Os mentores e
executores do golpe de 2016 - tramado por elites econômicas (locais e internacionais)
em complô com elites políticas, sociais e do sistema de justiça brasileiro -
apostavam:
1. No
sucesso e consolidação das reformas neoliberais: tiveram força suficiente para
aprovar a famigerada emenda constitucional que limita os gastos públicos por 20
anos e a reforma trabalhista, juntamente com a terceirização de mão de obra e o
enfraquecimento da justiça do trabalho. Mas, já na terceira empreitada, a
reforma previdenciária, enfrentaram colossal resistência da sociedade e dos
setores democráticos e não lograram êxito.
2. Eliminação
das esquerdas e, em especial, do PT: em conluio com a mídia empresarial e segmentos
justiceiros e antidemocráticos do sistema de justiça, envidaram imenso e
articulado esforço para eliminar as esquerdas e o principal partido desse
campo. Numa espetacular reação dos movimentos sociais, da mídia alternativa,
dos coletivos identitários e de segmentos democráticos de vários espectros
sociais amargam fragorosa derrota: as esquerdas retomaram parte do protagonismo
na cena política brasileira; o PT voltou a ter crescimento no número de
filiados, simpatizantes e militantes; as armações contra o campo popular e democrático foram explicitadas,
inclusive pela mídia internacional e Lula, para o desespero de feitores e
tutores da Casa Grande (nos tribunais e nas casernas) se consolidou como o principal
agente político e personagem central na disputa eleitoral.
3. Legitimação
do golpe via crescimento econômico: os golpistas apostaram muitas fichas na retomada do crescimento
econômico como principal álibi à consolidação do neoliberalismo. Com esse pretenso
trunfo, conseguiriam apresentar à nação um nome forte à disputa eleitoral de
2018. Ao contrário do planejado, a economia está em frangalhos; o desemprego
aumenta assustadoramente; a miséria voltou à cena; a credibilidade internacional do país está no fundo
do poço. E de resto não há nenhum nome da coalizão golpista que apresente, sequer,
um resultado econômico convincente à população. Alckmin e Meireles, que
disputam os despojos da coalizão golpista, são um fiasco na disputa eleitoral.
4. Entrega da soberania e privatização de bens públicos: a política externa subserviente aos interesses norte-americanos somada a uma nova onda de entreguismo do patrimônio público também foi colapsada devido ao total descrédito do governo atual. O país continental se transformou num anão diplomático, ridicularizado no concerto das Nações. Por outro lado, nenhum agente do conglomerado financeiro-econômico internacional que se preza deseja fazer negócios com um governo sem nenhuma legitimidade e odiado pelo seu povo. É um risco alto demais para o deus-mercado.
4. Entrega da soberania e privatização de bens públicos: a política externa subserviente aos interesses norte-americanos somada a uma nova onda de entreguismo do patrimônio público também foi colapsada devido ao total descrédito do governo atual. O país continental se transformou num anão diplomático, ridicularizado no concerto das Nações. Por outro lado, nenhum agente do conglomerado financeiro-econômico internacional que se preza deseja fazer negócios com um governo sem nenhuma legitimidade e odiado pelo seu povo. É um risco alto demais para o deus-mercado.
Como podemos
observar nesse pequeno inventário, as apostas do condomínio golpista e seus poderosíssimos
atores nacionais são como um gigante de pé de barro e terminam esse período pós impeachment
fajuto com um estrondoso fracasso e evidentes derrotas.
Porém, a mais
espetacular derrota se apresenta na desobediência civil silenciosa, que já é
captada nas pesquisas de intenção de votos à presidência, no atual momento: os
candidatos golpistas, são um fracasso.
Do outro lado, aqueles candidatos que
denunciam o golpe e seus atores são os que, juntos, têm a preferência da
maioria do eleitorado.
Se somarmos as
intenções de votos atribuída a Lula (sendo que boa parte será transferida para Haddad),
Ciro Gomes e Boulos temos um percentual duas vezes maior que a soma de todos os
demais concorrentes (da coalizão golpista e daqueles cujos discursos dúbios, como
o caso de Marina Silva, parecem não convencer o eleitor).
Fala-se que o
povo está ausente e apático da disputa política. Trata-se, mais uma vez, desses
despautérios produzidos por intelectuais conservadores, analistas de botequim da
mídia empresarial e por incautos do campo progressista para criminalizar, ainda
mais, os setores populares.
A bem da verdade,
as significativas intenções de voto nos candidatos do campo democrático-popular são a mais contundente
revolução silenciosa do povo que - não obstante o massacre midiático, a seletividade
da justiça da Casa Grande, o autoritarismo que ecoa da caserna, os discursos
violentos e de ódio dos setores ultraconservadores e antidemocráticos - não se
curvou à narrativa golpista e resiste bravamente contrariando os podres e poderosos
poderes.
Agora resta
saber se o pleito, que é a última e frágil casca da fajuta democracia
tupiniquim, será respeitado.
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