Foto: Internet |
A sentença do Torquemada das Araucárias
é uma afronta ao decantado estado democrático de direito que, no caso
brasileiro, é um conto da carochinha a contentar a classe média. Porque os
pobres, a maioria da população, não participam dos benefícios dessa engenharia
que garante os interesses de uns poucos.
Como todos sabem, a peça-chave do
dito estado democrático de direito é a lei. A lei foi uma criação do estado
liberal-democrático para a garantia dos direitos do cidadão.
Quando um juiz transforma a lei
num conjunto de regras discricionárias a ampliar o direito penal a serviço da sua
ideologia, ele deixa de ser juiz e passa a ser um falastrão de botequim. Quer
plateia, aplausos, justiciamento; menos justiça.
Um juiz não está legitimado para
ser legislador. Ele não pode interpretar a lei a seu bel-prazer. Ele não pode
sobrepor convicções pessoais e de classe sobre os princípios elementares da
dignidade humana – origem e razão de ser da lei. Quando um magistrado age como
um tirano, sua sentença não tem legitimidade e não deve ser cumprida.
Quem lê a sentença de Moro fica atordoado com a miséria do seu conteúdo. Mas, Moro paga o preço de ter se colocado como cavalheiro errante da globo e das elites nacionais.
Se no Brasil os tribunais
respaldarem seus desatinos, caberá a Lula os recursos aos tribunais
internacionais que, ainda, respeitam os princípios basilares do estado liberal-democrático.
Infelizmente, desde que o STF se
apequenou como um tribunal constitucional e se assoberbou na condição de um
tribunal penal seletivo, muitos juízes no país deixaram de ser cumpridores da lei
e passaram a ser carrascos da lei.
No caso de Moro há agravantes:
age, também, como uma marionete a distrair o povo nos momentos de tensão
política, a desviar os fatos relevantes com suas sentenças pífias.
Ademais, serviçal de interesses escusos, quer retirar Lula da disputa presidencial. Ou seja, age como um tirano que se impõe no tapetão, à fórceps.
Ademais, serviçal de interesses escusos, quer retirar Lula da disputa presidencial. Ou seja, age como um tirano que se impõe no tapetão, à fórceps.
É o que acaba de ocorrer: no dia
que um bando de assaltantes do poder estuprou a CLT (coisa que nem os militares
ousaram fazer), o juiz-global-tucano expediu uma sentença ridícula para tirar a
atenção da população ao fato que realmente interessa.
Afinal, a luta popular que nos
congrega é contra uma coalizão de perversos que não se preocupa com a Nação. Um
bando cuja permanência temporária no poder se concretiza na realização do serviço
sujo a beneficiar o capital financeiro.
Um governo ilegítimo e
fundamentalmente corrupto que só se sustenta porque tem sócios poderosos na
justiça, na mídia e no parlamento. Todos comprometidos com o desmonte do estado
social brasileiro.
Pois bem: para tirar a atenção
dessa afronta aos direitos trabalhistas, a malfadada “reforma” da CLT, condenada
até mesmo pela Organização Internacional do Trabalho, o aparecido togado
resolveu aparecer. Tirou de dentro da sua cartola a sentença que aguardava o
momento oportuno para ser midiatizada e distrair o povo.
Pois bem. Fica cada vez mais
claro que nos resta somente a desobediência civil e o recurso à rebelião.
Até mesmo a tradição política
liberal conservadora admite (desde John Locke), o direito que todo cidadão tem
de se contrapor aos tiranos; o direito de lutar de todas as formas contra os
usurpadores do poder que se impõem através de um estado de terror, da força, da
censura ou das violências contra as garantias sociais e individuais.
Voltando a Moro: sua parcialidade
e seletividade são retumbantes. Seus dias como torquemada terão fim quando o
Brasil retomar seu caminho verdadeiramente democrático.
Brilhante sua análise, o desmonte do estado social democratico é o mais preocupante.
ResponderExcluir