Vamos
mostrar, bem didaticamente e em dez passos, como seria o day after ao impeachment, se isso ocorrer:
1. Se aprovado o impeachment, imediatamente,
os oligopólios midiáticos, em uníssono, bradarão aos quatro ventos por uma
trégua. Falarão que o novo presidente precisa
trabalhar em paz para superar a crise e reequilibrar a economia destruída pelo “governo
mais corrupto da história”.
2. Os pseudo-jornalistas que pautam a
mídia, verdadeiros deformadores da opinião pública, serviçais da casa grande,
escreverão em grandes editoriais que a economia não resistirá a uma nova
perturbação da ordem. Que todos devem se acalmar até 2018, dando uma trégua ao presidente
Temer, o Joaquim Silvério dos Reis do século XXI. Os sardembergs e as mirians
da vida dirão que o país precisa de paz para o novo presidente trabalhar com vistas a restabelecer
a confiança internacional e salvar a economia.
3. Os homens da lei e da ordem,
policiais e setores da justiça, entrarão em cena para sufocar, em nome da tal
lei e ordem (dos ricos), qualquer manifestação contrária ao governo ilegítimo.
4. Como presidente do TSE, o “impoluto”
Gilmar Mendes não colocará em análise o processo contra a chapa Dilma-Temer,
que poderia levar a perda do mandato do vice. Dirá, como “homem honesto e probo
que sempre foi”, que a justiça eleitoral deverá dar uma chance ao novo
presidente e, portanto, não pode desestabilizar o novo governo. Com aquela voz
de taquara rachada, conclamará: “o país não aguenta outra queda de presidente”.
5. Líderes religiosos entrarão em
cena para pedir que o povo fique calmo; que prevaleça a paz (dos túmulos) e que
todos rezemos para o bem do país.
6. Certamente, haverá um ministro
da justiça fortíssimo, que controlará com mão de ferro a polícia federal.
Provavelmente, o titular da pasta será um ex-ministro da defesa ou da justiça ou
ex-presidente do STF.
7. Esse homem-forte dos golpistas,
na pasta da justiça, atuará para sufocar a lava-jato. E, pactuado com Janot,
flexibilizará as ações de investigação de corrupção. (A bem da verdade, o que
apareceu até agora não representa 10% da corrupção que alavancou a eleição de
boa parte dos congressistas). Assim, a lava jato se tornará a grande moeda
política no Congresso: em troca da sua flexibilização, o bando de centenas de
larápios suspeitos e investigados que votaram a favor do impeachment apoiará o
novo governo.
8. O próximo passo: com o apoio
da mídia, que também tem calças curtas quando o tema é corrupção e que pautará
algo para desviar a atenção do povo, a lava-jato sairá das manchetes.
9. Tudo bem orquestrado, a
maioria da população, que assiste as disputas políticas em curso sem se
envolver, será convencida que o melhor caminho é aceitar o novo presidente. E que
o novo governo derrotará a corrupção, porque a “turma do PT” foi expurgada,
como se esse partido fosse o único partido corrupto no país.
10. E muitos esquecerão que Temer,
boa parte do PMDB, do PSDB, do DEM e outros partidos, cujos quadros são corruptos
até o último dedo mindinho do pé, têm como objetivo justamente neutralizar a
lava-jato.
Uma parte
dos que apoiam o impeachment está totalmente ludibriada: pensa que o
impedimento será a primeira ação antes da cassação da chapa no TSE, o que
levaria Temer a perder o cargo.
Mas, não sejamos otários. Não nos deixemos enganar
pela turma da pilhagem ao erário que articula esse golpe. Passando o
impeachment, a coalizão golpista fechará as portas para quaisquer mudanças. A lava jato será
encerrada ou teremos uma ação ainda mais seletiva de caça às bruxas (petistas). Ademais, conviveremos com um arrocho enorme, com perdas de direitos, principalmente
trabalhistas, como nunca se viu na história deste país.
E, adivinhem
quem serão aqueles a pagarem a conta? Certamente, os mais pobres.
E la nave va?
E la nave va?
Triste
ResponderExcluirOlha que eu tô pra acreditar que no Brasil o que impera mesmo é a ética do malandro e que todo dia saem milhares de otários de casa.
ResponderExcluirAté quando suportaremos isto?!
Oportunidade única para se chorar em formação fetal.
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