UM ANO QUE COMEÇOU COM CHANTAGEM E PERVERSIDADE NÃO PODERIA TERMINAR NA PAZ E NA CONCILIAÇÃO.
Durante um ano inteiro,
Dilma Rousseff foi refém de um grupo político da pior qualidade, liderado por
Cunha, aliado a alguns oposicionistas (cujos projetos políticos foram pautados
pela mídia) e os setores mais conservadores da sociedade brasileira. Essa coalizão
do "quanto pior melhor", dos representantes a Casa Grande, levou o
Brasil para uma das mais graves crises institucionais de sua história, cuja
superação ainda é indecifrável.
Dilma cometeu erros
estratégicos e cedeu de todos os lados (os dedos, as mãos, os braços...) na
tentativa de recompor a base de sustentação da coalizão governista. Aliou-se
com os setores mais retrógrados da política nacional. Tudo em vão, num cenário
de erosão política, chantagem, traições, guinadas à direita e agravamento da
crise econômica.
Agora, o poderoso chefão
acuado pela iminente cassação do mandato (pelas evidências de seus roubos e
suas mentiras), usa da prerrogativa de chefe de poder para dar seus últimos
suspiros de desespero. Agonizante, quer arruinar a república, aprofundando
ainda mais a crise política e econômica. Seu ato de desespero é a tentativa de
desviar o foco da espada de Dâmocles sobre sua cabeça... Terá êxito?
Sejamos francos: o que se
busca, a qualquer custo, é um pretexto para interromper o mandato da Presidente
da República, sem qualquer base jurídica para tanto. Isso é golpe na
democracia. E ponto final!
PORÉM, PARA O BEM DO BRASIL, NÃO É POSSÍVEL O GOVERNO CONTINUAR
COMPONDO COM CHANTAGISTAS PERVERSOS.
A nova disputa política
que se instala com a abertura do processo de impedimento da presidente poderá
aprofundar a crise política e institucional, mas, dependendo dos rearranjos
políticos e institucionais, poderá, também, fortalecer a democracia.
Post scriptum:
O PRONUNCIAMENTO DE CUNHA E O
PRONUNCIAMENTO DE DILMA:
Cunha: como um psicopata, sequer piscou os olhos durante sua fala; com escárnio e perversidade, disse que não se sentia confortável; chantagista, afirmou que ele simplesmente encaminhará a abertura do processo à uma comissão.
Dilma: por
incrível que pareça foi clara, serena, firme e assertiva. Com altivez, própria
de quem não tem "rabo preso", disse coisas que Cunha e muitos
oposicionistas (Aécio Neves, Ronaldo Caiado, Álvaro Dias, Paulinho da Força,
Serra, Cunha Lima, entre outros) não têm moral para dizer:
"Não paira contra mim nenhuma suspeita
de desvio de dinheiro público. Não possuo conta no exterior, nem ocultei do
conhecimento público a existência de bens pessoais. Nunca coagi ou tentei
coagir instituições ou pessoas, na busca de satisfazer meus interesses. Meu
passado e meu presente atestam a minha idoneidade e meu inquestionável
compromisso com as leis e a coisa pública."
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