Fonte: Internet (NYT) |
Enganam-se os impostores que
tomaram de assalto o poder acerca do término do julgamento da presidenta legítima
Dilma Rousseff nestes dias. A farsa do jogo jogado - que se arrasta desde
aquele momento patético no qual uma facção criminosa de corruptos admitiu o
início do processo na Câmara Federal -, não terá seu ponto final com o
veredicto de um Senado que, com um perfil similar ao da Câmara, é composto,
majoritariamente, por políticos da pior qualidade. Uma charge, atribuída ao The New York Times desta semana (que
ilustra este post), retrata bem o julgamento políticoem curso. Num patíbulo,
Dilma é cercada (e julgada) por um bando de ratos escrotos.
A narrativa do golpe já está
consolidada no exterior. Inúmeras evidências (a principal delas, a ausência retumbante
dos líderes mundiais nos eventos olímpicos) dão conta que a comunidade
internacional não engole goela abaixo a história contada a fórceps pelos
pseudovencedores do golpe: o parlamento, majoritariamente formado por ratazanas e líderes partidários perversos;
a mídia manipuladora, com suas emissoras platinas, revistas e jornais que transformaram
jornalismo em espetáculo inquisitorial a serviço dos impostores; os empresários
e banqueiros antinacionais, subservientes do capital global; segmentos
judiciários e policiais capangas da casa grande e outros grupos da classe média que
não abrem mão de privilégios e cuja ação política na sociedade é
baseada, quase que exclusivamente, na
propagação do ódio, da violência e da vingança.
Acontece que a história não
perdoa traidores, covardes e mamulengos. Por isso, é justamente de agora em
diante que todos contarão a história do bando que violentou a democracia deste
país.
Ao derrubar sordidamente uma presidenta eleita, a coalizão golpista jogou no lixo a democracia, a Constituição e o estado de direito.
No futuro, próximo e distante, essa história se iniciará assim: em agosto
de 2016, um senado formado por inúmeros corruptos, denunciados por falcatruas
das mais escandalosas e presidido por um ministro do Supremo – que assistiu
impávido a violação da Constituição -, impediu uma presidenta legítima do
exercício do poder sufragado pelas urnas. Sem crime de responsabilidade, como
determina a Constituição, o julgamento realizado por juízes corrompidos e sem
moral alçou ao comando do país um governo ilegítimo, corrupto e sem voto. Aliado
com os perdedores das eleições - movidos pela vingança e que sequer respeitam as regras procedimentais
da democracia -, e sem nenhum vínculo efetivo com o povo, a Constituição e o
estado de direito, o desgoverno criado artificial e oportunisticamente foi a prova
cabal a confirmar que um golpe arruinou a frágil democracia brasileira.
Portanto, os atores e as coalizões
que ardilosamente tramaram o golpe serão nomeados e registrados nos anais da
história.
Mas, o ostracismo e a repugnância
não serão castigos suficientes para punir os golpistas que, historicamente, sempre
se articularam nesse país para pilharem o patrimônio público e impedir o avanço
dos direitos do povo. 1954 e 1964, logo ali, mostram que os golpistas não têm
pudor, nem temor. E fiam-se na impunidade perpétua.
A principal lição que devemos
tirar deste episódio é que a impunidade em relação aos traidores e usurpadores, de ontem e de
hoje, é o ingrediente a alimentar os golpes.
Assim, caberá a todos aqueles e
aquelas que já se articulam na resistência democrática tratar de construir
estratégias para o enfrentamento daquilo que até hoje o país não fez: um acerto
de contas com o passado e com o presente; com os atores que sempre querem
impor uma sociedade de perfil escravista, patrimonialista, machista, coronelista,
elitista e violenta.
Há que se começar uma nova construção.
Em nome da verdade, da memória e da justiça é preciso derrubar, de uma vez por
todas, as estruturas da casa grande para se construir, de fato, uma nação onde
imperará, com longevidade, a justiça e a igualdade, expurgando os vampiros sanguessugas
da Nação. Chega de conciliação e de paz dos túmulos.
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