Nesta semana, pouco vimos e
ouvimos falar da viagem do Papa Francisco ao México. Francisco tem incomodado por demais os poderosos, com gestos, palavras e ações. E a mídia, serviçal dos "donos do mundo", começa a boicotar, de variadas formas, o Papa que prega, sem temor, que um mundo melhor só é possível se superarmos os abismos que separam os poucos ricos e opulentos dos bilhões de pobres, excluídos; "os descartáveis" do capitalismo concentrador de renda e riqueza.
Nessa viagem, a começar pela passagem por Cuba para o
encontro com o Patriarca de Moscou, Francisco explicitou mais uma vez, com palavras e
gestos, o desejo de uma Igreja pobre com os pobres.
Foram muitos os momentos cheios de afeto vividos pelo e com o Papa. Num hospital, Francisco se emocionou com o canto da "Ave Maria", em latim, por uma menina com câncer. Noutro momento marcante, acolheu no altar portadores de deficiências. Foi numa prisão e presidiu uma missa com migrantes.
O último compromisso papal, a
vista a Ciudad Juarez, na fronteira entre o México e os Estados Unidos, o
grande Império, foi um gesto profético, uma denúncia e, em boa medida, um
desafio às potestades e seus líderes. Francisco, silenciosa e firmemente, abençoou
as cruzes que simbolizam os milhares de mexicanos e outros latinos mortos à
busca de uma suposta vida melhor na terra de Tio Sam. Suposta, porque os imigrantes nos Estados Unidos, se descobertos, são tratados como escória humana. Imaginem se Trump for eleito presidente!
Também no México, Francisco, não
por acaso, proferiu a mais dura condenação aos ricos e poderosos. Disse,
repetindo as palavras de Jesus, que eles prestarão contas sobre as fortunas
construídas sobre o sangue e o suor e as lágrimas das pessoas.
“Toda vez que buscamos o caminho do privilégio ou o benefício de poucos em detrimento do bem comum, cedo ou tarde a vida em sociedade se torna terreno fértil para a corrupção, o narcotráfico, a exclusão, a violência e até o tráfico de pessoas, o sequestro e a morte”.
De volta ao Vaticano, em
entrevista aos jornalistas, no avião, Francisco não titubeou em relação ao
suprassumo da imbecilidade, opulência, arrogância e ostentação norte-americana, o
bilionário Donald Trump, candidato republicano à presidência. Disse que ele não
pode ser qualificado como cristão, porque é um sujeito que só tem projetos para
construir muros a separar. Clara referência ao muro estadunidense; ao muro
israelense e a tantos outros muros que segregam e discriminam o outro; o diferente:
são muros de concreto e de ódio.
Francisco é uma bênção para a humanidade!
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