Todos conhecem a expressão "cuidado com o
canto da sereia"; ou seja, cuidado com algo que atrai por parecer bom, mas
é ruim.
Seria muito bom o "aparente" isolamento do "tirano das
maiorias" Eduardo Cunha. Mas, num contexto de vácuo de poder e ausência de
lideranças carismáticas que possam ocupar o espaço vazio, desde o último
pleito, o canto do isolamento de Cunha, celebrado aos quatro ventos (inclusive pelas ratazanas políticas que até anteontem o
apoiavam - incluindo aqui a grande mídia), pode ofuscar uma poderosa
rearticulação política em torno de um "salvador da Pátria",
reposicionando o usurpador chantagista no centro das disputas...
Cunha continua
líder, por exemplo, de inúmeros "revoltados" on e off line que há
muito articulam um golpe. Manifestações do tipo "ele é corrupto, mas vai
tirar o PT do poder" já abundam nas redes sociais.
Potencialmente, é líder dos que não têm nada a perder, porque sempre
jogam do lado do "quanto pior, melhor".
Parcialmente, é líder dos segmentos que sempre investiram tudo para a
manutenção de um país desigual e injusto social e politicamente.
Continua líder de grupelhos religiosos raivosos que pregam uma guerra
santa em nome dos seus interesses inconfessáveis.
Poderá se manter como líder dos oligopólios da imprensa que, atualmente,
promovem o golpe e que, qual folha de bananeira ao vento, sopram do lado mais
conveniente aos interesses dos poderosos.
Se não houver, rapidamente, uma ocupação dos espaços vazios de poder por
democratas republicanos que assumam um discurso e, para, além disso, uma
articulação política para o enfrentamento e superação da crise, Cunha poderá
voltar muito mais "musculoso politicamente" do que se encontra ocasionalmente agora.
Um homem que não tem nenhum escrúpulo atrai aventureiros, oportunistas,
covardes e imbecis de todas as espécies e, por isso, dele pode-se esperar
tudo...
NÃO SUBESTIMEMOS CUNHA: SEU SÉQUITO NÃO É
DESPREZÍVEL; APESAR DE SER DESPREZÁVEL.
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