Emílio Odebrecht disse numa das delações que "assim que os militares saíram, começou o esquema (de corrupção generalizada)".
Não é verdade o que disse o "capo" da empresa que hoje está no centro dos esquemas de corrupção. Tais esquemas, de corrupção, subtração do erário por agentes públicos e privados, entrega do patrimônio público aos interesses externos, pilhagem de nossas riquezas pelas elites acontecem desde a colônia. E com os militares outros esquemas também existiam e eram ocultados pela truculência das armas e pela conivência dos civis parceiros (empresários, mídia, latifundiários, governo norte-americano ...) que respaldaram e sustentaram o golpe de 1964. A mesma turma que respaldou e dá guarida ao golpe de 2016, desta vez com o auxílio estratégico da juristocracia.
Aquele grupelho de 2 a 5% de ricos de mentalidade colonial, exploradora, antinacional e autoritária (apoiados incondicionalmente por uma classe de políticos majoritariamente formada por coronéis e líderes corruptos contumazes; uma classe média de privilegiados; uma justiça seletiva e uma mídia fascista) sempre pilhou as riquezas nacionais e, para tanto, sempre tratou o povo como escravo e, na melhor condição (nos poucos momentos de nossa democracia de baixíssima intensidade), como cidadãos de segunda categoria.
Sempre foi assim...
Lembremos, por exemplo, do episódio da compra de votos para a reeleição de FHC. Quem foram os chantagistas que se transformaram no sustentáculo do ex-presidente quando tiveram seus pleitos atendidos? Temer, Gedel, Íris, Padilha... Trata-se da mesma turma que, agora liderada por Cunha, conspirou o golpe em 2016 quando não funcionaram as chantagens, como confessou o temeroso na entrevista à emissora dos latifundiários...
E quem peitou esse secular esquema? Primeiro, algumas alterações legislativas - que viabilizaram e facilitaram o trabalho de membros do poder judiciário nas ações de investigação e apuração dos esquemas de corrupção (inclusive com sérios enviesamentos em alguns casos) -, como a lei da transparência e, principalmente, a lei que criminaliza os corruptores, ou seja, os donos do capital. E, depois, uma mulher que não sucumbiu às chantagens, nem se vendeu ao bando. Seu nome: Dilma Rousseff.
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