Cunha já cumpriu o seu "dever". Em pouco mais de um ano no comando da Câmara articulou, comandou e usurpou poderes junto com a coalizão parlamentar do golpe. Agora, pra dar "ares de legalidade" é afastado pelo STF. Cumprido seu papel de jagunço político será, doravante, uma espécie de bode expiatório, a purgar publicamente para o deleite daqueles que acreditam na justiça...
Sobre ele, dezenas de acusações de corrupção ativa e passiva, há anos. As ninfas do Supremo assistiram passivas um bandido comandar o processo de impeachment na Câmara, criando uma situação incontornável sob o ponto de vista político.
Do outro lado, a PGR, na figura de Janot, o estrategista da trama, de forma milimetricamente calculada e em parceria com Moro e a imprensa, em doses homeopáticas, foram tocando a empreitada jurídica. Agora, querem parecer isentos. Janot, depois de protocolar nesta semana um pedido "mais robusto" de afastamento de Cunha aproveitou, também, para denunciar Aécio, Lula e Dilma. A desfaçatez não tem limites nessa república das bananas...
Que a justiça brasileira é morosa e seletiva, todos sabíamos. Que é cínica e conivente com o golpe, temos certeza.
Caso a decisão do STF fosse para colocar em curso um mínimo de moralidade na República, o afastamento de Eduardo Cunha do seu mandato, além da Presidência da Câmara, incluiria a anulação de todos os seus desde o recebimento da denúncia da PGR em dezembro de 2015. E, nestes atos, estaria incluída a sessão da Câmara de 17 de abril quando foi determinado o prosseguimento do processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
As duas coalizões golpistas (político-parlamentar e midiática-jurídica-empresarial-elitista) urdiram uma trama quase perfeita. Porém, o resultado desse estupro à democracia virá em doses cavalares nos próximos dias e anos...
"A justiça atrasada não é justiça; senão injustiça qualificada e manifesta." (Ruy Barbosa. "Oração aos Moços", 1921).
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