Nesse sábado
(09/04), o Instituto DataFolha divulgou mais uma rodada da "sua"
pesquisa de intenção de votos à presidência. É muito estranha uma pesquisa
acerca de eleições que ocorrerão daqui a três anos.
Algumas considerações sobre essa pesquisa:
1. Pesquisa de intenção de voto é cenário DO MOMENTO. Uma
"fotografia" que muda, dependendo de uma série de variáveis
conjunturais. Mas, vamos combinar: Lula, gostando ou não, continua um forte
líder popular. Um homem que é escorraçado pela mídia, pela justiça e pelos
grupos de direita e, mesmo assim, consegue se manter na dianteira das intenções
de votos.
2. Não confio em pesquisas desse instituto. Aprendi, nas ciências social
e política, que “se manipulados, os números tudo confessam”. E manipulação é
matéria-prima da mídia hegemônica. Vejam na imagem ao lado: na divulgação dos
dados, ontem, a Folha manipulou o próprio gráfico para mostrar em um de seus
cenários Marina Silva DISPARANDO de 23% para 23% (que coisa!) e Alckmin SUBINDO
de 11% para 9%. Deixaram o coitado do estagiário de artes gráficas numa
situação vexatória... Mas, para quem gosta de jornalismo-panfletário, as
trapaças sempre aparecem... (A Folha corrigiu o gráfico depois dos comentários
críticos nas redes sociais).
3. Para todos os efeitos, a coalizão golpista (formada pela mídia, PSDB,
DEM e PPS e agora, também, com Temer e setores do PMDB, liderados por Cunha;
além do grupo da "justiça": Janot, Moro e Gilmar Mendes)
aparentemente não logrou seu intento na saga persecutória a Lula, pelo menos no
momento. MAS, CUIDADO: será que a pesquisa não tem como objetivo insuflar ainda
mais os setores de direita incrustados na justiça para uma empreitada visando
prender Lula de qualquer jeito? Isto porque, caso concorra, numa eventual
cassação da chapa “Dilma-Temer”, Lula vencerá as eleições e a direita
poderá amargar mais 8 anos longe do poder. Oh, céus!
4. Outra possibilidade interpretativa: Lula pode estar ainda mais à
dianteira nas intenções de voto, uma vez que as demonstrações de apoio popular
e manifestações contrárias ao golpe têm aumentado nos últimos dias. E não dá
para a mídia esconder tudo e o tempo todo...
5. Os números divulgados acendem um sinal vermelho para as oposições.
Muito desacreditadas e com seus principais líderes despencando nas intenções de
voto (salvo no Texas brasileiro) fica claro, no cenário atual que, se a chapa
Dilma-Temer for cassada pelo TSE e, neste casco, havendo novas eleições, o
favorito é a JARARACA. Como disse a advogada do impeachment, a “doutora”
Janaína, só mesmo uma intervenção das potestades celestiais para “nos salvar”.
6. Por fim, em todos os cenários possíveis da pesquisa, os tucanos não
têm chances. Os bons moços, representantes dos homens e mulheres “de bens” não
convencem mais nem os seus pares.
Na ausência de notícias-bomba da
Lava Jato a impulsionar o discurso golpista, como tradicionalmente ocorre nos
finais de semana, a Folha preferiu desviar a atenção (e quem sabe a
mobilização) do processo de impeachment de
Dilma.
Um processo que corre a passos
largos respaldado num discurso higienista, conservador e golpista, segundo o
qual os corruptos e os comunistas serão apeados do Poder pelos “legítimos” representantes
da corrupção, da intolerância e do fisiologismo.
E mesmo se Dilma não for
impedida, o preço do golpe será o de colocar todos os setores progressistas na condição
de reféns das artimanhas de uma direita não liberal nem democrática que domina
o Parlamento, principalmente a Câmara. Seria cômico se não fosse trágico, um Golpe
sendo arquitetado por corruptos e ladrões em nome da Democracia.
A esquerda meio atordoada dá
tiros para todos os lados. Os principais dirigentes petistas continuam
arrogantes e acham que dominam o campo progressista. Ledo engano!
Não obstante, os seguimentos
progressistas com a adesão dos movimentos sociais e das mídias alternativas e
redes sociais dificultam a empreitada golpista.
Ou seja, se Dilma ficar, o mal
menor, a direita não dará tréguas. A intolerância, o ódio, o espírito de vingança e outros
fantasmas que saíram do armário prosperarão até não se sabe onde e quando. Pelo
menos, se respeitarão as eleições e a escolha popular.
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