domingo, 30 de abril de 2017

Uma breve análise sobre a violenta ação de PMs nas manifestações

Como vimos, na sexta, dia 28/04, de um lado, estavam as tropas policiais armadas até os dentes (serviçais de um governo ilegítimo e golpista, com mandato concedido por rentistas, banqueiros e outros ricos; apoiado por 4% de privilegiados, um Congresso corrupto, empresários do pato amarelo e a juristocracia herdeira da casa grande); do outro lado, trabalhadores; o povo desarmado. 

As tropas militares foram às ruas para manter a "lei e a ordem" dos ricos; ou seja, silenciar, humilhar e violentar o povo, como historicamente agem as forças policiais neste país. 

Será que foram fazer o trabalho sujo? Quer dizer, machucar, massacrar e, se preciso, matar cidadãos que foram às ruas protestarem contra o governo mais corrupto e usurpador de direitos da história deste país.  


E, por que agem assim? Porque quando cometem abusos e arbitrariedade, via de regra, têm o apoio e a proteção do MP e da justiça da casa grande. E o aplauso da elite violenta e privilegiada, além dos panfletários midiáticos que insuflam e estimulam a barbárie policial contra os pobres, os trabalhadores e os segmentos vulneráveis. Por isso, agem violentamente com a certeza da impunidade.

Ação da PM do Rio. Foto: Internet

A violência da PM no Rio foi absurda, ilegítima e desproporcional, relatam os participantes da manifestação. Não obstante alguns manifestantes provocarem tumulto, a ação da polícia foi visivelmente reativa e repressiva como se estivessem num campo de guerra.


Fonte: Montagem G1/TV Anhanguera

Em Goiânia, a fúria desmedida e brutal do policial contra um estudante de ciências sociais da UFG mostrou para todo o mundo que não há pudor de muitos policiais brasileiros nem mesmo na tortura em público. Na montagem fotográfica percebe-se que a violência foi tanta e tão desmedida, que o cassete do policial quebra ao atingir o estudante. O estado de Mateus Ferreira é grave.

E muitos acreditam que tortura era coisa exclusiva da ditadura civil-militar implantada em 1964.

Em São Paulo, o Texas brasileiro, respira-se há muito tempo um clima de fascismo; lá, flerta-se com o estado de sítio. A violência policial é denunciada constantemente por movimentos sociais e lideranças da periferia das grandes cidades do estado. Relatórios divulgados em 2015 e 2016 por ONG's confirmam aumento da violência e letalidade policial.


Ação da PM paulista


Em Brasília, um vídeo que viralizou na internet mostra um policial do Batalhão de Choque da PM do Distrito Federal lançando gás sobre um jovem solitário que estava caminhando na Esplanada dos Ministério. Pura covardia! (Veja aqui)

Para parte significativa das PMs não há cidadãos em manifestações legítimas e democráticas; há somente inimigos, ou bandidos - como vociferam os profetas da barbárie midiática -, a serem abatidos. Proteção é garantida apenas para os patrões, aqueles das manifestações dos ricos; as manifestações domingueiras que pedem ditadura militar e justiciamento - para o deleite dos privilegiados e opressores de sempre. 

Aos trabalhadores, pobres, negros, também o de sempre, desde sempre: chicote, cassetete, balas, violência desmedida.

A prática usual das polícias nas favelas desce para o asfalto quando se trata da ação policial em manifestações populares e de movimentos sociais e sindicais. O povo protestando é considerado inimigo a ser abatido. Pura metodologia do período militar consolidada após o processo de democratização.

Reformar profundamente o sistema de segurança pública e as policiais (tarefa não realizada na constituição de 1988) é parte do processo civilizatório (incompleto) brasileiro.




sábado, 29 de abril de 2017

Sobre a greve geral e suas repercussões


Fonte: Revista Fórum


Na semana passada prevíamos que se a greve geral fosse exitosa poderíamos iniciar um processo de superação do golpe.

Ao longo da semana ficou evidente que para além da boa articulação entre as centrais sindicais e as lideranças dos principais movimentos sociais em torno da mobilização popular, outros importantes segmentos de associaram à convocação da greve. Destaque especial seja dado a participação de lideranças da Igreja Católica - que tem um dos maiores índices de credibilidade entre a população brasileira. Mais de 100 bispos, cerca de 1/3 do episcopado na ativa, apoiaram publicamente a greve. Desde a ditadura não acontecia uma mobilização dessas proporções pelo alto clero da Igreja do Brasil.

Dois dias antes da megaparalisação, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, disse: "O Brasil vive um momento particular de sua história, uma crise ética. Há situações de enorme complexidade nos quais estão envolvidos personagens do cenário político, sem falar da crise econômica que atinge a todos. Como encaminhar mudanças sem o respaldo da sociedade? Propostas de reformas que tocam na Constituição Federal, no sistema previdenciário, na CLT merecem estudo, pesquisa e aprofundamento. Sem diálogo não é possível criar um clima favorável que vise o bem do povo brasileiro.”

No dia da greve, em entrevista ao vivo à Rede Aparecida (uma das maiores emissoras de TV católicas do país, transmitindo com exclusividade a 55ª Assembleia Geral da CNBB, que ocorre no Santuário Nacional), o bispo-auxiliar de Belo Horizonte e reitor da PUC Minas conclamava: "Vivemos um tempo de democracia participativa. Que aqueles que foram eleitos para concretizar a democracia representativa sejam sábios para escutar o clamor dos cidadãos. Nunca tivemos um momento como este com tanta convergência para um pensamento totalmente contrário ao que está sendo proposto pelo governo. Só há um caminho para o povo brasileiro: sair para as ruas e dizer que não está satisfeito, que não quer este caminho que está sendo imposto pelo governo."

A greve geral é um instrumento a ser praticado em momentos específicos da conjuntura sociopolítica, quando há condições objetivas de adesão massiva dos trabalhadores e, simultaneamente, a possibilidade de se gerar um poderoso movimento de transformação; no caso, visando à superação do golpe que levou ao poder um governo sem voto e, portanto, sem compromisso com a população. Um governo que se sustenta com o pífio apoio de 4% da população e uma coalizão ultraconservadora, formada por um congresso marcado majoritariamente por corruptos; uma justiça seletiva e parcial; um empresariado antinacional e de mentalidade escravocrata e uma mídia manipuladora e fascista. Somente acadêmicos míopes e colonizados conseguem defender nos holofotes globais uma democracia dessa natureza.

A estratégia de mobilização que articulou os movimentos sindicais, sociais e eclesiais deu certo. Mais de 35 milhões de trabalhadores cruzaram os braços e as ruas de centenas de cidades foram tomadas pelos trabalhadores e trabalhadoras.

Mesmo com o desdém, a mentira, a manipulação e o terrorismo implantado pela mídia golpista e seus comentaristas fascistas na véspera e durante todo o dia 28, o movimento foi exitoso e ganhou destaque internacional. 

E fica cada vez mais claro que uma reforma do sistema de comunicação social, com controle social da mídia, é elemento fundamental para a restauração da democracia em nosso país.

Há momentos na história de um povo e de uma Nação que os cidadãos e as instituições democráticas e populares são colocados à prova. Nesses momentos há que se dar um salto qualitativo.

O bando despudorado que tomou de assalto o poder para servir ao capitalismo rentista parece não ter limites. Temer e a camarilha golpista nos três poderes, com o apoio estratégico do dinheiro sujo do empresariado corruptor e da justiça da Casa Grande só poderão ser confrontados com a força que brota da união popular.

Como escreveu Vladimir Safatle, para os que tentam se legitimar contra o povo “a greve geral foi criada. Ela é a mais legítima de todas as manifestações políticas, pois, no seu cerne, está a recusa em se deixar desaparecer. Ela é a maneira profunda que o povo tem de dizer: "Nós existimos". Nós existimos como sujeitos, como os verdadeiros soberanos.”

Numa democracia não é possível um governo sem o mínimo de respeito aos verdadeiros soberanos.

 Torna-se, portanto, intolerável um governo sem povo. Um grupo atolado na corrupção - refém do capitalismo rentista e subjugado pelos chantagistas do sistema judicial-inquisitorial - continuar usurpando o poder para se locupletar e agradar seus financiadores do setor econômico e da mídia.

É insustentável um governo que, com 4% de aprovação popular, rasga a Constituição Cidadã e a substitui por uma constituição anticidadã.

É insuportável que a pauta política seja dominada e imposta não pelos interesses populares, mas por uma mídia apodrecida no desvario da desinformação e da manipulação; serviçal dos rentistas e algoz do povo. Não se pode aceitar mais que empresas de comunicação que operam como concessão pública - com obrigação constitucional de informar adequadamente a população -, continuem a impor sua agenda nefasta em detrimento dos interesses de uma Nação.  

É preciso enfrentar a mais perigosa e ardilosa organização que opera no Brasil a serviço dos interesses internacionais e contra o povo: as organizações globo. Como escreveu o renomado professor Wanderley Guilherme dos Santos: “o Sistema Globo de Comunicação superou as Forças Armadas e as denominações religiosas na capacidade de distribuir pela sociedade os terríveis sentimentos de medo, ansiedade e inquietação. Ele é a fonte do baixo astral e baixa estima dos brasileiros e das brasileiras. O Sistema Globo converteu-se no gerente corruptor e corruptível do medo político, econômico, social e moral da sociedade brasileira, sem exceção.” Assim, as organizações globo são totalmente incompatíveis com uma democracia de fato.

A violência operada pelos projetos políticos do governo golpista e seus sócios, concretizada nas medidas antipopulares e antinacionais em curso, nos desafiam à construção de novos caminhos, de forma ousada e revolucionária.


Que a greve geral seja o começo de uma revolução cidadã.

sábado, 22 de abril de 2017

Greve geral poderá ser o começo do fim

Fonte: Bem Blogado

Greve geral poderá ser o começo do fim

T
odos devem se lembrar dos protestos ocorridos em 2013. Capitaneados pela direita e pela mídia, especialmente a TV globo, as imensas manifestações populares se constituíram no início do processo golpista. Na ocasião se forjou toda uma narrativa para justificar a trama com vistas a deslegitimar o governo e o Partido dos Trabalhadores e para se iniciar o enredo que culminou num golpe sem canhões. Uma ruptura democrática que levou ao poder um governo sem votos e cujo programa é exatamente o oposto daquele que venceu nas eleições de 2014.

Nas democracias, mesmo as de baixíssima intensidade como a brasileira, as massas populares nas ruas têm um poder descomunal. Quando menciono as massas, não estou tratando de manifestações organizadas por setores de direita e de esquerda. Essas foram abundantes (e importantes) nos dois últimos anos, mas se limitam às disputas entre esses dois segmentos. Quero me referir aos eventos públicos que envolvem vários segmentos sociais, políticos e econômicos que se congregam na luta por pautas comuns, ou contra um determinado regime ou governo. 

É por isso que a greve anunciada para o próximo dia 28 de abril é tão importante. Ao que tudo indica e até que enfim, parece que há uma união de diversos segmentos da sociedade (sindicatos, partidos, movimentos sociais e eclesiais) a se levantarem contra o bando que tomou o poder e produz o maior assalto às riquezas e aos direitos dos brasileiros.

A greve do dia 28 tem potencial para iniciar uma reversão do golpe. Se, realmente, os trabalhadores dos setores estratégicos da economia cruzarem os braços e a população tomar as ruas poderemos, pela primeira vez, vislumbrar uma reação popular ao golpe. O que não ocorreu até agora.

É preciso que as lideranças sociais, políticas e sindicais de vanguarda deixem por algum tempo as picuinhas que as dividem e somem esforços no sentido de fazer do dia 28 de abril o primeiro de uma série de imensas paralisações sequenciais no país. E que não haja uma desmobilização quando algumas migalhas forem oferecidas (pelo bando no poder) em troca do avanço das medidas legislativas que rasgam a Constituição Federal de 1988.

Como todos percebem, a coalizão perversa que rouba os nossos direitos e soberania tem presa para executar o trabalho sujo encomendado pelos rentistas. Querem liquidar a fatura do golpe o mais rápido possível, alterando a Constituição, eliminando a justiça do trabalho, eliminando direitos sociais, trabalhistas e previdenciários, reduzindo drasticamente a capacidade interventiva do Estado em benefício do rentismo local e internacional, além de entregar o país numa condição colonial aos usurpadores do Norte.

Como nenhuma instituição da república, lamentavelmente, tem as mãos limpas para liderar processos de enfrentamento da coalizão golpista, somente as grandes massas populares nas ruas poderão sinalizar ao bando no poder que o povo não aceitará a agenda neoliberal que está em curso.


É preciso aproveitar desse evento para o início de uma grande concertação nacional, respaldada pela população, para a superação do golpe. Essa concertação deve ter como fulcro não necessariamente um candidato ou partido, mas uma agenda que priorize eleições diretas e a convocação de uma nova constituinte para reformar os sistemas político, de justiça, de mídia e de tributação, entre outros.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Quem peitou os históricos esquemas de corrupção?

Emílio Odebrecht disse numa das delações que "assim que os militares saíram, começou o esquema (de corrupção generalizada)".
Não é verdade o que disse o "capo" da empresa que hoje está no centro dos esquemas de corrupção. Tais esquemas, de corrupção, subtração do erário por agentes públicos e privados, entrega do patrimônio público aos interesses externos, pilhagem de nossas riquezas pelas elites acontecem desde a colônia. E com os militares outros esquemas também existiam e eram ocultados pela truculência das armas e pela conivência dos civis parceiros (empresários, mídia, latifundiários, governo norte-americano ...) que respaldaram e sustentaram o golpe de 1964. A mesma turma que respaldou e dá guarida ao golpe de 2016, desta vez com o auxílio estratégico da juristocracia.
Aquele grupelho de 2 a 5% de ricos de mentalidade colonial, exploradora, antinacional e autoritária (apoiados incondicionalmente por uma classe de políticos majoritariamente formada por coronéis e líderes corruptos contumazes; uma classe média de privilegiados; uma justiça seletiva e uma mídia fascista) sempre pilhou as riquezas nacionais e, para tanto, sempre tratou o povo como escravo e, na melhor condição (nos poucos momentos de nossa democracia de baixíssima intensidade), como cidadãos de segunda categoria.
Sempre foi assim...
Lembremos, por exemplo, do episódio da compra de votos para a reeleição de FHC. Quem foram os chantagistas que se transformaram no sustentáculo do ex-presidente quando tiveram seus pleitos atendidos? Temer, Gedel, Íris, Padilha... Trata-se da mesma turma que, agora liderada por Cunha, conspirou o golpe em 2016 quando não funcionaram as chantagens, como confessou o temeroso na entrevista à emissora dos latifundiários...
E quem peitou esse secular esquema? Primeiro, algumas alterações legislativas - que viabilizaram e facilitaram o trabalho de membros do poder judiciário nas ações de investigação e apuração dos esquemas de corrupção (inclusive com sérios enviesamentos em alguns casos) -, como a lei da transparência e, principalmente, a lei que criminaliza os corruptores, ou seja, os donos do capital. E, depois, uma mulher que não sucumbiu às chantagens, nem se vendeu ao bando. Seu nome: Dilma Rousseff.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

AJUDE-NOS A DIVULGAR E MOBILIZAR!


"DIANTE DA GRAVIDADE DA SITUAÇÃO ATUAL DO BRASIL" é um vídeo que nasceu do sentimento de indignação de um grupo de cidadãos preocupados com o que está em curso em nosso país e que percebe esta mesma indignação em milhares de brasileiros e brasileiras. 

As consequências serão muito graves, especialmente, para os mais pobres. Não dá para ficarmos indiferentes: 



- É URGENTE A NOSSA REFLEXÃO E MOBILIZAÇÃO!!