #222222;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Como ex-coordenador da Comissão da
Verdade em Minas tenho o compromisso e o dever ético de repudiar, com
veemência, aqueles que insistem em comemorar o golpe militar de 1964.</span></span></div>
robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5393618819878427412.post-78616610777407769802019-02-24T17:27:00.001-03:002019-02-24T17:27:47.613-03:00Aos militares e a todos os brasileiros<p dir="ltr">1. Há 150 anos que o Brasil não entra numa guerra (já basta a carnificina que subtrai a vida de mais de 60 mil brasileiros, a maioria pobres e negros, todos os anos em nosso país).</p>
<p dir="ltr">2. Para um país continental e com grandes riquezas naturais (petróleo, minério, água doce...), a ausência em guerras é um feito e uma honra à diplomacia e às Forças Armadas.</p>
<p dir="ltr">3. A Venezuela nunca fez mal ao Brasil.  Ao contrário, tem boas relações comerciais e diplomáticas com nosso país. Ademais, somos vizinhos, latinoamericanos, coirmãos e o Brasil nunca teve pretensões imperialistas.</p>
<p dir="ltr">4. Ter na fronteira do Brasil um país com imensas reservas petrolíferas é uma imensa oportunidade de parcerias comerciais futuras, dado que nosso país possui (ainda) uma das maiores e mais bem sucedidas empresas com a capacidade de exploração e refino de petróleo.</p>
<p dir="ltr">5. Só um governo antinacional desperdiçaria as chances de relações de amizade e reciprocidade que podem gerar oportunidades para ambos os países no presente e no futuro.</p>
<p dir="ltr">6. A Venezuela tem uma série  de problemas sociais e de governança, como todos os demais países, incluso o Brasil. </p>
<p dir="ltr">6.1. Uma profunda crise democrática também assola países capitalistas que se curvaram à ditadura do mercado.</p>
<p dir="ltr">6.2. Haja vista tudo o que ocorreu em nosso país nos últimos três anos, não temos moral frente à comunidade internacional para nos postarmos como mais democráticos que a Venezuela.</p>
<p dir="ltr">7. Como um dos fundadores da ONU, o Brasil sempre se destacou no concerto das Nações como país cumpridor das resoluções dessa organização supranacional. A ONU, como se sabe, estabelece a não interferência de terceiros em assuntos domésticos (princípio da não-intervenção e soberania nacional). Para que manchar esse legado?</p>
<p dir="ltr">8. Governos passam e, mais cedo ou mais tarde, são substituídos. Porém, uma ação bélica  em um país  vizinho deixará marcas e instabilidades profundas por décadas. </p>
<p dir="ltr">8.1. Ainda mais quando a agressão se dá num momento de penúria e divisão do povo venezuelano. Como se sabe, a história nunca inocenta os agressores.</p>
<p dir="ltr">8.2. A ONU é a melhor instância para dirimir os conflitos na Venezuela e, se for o caso, dirigir ações humanitárias e o Brasil deveria atuar diplomaticamente nessa direção.</p>
<p dir="ltr">9. O povo brasileiro, salvo pequena parcela de apolíticos que se movem pelo ódio e pela violência, não aceita a agressão a um país vizinho. </p>
<p dir="ltr">9.1. Principalmente, se esse ato serve apenas para atender às exigências dos EUA, que sempre fazem da guerra e da truculência um instrumento para ampliar seus domínios e sua sanha imperialista e incrementar a indústria armamentista - uma das bases de sua economia.</p>
<p dir="ltr">9.2. Todas as guerras patrocinadas pelos EUA foram prejudiciais aos povos atacados, à ordem e à segurança mundiais.</p>
<p dir="ltr">10. Numa guerra sem justificativa como essa, se ocorrer, o Brasil não tem nada a ganhar. Mas terá muito a perder.</p>
<p dir="ltr">11. Mas, se o Brasil entrar nessa aventura, faço duas sugestões às Forças Armadas:</p>
<p dir="ltr">11.1. Convoquem para as batalhas todos os incentivadores dessa guerra, a começar pelos jovens truculentos da classe média, a turma da mídia empresarial, os bon vivant que ficam incentivando a barbárie. Certamente, eles servirão de bucha de canhão para Trump com satisfação. E, caso o Brasil vença, poderão ganhar de recompensa uma ida, com estadia paga, na disneylândia, para se divertirem por uns dias com o pateta.</p>
<p dir="ltr">11.2. Por fim, dêem a honra do comandante em chefe das FFAA, o capitão Bolsonaro e seus filhos, assumirem o ponteiro na empreitada. Parece que eles estão muito motivados. Certamente, como têm demonstrado no governo do país, serão excelentes comandantes nessa aventura. E não vale comando por tuites.</p>
robsonsaviohttp://www.blogger.com/profile/02561532648315149337noreply@blogger.com0