terça-feira, 31 de janeiro de 2017

A Justiça para gregos e troianos


Os fascistas de plantão (na mídia, nas ruas e nas redes) sempre deixam externar, nos seus comentários e suas meias-verdades, que desejam vingança e nunca justiça.

Outrora, defendiam a berros, à la merval, a transparência nas divulgações das delações, quando atingiam sobremaneira o PT. Porque não querem justiça e, sim, vingança, agora, dado que a camarilha golpista, que apoiam, está toda atolada no lamaçal da corrupção, a começar pelo presidente, seus ministros e seus apoiadores - inclusos os tucanos bicudos e de alta plumagem -, os fascistas acham "justo" a chefe da suprema corte, em mais uma ação discricionária e digna de repulsa, decretar sigilo nas delações da Odebrecht.

A Constituição Federal garante o interesse público e ressalta o direito da sociedade de ter informação sobre processos penais. Entendo que, enquanto prevalece, como regra geral, o princípio da publicidade dos autos, não se pode, com falácias, utilizar de outra estratégia. Só cabe sigilo em processos que invadam a intimidade das partes, conforme estabelecido em lei.

Enquanto o STF USAR DE DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS NAS SUAS AÇÕES não temos nenhum dever de acreditar na isonomia e no interesse da justiça, na justiça.

Temos todo o direito de duvidar e colocar sob suspeita os atos de quaisquer juízos, do primeiro ao mais elevado grau, que, usando de argumentos AD BACULUM ou altamente questionáveis, queiram mostrar eficiência para contentar gregos e troianos, como se a justiça fosse uma donzela da casa vermelha a agradar clientes de todos os gostos e desejos...

Às vésperas da eleição das mesas diretoras da Câmara e do Senado, quando se monta nova estratégia parlamentar para dar sustentação ao governo golpista, o Supremo, mais uma vez, mostra que colabora e dá respaldo a consolidação da ruptura democrática. Que fique registrado à história de qual lado a mais alta corte e a juristocracia tupiniquim sempre estiveram...

Infelizmente, do poder judiciário, historicamente o menos transparente e mais avesso à publicidade e à prestação de contas ao povo, pode-se esperar tudo, inclusive nada.