Vamos direto ao ponto: o judiciário não condenou Lula; resolveu impor ao ex-presidente a pena de degredo. O
processo judicial e a situação prisional de Lula comprovam que não vivemos num estado
democrático e de direito.
Mais que isso: o insucesso nas tentativas de extirpá-lo do processo e da
disputa eleitoral, primeiro tentando desmoralizá-lo - via perseguição midiática -, depois, aprisionando-o; a impossibilidade de eliminá-lo, dado sua
liderança política nacional e seu prestígio e reconhecimento internacional, levou
alguns de seus algozes a lançarem mão da mais perversa das ações: isolá-lo numa
solitária (maquiada de "cela individual"), impondo-lhe, na sequência, inúmeras restrições de visita.
Para um homem forjado e acostumado com intenso e ininterrupto contato com as pessoas,
nada mais cruel e perverso que o isolamento, à força, do convívio social e,
mais que isso, do mínimo convívio com seus
amigos e correligionários.
Querem, à fórceps - como se fosse um animal capturado, domado e isolado -, transformá-lo
num louco. Depois, desmoralizá-lo publicamente; inabilitá-lo politicamente; torná-lo um lixo
humano.
O sucesso de Lula junto ao povo mais simples que não o abandona faz com
que sua pena seja a mais perversa e cruel. Portanto, não basta prendê-lo; é
preciso desumanizá-lo.
Para Lula, resta apenas o convívio com seus algozes. Algo demasiadamente
desumano e desproporcional. Isso não é justiça; é pura perversidade.
É preciso que o mundo inteiro saiba: além de preso político, Lula está
sendo vítima de cruel e nefasta tortura psicológica e, nessa condição, sofre de
atroz e repugnante violação de diretos humanos, própria de estados de exceção
dirigidos por autoridades e poderes corrompidos.
Todos os humanistas, independentemente de filiação partidária e ideológica,
mas que defendem os princípios elementares da dignidade humana precisam se
levantar e se rebelar contra o totalitarismo togado que está a perpetrar as mais
graves violações aos direitos de Lula. Até mesmo contra o mais bárbaro
criminoso seria inaceitável essas condições.
Alguma dosimetria no acesso à prisão seria razoável. Porém, qualquer
cidadão mais atento já percebeu (apesar das mentiras midiáticas a esconderem os
fatos): o que se faz deliberadamente é isolar e impossibilitar o acesso até mesmo da
assistência religiosa a Lula, numa avassaladora violência e arbítrio ao direito
humano e constitucional. Aliás, há muito, alguns segmentos da
justiça mandaram às favas a Constituição. Operam como um estado paralelo: uma corporação de vaidades que se postam acima do bem e do mal.
Pior que um estado sem
rumo (dado a flagrante decadência e corrupção dos três poderes, reféns do rentismo e capturados pelo colonialismo entreguista), é um estado subjugado por personagens eivadas de ódio de classe e repletas dos mais primitivos instintos humanos, a operarem na máquina estatal; portanto, exercendo o poder.
Nesse sentido, Lula é a vítima mais evidente desse estado degenerado e
degenerador; mas todos nós, mais cedo ou mais tarde, podemos experimentar as
garras de uma justiça de exceção e de seus capatazes.
O rizoma da maldade que sustenta e mantém estruturada uma sociedade
marcada pela abissal desigualdade, pela justiça seletiva e pelo cinismo de parte das elites (política, econômica, religiosa, acadêmica, social) de mentalidade escravocrata abateu-se, com descomunal força, sobre Lula com o
intento de apagar tudo o que ele representa.
Se a violência estrutural que sempre
atingiu o andar de baixo ainda não nos sensibilizou, que a situação absurda imposta
a Lula, tratado como um degredado, acenda as luzes das consciências adormecidas e acomodadas: o ovo da
serpente do fascismo continua a eclodir; a esparramar inúmeros filhotes.
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