Imagine um estado que se
autointitula democrático e DE DIREITO onde qualquer promotor ou juiz, imbuído
de paranoia higienista, xenofóbica, racista ou messiânica resolve, a seu
bel-prazer, transformar sua caneta numa forquilha...
Nesse país, as instâncias superiores do judiciário (que poderiam controlar
arroubos autoritários) estão covardemente amedrontadas e imobilizadas pelo
tribunal supremo midiático e reféns da opinião publicada.
Plutocratas vomitam discursos de ódio, vingança e morte repercutidos em doses
cavalares pela imprensa fascista.
Junte-se, aqui, o aparato de repressão, historicamente constituído para a
manutenção do establishment, a agir, também, de forma seletiva e repressora.
E a leis? As leis são meros instrumentos discricionários, usadas pelas elites
das castas jurídicas para proteger uns e incriminar/eliminar outros,
seletivamente.
Esse é o Brasil atual.
Aqui, observamos uma coalizão que se robusteceu em meio à crise política e
econômica nos últimos dois anos, liderada por políticos vingativos e pueris
como Aécio, Serra, Caiado, Bolsonaro, Paulinho da Força, Alckmin, Cunha,
Agripino, entre outros; por uma mídia serviçal do rentismo global e por alguns
juízes, promotores, policiais, empresários e banqueiros de visão colonialista,
messiânica e autoritária.
Segmentos da classe média, ávidos de vingança (ao invés de exigiram a ampliação
da cidadania para todos), invejam e odeiam a ascensão social dos empobrecidos e engrossaram o coro dos revoltados on e off line porque querem o retorno de
privilégios de classe e odeiam a ideia da igualdade de direitos.
Essa coalização midiático-política-empresarial-policialesca-jurídica-mediana ao
invés de apresentar um projeto político para o país, tenta, a qualquer custo,
reimplantar a república dos homens de ben$$$.
Do outro lá, observamos um governo federal perdido; um Congresso macartista;
uma coalizão governista perversa e traíra; uma esquerda dividida, sem um
discurso coeso; movimentos sociais ainda dispersos, sem agenda unificada.
Grupos radicais, de direita e de esquerda, ajudam a atear fogo para todos os
lados. A "lei e a ordem", todos sabem, é o estratagema que justifica
a ação autoritária do andar de cima...
Mas, a iminência da perda de direitos poderá, mais cedo ou mais tarde, mexer
com os brios dos "bons e mansos cristãos da terra de santa cruz" que,
dificilmente, aceitarão o açoite da casa grande cabisbaixos, como ocorria
outrora.
Será que os tempos da "paz dos túmulos" ficaram para trás?