sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Pela vida e pela democracia, busquemos os ausentes!


Cerca de 30 milhões de brasileiros deixaram de comparecer às urnas no primeiro turno. São cidadãos desiludidos com a política tradicional; contaminados pela criminalização à política; desesperançados em relação ao poder público;  magoados com expectativas frustradas de melhoria de vida; afogados em dívidas;  maltratados pelo desemprego...

São pessoas que perderam a esperança na (seletiva) justiça e que repudiam as instituições democráticas porque não as vê como legítimas para atender aos interesses populares e incapazes de debelar a gravíssima crise ética, econômica e social que consome a vida da maioria dos brasileiros.

Algumas dessas pessoas estão totalmente desinformadas do abismo que se avizinha. Ficaram ausentes da disputa política no primeiro turno das eleições e não percebem que a eventual eleição, em segundo turno, de um candidato fantoche dos ricos e poderosos, serviçal da elite mais predatória do planeta; enfim, sem nenhum compromisso com a democracia, a liberdade, a justiça e a paz será o pior de todos os males e agravará, ainda mais, a violência estrutural que sustenta a nossa sociedade.

Aliás, a violência estrutural (e sua banalização e naturalização em nosso país) é um terreno fértil para brotar o autoritarismo.

É preciso enfrentar esse fantasma que, sempre presente nas microrrelações sociais, de vez em quando sai do armário com uma potência destruidora.

Estamos no meio de uma batalha entre eros (amor, potência criadora) e thanatos (morte, violência, destruição). 

Amor e ódio, sexualidade e agressividade, vida e morte, são forças que habitam o ser humano e estão presentes no cotidiano, tanto nos conflitos mais banais quanto nas mais mórbidas disputas da humanidade. Esses opostos estão misturados, amalgamados em tudo que o fazemos, pensamos e sentimos.

Nessas eleições, há pulsões pela vida e há pulsões pela morte.

As cenas de barbárie e violência protagonizadas país afora por brucutus contra militantes sociais, nos últimos dias, mostram que a pulsão pela morte espraia-se pelo país.

Porém, se trabalharmos para fortalecer eros, enfrentaremos, individual e coletivamente, a pulsão de morte e poderemos canalizar parte dessa agressividade difusa para ser utilizada em prol da vida, da justiça, da democracia.

É preciso enfrentar esse “demônio oculto” do ódio, da vingança e da violência. E o discurso do antipetismo não pode ser a desculpa para se permitir a barbárie.

As narrativas da isenção, dos que se denominam justos e bons e se omitem,  lavando as mãos, devem ser questionadas. 

Não permitamos que pouco mais de 50 milhões de eleitores contaminados pela pulsão da morte, pelo ódio, pela brutalidade da violência sociopata, pelo desejo da vingança, pelo moralismo hipócrita e pelo fanatismo religioso definam a vida de 200 milhões de brasileiros.

O momento é de união, com pulsão de amor, pela vida, envolvendo todos os setores democráticos: liberais, progressistas, esquerdas, movimentos sociais e eclesiais...

Haddad, neste momento histórico, não é o candidato do PT. É o candidato que representa a possibilidade concreta para o início da retomada da democracia.

Assim, é preciso trazer aqueles que estão ausentes da participação política e eleitoral às urnas. Um trabalho de micropolítica que pode ser realizado por cada um, cada uma, no âmbito doméstico, no trabalho, no ônibus, nas redes sociais. 

À luta!

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